Filme produzido na Noruega ao estilo falso documentário. Logo no começo somos informados de que tudo o que se verá na tela realmente aconteceu, que as fitas foram achadas no meio de uma região deserta e que não se sabe onde foram parar os jovens que aparecem nas cenas. Velha lorota que já conhecemos bem desde os tempos de "A Bruxa de Blair". Pois bem, isso também faz parte do jogo nesse tipo de filme. O interessante é que ao contrário de outros filmes de terror que seguem por esse tipo de narrativa e que se tornam chatos demais, esse aqui até que considerei bem divertido. Afinal essa coisa de Troll, com os monstrengos bem realizados em computação gráfica, até que vira um bom passatempo para um filme de noite sem nada melhor para assistir.
No enredo um grupo de jovens universitários decide fazer um documentário sobre caçadores de ursos. Encontram um deles por acaso, mas o sujeito chamado Hans tem cara de poucos amigos e fica irritado por eles o estarem seguindo por onde ele vai. Então depois de muitos aborrecimentos decide abrir o jogo com os jovens. Ele não é caçador de ursos coisa nenhuma. Ele caça mesmo Trolls. E o que diabos é um troll? Um ser muito popular e frequenta no folclore dos países escandinavos. Seres grotescos, alguns deles gigantescos, que vivem escondidos nas florestas e nas montanhas. E então uma vez aberto o jogo todos partem na caçada em torno dessas criaturas que todos pensavam ser apenas contos de carochinha. E a partir dessa premissa de realismo fantástico o filme se desenvolve. Olha, até curti muito, apesar de todas as expectativas negativas que tive que encarar antes do filme começar.
O Caçador de Troll (Trolljegeren, Noruega, 2010) Direção: André Øvredal / Roteiro: André Øvredal / Elenco: Otto Jespersen, Robert Stoltenberg, Knut Nærum / Sinopse: Um grupo de jovens universitários noruegueses decide seguir os passos de um homem que eles acreditam ser um caçador de ursos. Só que eles estão enganados. Na verdade ele caça Trolls, de todos os tipos e tamanhos, escondidos nas montanhas e nas florestas do norte gelado da Noruega.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 14 de maio de 2025
quarta-feira, 7 de maio de 2025
Exorcista - O Início
Título no Brasil: Exorcista - O Início
Título Original: Exorcist - The Beginning
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions, Dominion Productions
Direção: Renny Harlin
Roteiro: William Wisher Jr, baseado na obra de William Peter Blatty
Elenco: Stellan Skarsgård, Izabella Scorupco, James D'Arcy
Sinopse:
Uma igreja católica é encontrada nas areias do deserto de uma região inóspita e desconhecida da África. A construção datada do século V intriga os pesquisadores. O Vaticano então envia o jovem Padre Francis para a região e lá ele acaba encontrando Merrin, um outro sacerdote católico que passa por uma profunda crise de fé e que agora se dedica a pesquisas arqueológicas. O que inicialmente parece ser um templo dedicado ao anjo Gabriel acaba se revelando algo mais, um lugar misterioso, de passado tenebroso, que parece esconder sua verdadeira origem diabólica.
Comentários:
Alguns filmes merecem uma segunda chance. Esse "Exorcista - O Início" foi tão malhado! Não merecia, pois acho um grande filme, sim, isso mesmo, filmaço! Além de contar os primórdios do diabo de "O Exorcista" o filme ainda conta uma bela história de perda e recuperação da fé em Deus. O padre Merrin perdeu sua fé em Deus por causa de um massacre promovido por nazistas no qual ele foi colocado na péssima posição de escolher quem iria morrer e quem iria viver entre aquelas pessoas inocentes. A crueldade, tão típica do regime nazista, deixa perplexo o religioso que clama pela presença de Deus ali. O oficial nazista então lhe diz uma frase marcante que irá abalar sua fé: "Padre, Deus não está aqui!". Depois disso Merrin vagou pelo mundo em busca de algum sentido para sua vida. Os anos passam. A arqueologia lhe trouxe algumas respostas pois era algo concreto. Então ele acaba aceitando a oferta de ir até um lugar distante na África onde uma Igreja católica de 1.500 anos foi encontrada. Dedicada ao Anjo Gabriel o lugar é completamente sinistro, sem altar, com apenas quatro estátuas enormes de anjos que parecem apontar suas lanças para um lugar central logo abaixo do tomo. É lá que Merrin irá encontrar respostas não apenas para o real significado da construção daquele local, mas também sobre a crise de fé pelo qual passa.
Achei ótimo o uso da lenda dos anjos decaídos (Lúcifer e seus comparsas) nesse roteiro. Foi um fio da meada perspicaz que acabou ligando tudo. A amostragem do passado, com cavaleiros cruzados em grandes massacres também foi muito bem inserida no roteiro. Os dois padres representam os dois lados opostos do sacerdócio, colocando em relevo a figura de um padre jovem e idealista, enviado pelo Vaticano, e a de um veterano, o próprio Merrin que está em uma crise de fé tão profunda que sequer quer mais ser chamado de padre! O filme perde um pouquinho o charme quando Sarah é finalmente possuída pelo demo mas temos que dar um desconto pois como esse foi uma produção comercial era necessário manter o interesse do público jovem. Mesmo assim as cenas do exorcismo propriamente ditas são boas e o final, com o Padre Merrin com a sua fé renovada, se dirigindo aos portões do Vaticano é muito simbólica. Fechou com chave de ouro um filme que merece ser assistido novamente. Já os críticos profissionais, aqueles mesmos que esculhambaram o filme, ora o que eles sabem? São uns bobocas com camisas pretas de bandas de rock capengas. São apenas uns bobocas pop petulantes. Ignore toda essa corja e vá assistir esse "Exorcist: The Beginning" com a mente aberta, sem preconceitos. Garanto que você vai gostar.
Pablo Aluísio.
Título Original: Exorcist - The Beginning
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions, Dominion Productions
Direção: Renny Harlin
Roteiro: William Wisher Jr, baseado na obra de William Peter Blatty
Elenco: Stellan Skarsgård, Izabella Scorupco, James D'Arcy
Sinopse:
Uma igreja católica é encontrada nas areias do deserto de uma região inóspita e desconhecida da África. A construção datada do século V intriga os pesquisadores. O Vaticano então envia o jovem Padre Francis para a região e lá ele acaba encontrando Merrin, um outro sacerdote católico que passa por uma profunda crise de fé e que agora se dedica a pesquisas arqueológicas. O que inicialmente parece ser um templo dedicado ao anjo Gabriel acaba se revelando algo mais, um lugar misterioso, de passado tenebroso, que parece esconder sua verdadeira origem diabólica.
Comentários:
Alguns filmes merecem uma segunda chance. Esse "Exorcista - O Início" foi tão malhado! Não merecia, pois acho um grande filme, sim, isso mesmo, filmaço! Além de contar os primórdios do diabo de "O Exorcista" o filme ainda conta uma bela história de perda e recuperação da fé em Deus. O padre Merrin perdeu sua fé em Deus por causa de um massacre promovido por nazistas no qual ele foi colocado na péssima posição de escolher quem iria morrer e quem iria viver entre aquelas pessoas inocentes. A crueldade, tão típica do regime nazista, deixa perplexo o religioso que clama pela presença de Deus ali. O oficial nazista então lhe diz uma frase marcante que irá abalar sua fé: "Padre, Deus não está aqui!". Depois disso Merrin vagou pelo mundo em busca de algum sentido para sua vida. Os anos passam. A arqueologia lhe trouxe algumas respostas pois era algo concreto. Então ele acaba aceitando a oferta de ir até um lugar distante na África onde uma Igreja católica de 1.500 anos foi encontrada. Dedicada ao Anjo Gabriel o lugar é completamente sinistro, sem altar, com apenas quatro estátuas enormes de anjos que parecem apontar suas lanças para um lugar central logo abaixo do tomo. É lá que Merrin irá encontrar respostas não apenas para o real significado da construção daquele local, mas também sobre a crise de fé pelo qual passa.
Achei ótimo o uso da lenda dos anjos decaídos (Lúcifer e seus comparsas) nesse roteiro. Foi um fio da meada perspicaz que acabou ligando tudo. A amostragem do passado, com cavaleiros cruzados em grandes massacres também foi muito bem inserida no roteiro. Os dois padres representam os dois lados opostos do sacerdócio, colocando em relevo a figura de um padre jovem e idealista, enviado pelo Vaticano, e a de um veterano, o próprio Merrin que está em uma crise de fé tão profunda que sequer quer mais ser chamado de padre! O filme perde um pouquinho o charme quando Sarah é finalmente possuída pelo demo mas temos que dar um desconto pois como esse foi uma produção comercial era necessário manter o interesse do público jovem. Mesmo assim as cenas do exorcismo propriamente ditas são boas e o final, com o Padre Merrin com a sua fé renovada, se dirigindo aos portões do Vaticano é muito simbólica. Fechou com chave de ouro um filme que merece ser assistido novamente. Já os críticos profissionais, aqueles mesmos que esculhambaram o filme, ora o que eles sabem? São uns bobocas com camisas pretas de bandas de rock capengas. São apenas uns bobocas pop petulantes. Ignore toda essa corja e vá assistir esse "Exorcist: The Beginning" com a mente aberta, sem preconceitos. Garanto que você vai gostar.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 30 de abril de 2025
Terror em Amityville

Produção: O filme investe bastante naquele que parece ser o principal personagem aqui: a própria casa. Assim usando jogos de luzes e sombras a produção tenta criar toda uma atmosfera pesada no local. Não há muitos efeitos especiais como era de se esperar numa produção da década de 70. O grande destaque no final das contas fica com a trilha sonora incidental de Lalo Schifrin. Aquele coro infantil seria copiado a exaustão nos anos seguintes e é certamente assustador. A música sozinha é responsável pela metade do clima de terror do filme. Muito boa.
Direção: Depois de uma boa parceria ao lado de atores como Paul Newman e Robert Redford o diretor Stuart Rosenberg resolveu voltar ao terror e suspense, gênero que ele trabalhou bastante quando era diretor de tv. Seu trabalho aqui pode ser definido como correto. Ele investe bastante na chamada "climatização", embora na minha opinião o filme perca parte de seu charme nas cenas finais (bem exageradas e apelativas). Teria sido bem melhor se tudo continuasse apenas na expectativa e no suspense.
Elenco: O grande destaque vai para Rod Steiger no papel de padre Delaney. Infelizmente o personagem se mantém coadjuvante até o final. Eu esperava que ele tomasse as rédeas da situação mas isso não acontece. De qualquer forma sua interpretação ainda é a melhor coisa do filme. Margot Kidder, recém saída do sucesso de Superman aparece em cena com muitas caras e bocas mas apesar disso não compromete, já o ator James Brolin (pai do Josh Brolin) está muito bem. Com aquela estética bem anos 70 (barbudo e pouco chegado num banho) o ator consegue criar uma boa atmosfera em torno do seu personagem.
Terror em Amityville (The Amityville Horror, Estados Unidos, 1979) Direção Stuart Rosenberg / Roteiro Sandor Stern / Elenco: James Brolin, Brad Davis, Margot Kidder, Rod Steiger, Don Stroud e Murray Hamilton / Sinopse: Família se muda para uma casa onde ocorreu um terrível crime em que o filho matou seus pais e seus irmãos a tiros. Após alguns dias na nova moradia eles começam a perceber a presença de estranhos eventos no local.
Pablo Aluísio.
Terror em Amityville (The Amityville Horror, Estados Unidos, 1979) Direção Stuart Rosenberg / Roteiro Sandor Stern / Elenco: James Brolin, Brad Davis, Margot Kidder, Rod Steiger, Don Stroud e Murray Hamilton / Sinopse: Família se muda para uma casa onde ocorreu um terrível crime em que o filho matou seus pais e seus irmãos a tiros. Após alguns dias na nova moradia eles começam a perceber a presença de estranhos eventos no local.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 23 de abril de 2025
O Exorcista III
Esse filme é um dos mais subestimados da história do cinema americano. "O Exorcista 2 - O Herege" foi uma das maiores porcarias da franquia, por isso muita gente não foi ver esse terceiro filme da série "O Exorcista". Perderam muito. O fato, e digo isso sem favor algum, é que "O Exorcista III" é um filmão! Na verdade o filme deveria se chamar "The Legion" pois o roteiro foi adaptado desse livro de terror escrito por William Peter Blatty, o mesmo que escreveu o clássico "O Exorcista". No meio das filmagens os produtores decidiram que ele iria chegar nas telas de cinema como "O Exorcista III" por causa da força do nome comercial.
O filme conta a história de uma investigação policial a cargo do detetive Kinderman (George C. Scott). Várias pessoas são encontradas mortas, decapitadas e com sinais de que foram realizados rituais religiosos durante os assassinatos. Entre os mortos estão dois padres e um adolescente. Conforme as investigações avançam o velho policial vai encontrando semelhanças com o modo de agir de um antigo serial killer. O problema é que ele está morto há anos. E um louco insano, internado em um hospício, parece ter as respostas que o velho policial tanto procura.
"O Exorcista III" aposta com muito sucesso em um terror psicológico de primeira linha. Há uma longa cena, dentro de um quarto de manicômio, entre os atores Brad Dourif e George C. Scott, que verdadeiramente me impressionou. Tudo construído apenas no talento dos atores e na força de diálogos mais do que afiados. Um show de interpretação! O interessante é que após as filmagens o estúdio decidiu que um novo final seria filmado e nem isso prejudicou o filme, pelo contrário, lhe trouxe mais consistência cinematográfica. Hoje em dia as duas versões, a do diretor e a do estúdio, estão disponíveis em DVD. Enfim, posso dizer que esse filme merece ser mais reconhecido nos dias de hoje. Com roteiro inteligente (o mais complexo da franquia, para dizer a verdade) e um elenco de grandes atores em cena, "O Exorcista III" é uma pequena obra prima do gênero terror. Merece lugar de destaque em sua coleção.
O Exorcista III (The Exorcist III, Estados Unidos, 1990) Direção: William Peter Blatty / Roteiro: William Peter Blatty / Elenco: George C. Scott, Ed Flanders, Brad Dourif, Nicol Williamson, Scott Wilson, Nancy Fish / Sinopse: Um veterano policial precisa investigar uma série de assassinatos com aparente motivação religiosa. E para sua surpresa, todas as respostas parecem estar com um louco insano aprisionado em um manicômio judiciário. Filme premiado na categoria de melhor roteiro pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films.
Pablo Aluísio.
O filme conta a história de uma investigação policial a cargo do detetive Kinderman (George C. Scott). Várias pessoas são encontradas mortas, decapitadas e com sinais de que foram realizados rituais religiosos durante os assassinatos. Entre os mortos estão dois padres e um adolescente. Conforme as investigações avançam o velho policial vai encontrando semelhanças com o modo de agir de um antigo serial killer. O problema é que ele está morto há anos. E um louco insano, internado em um hospício, parece ter as respostas que o velho policial tanto procura.
"O Exorcista III" aposta com muito sucesso em um terror psicológico de primeira linha. Há uma longa cena, dentro de um quarto de manicômio, entre os atores Brad Dourif e George C. Scott, que verdadeiramente me impressionou. Tudo construído apenas no talento dos atores e na força de diálogos mais do que afiados. Um show de interpretação! O interessante é que após as filmagens o estúdio decidiu que um novo final seria filmado e nem isso prejudicou o filme, pelo contrário, lhe trouxe mais consistência cinematográfica. Hoje em dia as duas versões, a do diretor e a do estúdio, estão disponíveis em DVD. Enfim, posso dizer que esse filme merece ser mais reconhecido nos dias de hoje. Com roteiro inteligente (o mais complexo da franquia, para dizer a verdade) e um elenco de grandes atores em cena, "O Exorcista III" é uma pequena obra prima do gênero terror. Merece lugar de destaque em sua coleção.
O Exorcista III (The Exorcist III, Estados Unidos, 1990) Direção: William Peter Blatty / Roteiro: William Peter Blatty / Elenco: George C. Scott, Ed Flanders, Brad Dourif, Nicol Williamson, Scott Wilson, Nancy Fish / Sinopse: Um veterano policial precisa investigar uma série de assassinatos com aparente motivação religiosa. E para sua surpresa, todas as respostas parecem estar com um louco insano aprisionado em um manicômio judiciário. Filme premiado na categoria de melhor roteiro pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 16 de abril de 2025
Drácula (1931)
É incrível, mas eu nunca havia assistido a esse clássico do terror. Essa produção de 1931 foi a primeira adaptação autorizada do livro de Bram Stoker para o cinema americano. Também foi uma das mais importantes obras cinematográficas na transposição desse famoso personagem para as telas. O curioso é que o filme teve muitos problemas de produção. A Universal Pictures não queria investir muito dinheiro. Por isso contratou basicamente o mesmo elenco da peça na Broadway. Foi um acerto. Tanto Bela Lugosi (na pele do Conde Drácula), como Edward Van Sloan (que interpretava Van Helsing), estavam muito entrosados quando o filme começou a ser rodado. Eles basicamente apenas repetiram o que vinham fazendo nos palcos. O cinema mudo estava desaparecendo e a possibilidade do uso do som foi uma revolução e tanto. E eles tinham ótimos diálogos para seus personagens. Aliás é bom lembrar que esse foi um dos primeiros filmes falados da história.
O diretor Tod Browning fez um bom trabalho, principalmente na questão envolvendo a direção de arte do filme, como também nos cenários, figurinos, etc. Ele deu um visual ao vampiro que seria imitado por décadas e décadas. Algumas cenas, como a do grande salão do castelo de Drácula, até hoje impressionam pela beleza gótica. E pensar que essa primeira versão foi realizada com pouco dinheiro e com um diretor que não conseguiu terminar o filme porque o prazo estourou e ele teve que ir para outro lugar, para começar um outro filme pelo qual tinha assinado contrato. Quem terminou as filmagens foi Karl Freund, que também ajudou na sala de edição, criando assim um corte final rápido e sem excessos, trazendo muita agilidade para o filme de uma maneira em geral.
Em relação à teatralidade de certos momentos, principalmente nos gestos bem teatrais de Bela Lugosi, isso obviamente foi fruto de suas origens, pois ele na época era um ator de teatro. Seu visual estranho, seu sotaque húngaro, tudo se encaixou perfeitamente com a proposta de interpretar esse estranho conde. Outro aspecto digno de nota é que os produtores cortaram todas as cenas que pudessem ser consideradas violentas demais. Por isso o filme traz uma curiosa característica. O Drácula de Lugosi morde suas vítimas, mas isso nunca é mostrado no filme. Tudo fica apenas na sugestão e na imaginação do espectador. Também não se vê presas de vampiro. Para os executivos da Universal da época isso seria de muito mau gosto. Mal sabiam que o estava por vir nas décadas seguintes. Enfim, esse Drácula pioneiro do cinema é item obrigatório para quem se interessa pela história do cinema. O filme captou o nascimento nas telas de um dos personagens mais marcantes da sétima arte.
Drácula (Dracula, Estados Unidos, 1931) Direção: Tod Browning, Karl Freund / Roteiro: Hamilton Deane, baseado na obra escrita por Bram Stoker / Elenco: Bela Lugosi, Edward Van Sloan, Helen Chandler, David Manners / Sinopse: Um estranho nobre chamado Conde Drácula (Lugosi) viaja até Londres e acaba se interessando pela jovem Mina. Desconfiado de sua verdadeira natureza, o professor Van Helsing (Van Sloan) decide confrontar aquela estranha criatura que ele acredita ser um vampiro.
Pablo Aluísio.
O diretor Tod Browning fez um bom trabalho, principalmente na questão envolvendo a direção de arte do filme, como também nos cenários, figurinos, etc. Ele deu um visual ao vampiro que seria imitado por décadas e décadas. Algumas cenas, como a do grande salão do castelo de Drácula, até hoje impressionam pela beleza gótica. E pensar que essa primeira versão foi realizada com pouco dinheiro e com um diretor que não conseguiu terminar o filme porque o prazo estourou e ele teve que ir para outro lugar, para começar um outro filme pelo qual tinha assinado contrato. Quem terminou as filmagens foi Karl Freund, que também ajudou na sala de edição, criando assim um corte final rápido e sem excessos, trazendo muita agilidade para o filme de uma maneira em geral.
Em relação à teatralidade de certos momentos, principalmente nos gestos bem teatrais de Bela Lugosi, isso obviamente foi fruto de suas origens, pois ele na época era um ator de teatro. Seu visual estranho, seu sotaque húngaro, tudo se encaixou perfeitamente com a proposta de interpretar esse estranho conde. Outro aspecto digno de nota é que os produtores cortaram todas as cenas que pudessem ser consideradas violentas demais. Por isso o filme traz uma curiosa característica. O Drácula de Lugosi morde suas vítimas, mas isso nunca é mostrado no filme. Tudo fica apenas na sugestão e na imaginação do espectador. Também não se vê presas de vampiro. Para os executivos da Universal da época isso seria de muito mau gosto. Mal sabiam que o estava por vir nas décadas seguintes. Enfim, esse Drácula pioneiro do cinema é item obrigatório para quem se interessa pela história do cinema. O filme captou o nascimento nas telas de um dos personagens mais marcantes da sétima arte.
Drácula (Dracula, Estados Unidos, 1931) Direção: Tod Browning, Karl Freund / Roteiro: Hamilton Deane, baseado na obra escrita por Bram Stoker / Elenco: Bela Lugosi, Edward Van Sloan, Helen Chandler, David Manners / Sinopse: Um estranho nobre chamado Conde Drácula (Lugosi) viaja até Londres e acaba se interessando pela jovem Mina. Desconfiado de sua verdadeira natureza, o professor Van Helsing (Van Sloan) decide confrontar aquela estranha criatura que ele acredita ser um vampiro.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 9 de abril de 2025
Jogos Mortais
Dentre as franquias de terror atuais uma das trajetórias mais curiosas foi a de “Jogos Mortais”. O primeiro filme era uma produção independente, de orçamento praticamente mínimo, com atores desconhecidos do grande público que conseguiu chamar atenção no concorrido Sundance Festival, aquele mesmo mantido pelo ator Robert Redford que funciona como um grande incentivo e promoção para filmes pequenos, independentes, procurando por distribuidores que aceitem lançar as películas em nível nacional. “Jogos Mortais” chamou logo a atenção por causa de seu roteiro singular e trama instigante. Além disso era extremamente violento o que chocou algumas pessoas em suas primeiras exibições. Quase todo o filme era ambientado em um só lugar: um banheiro imundo onde dois homens tentavam fugir da armadilha em que estavam encurralados. Ao seu lado jazia um corpo já em decomposição. Mas afinal de contas como eles foram parar lá? Eles teriam algo em comum? Quem os teria colocado naquela situação aflitiva?
Após alguns momentos eles descobrem que o cadáver tem em uma das mãos um pequeno gravador. Intrigados os dois acorrentados resolvem ouvir o que a fita tem a dizer e descobrem finalmente que estão em um verdadeiro jogo mortal, arquitetado e planejado por uma mente doentia pertencente ao serial killer Jigsaw (Tobin Bell). Não é preciso dizer que assim que “Jogos Mortais” foi bancado por um grande estúdio e ganhou lançamento nacional (e internacional) ele logo virou uma febre entre os fãs de filmes de terror. Era de fato um filme diferente, extremo, gore, que não fazia concessões. O sucesso foi espetacular. Não era para menos pois há tempos não aparecia um personagem tão marcante como Jigsaw, um assassino extremamente inteligente e ardiloso que colocava suas vitimas em situações limites, onde a chance de escapar tinha que passar por decisões horríveis por parte das vítimas. Era um jogo sádico, visceral, que expunha todas as hipocrisias das vidas dos que entravam nessa sinistra situação. Depois que “Jogos Mortais” virou um grande sucesso de bilheteria se tornou uma das franquias mais rentáveis e lucrativas do cinema americano contabilizando até o momento seis seqüências. Falaremos dessas continuações no momento oportuno. Por enquanto fica a dica de “Saw” uma das melhores produções surgidas no cinema de terror nos últimos anos.
Jogos Mortais (Saw, Estados Unidos, 2004) Direção: James Wan / Roteiro: Leigh Whannell, James Wan / Elenco: Tobin Bell, Leigh Whannell, Cary Elwes, Danny Glover / Sinopse: Dois homens caem em uma armadilha mortal montada por Jigsaw (Tobin Bell), um verdadeiro jogo mortal do qual dificilmente sairão vivos.
Pablo Aluísio.
Após alguns momentos eles descobrem que o cadáver tem em uma das mãos um pequeno gravador. Intrigados os dois acorrentados resolvem ouvir o que a fita tem a dizer e descobrem finalmente que estão em um verdadeiro jogo mortal, arquitetado e planejado por uma mente doentia pertencente ao serial killer Jigsaw (Tobin Bell). Não é preciso dizer que assim que “Jogos Mortais” foi bancado por um grande estúdio e ganhou lançamento nacional (e internacional) ele logo virou uma febre entre os fãs de filmes de terror. Era de fato um filme diferente, extremo, gore, que não fazia concessões. O sucesso foi espetacular. Não era para menos pois há tempos não aparecia um personagem tão marcante como Jigsaw, um assassino extremamente inteligente e ardiloso que colocava suas vitimas em situações limites, onde a chance de escapar tinha que passar por decisões horríveis por parte das vítimas. Era um jogo sádico, visceral, que expunha todas as hipocrisias das vidas dos que entravam nessa sinistra situação. Depois que “Jogos Mortais” virou um grande sucesso de bilheteria se tornou uma das franquias mais rentáveis e lucrativas do cinema americano contabilizando até o momento seis seqüências. Falaremos dessas continuações no momento oportuno. Por enquanto fica a dica de “Saw” uma das melhores produções surgidas no cinema de terror nos últimos anos.
Jogos Mortais (Saw, Estados Unidos, 2004) Direção: James Wan / Roteiro: Leigh Whannell, James Wan / Elenco: Tobin Bell, Leigh Whannell, Cary Elwes, Danny Glover / Sinopse: Dois homens caem em uma armadilha mortal montada por Jigsaw (Tobin Bell), um verdadeiro jogo mortal do qual dificilmente sairão vivos.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 2 de abril de 2025
Alien - O Oitavo Passageiro
Esse foi o primeiro filme de uma longa linhagem de continuações – algumas interessantes, outras medianas e as últimas geralmente péssimas, principalmente às que foram realizadas sob a bandeira “Aliens Vs Predador”. Meros caça-níqueis. Mas não vamos perder muito tempo com isso. O importante aqui é relembrar desse primeiro filme, o original, que é sempre lembrado como uma das melhores ficções cientificas da história do cinema. “Alien O Oitavo Passageiro” conseguia unir em um mesmo filme, ficção e terror com raro brilhantismo. Não é, como alguns pensam, apenas mais uma produção de monstros, muito longe disso.
O roteiro lidava muito bem com a possibilidade de um dia o homem explorar comercialmente o universo e nesse processo encontrar outras formas de vida (inclusive hostis). A nave espacial do filme não é uma nave de batalha intergaláctica que dispara raios pelo espaço! Longe disso, era um rebocador comercial, uma espaçonave pertencente a uma empresa privada de exploração de minas em outros planetas. Os sete tripulantes, em última instância, são trabalhadores, verdadeiros astronautas operários, que acabam lidando com uma situação extrema ao perceberem que não são as únicas entidades biológicas presentes naquele ambiente. Após atender um chamado de socorro em uma planeta distante um dos tripulantes acaba sendo infectado, trazendo uma entidade desconhecida para dentro de sua nave. Há um intruso, aquele que é chamado ironicamente de “o oitavo passageiro”.
O filme causou sensação em seu lançamento justamente por causa desse estilo mais realista, fora da fantasia que reinava nas produções de ficção da época (vide “Guerra nas Estrelas”). Ridley Scott literalmente transforma a nave espacial numa camisa de força, ou em um verdadeiro caixão de metal pois dentro dos limites da espaçonave se travará uma batalha pela vida e morte pela sobrevivência da entidade biológica mais forte, confirmando de certa forma as teorias Darwinistas da sobrevivência da espécie mais apta, mais resistente. Seleção natural em estado bruto. Homem vs Alien. O tom do filme é de puro pessimismo, gerando uma sensação de claustrofobia e desconforto que incomoda o espectador. Curiosamente a atriz Veronica Cartwright iria inicialmente interpretar a personagem principal, a tenente Ripley, mas Ridley Scott após algumas semanas pediu aos produtores que fosse contratada Sigourney Weaver, uma atriz de porte alto e elegante que cairia melhor no papel. A decisão como se sabe foi das mais acertadas pois esse acabou se tornando o personagem mais marcante da carreira de Weaver em toda a sua filmografia. Como a Academia sempre foi cautelosa em premiar filmes de ficção cientifica nas principais categorias restou a “Alien, o Oitavo Passageiro” o prêmio de Melhores Efeitos Visuais, ganhando ainda a indicação na categoria de Melhor Direção de Arte. Não faz mal, o filme ainda é um marco no gênero, com ou sem o reconhecimento do Oscar.
Alien, O Oitavo Passageiro (Alien, Estados Unidos, 1979) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Dan O'Bannon / Elenco: Sigourney Weaver, Tom Skerritt, Veronica Cartwright, Harry Dean Stanton, John Hurt, Ian Holm, Yaphet Kotto, Bolaji Badejo, Helen Horton / Sinopse: Tripulantes de uma nave espacial são atacados por uma estranha criatura parasita que toma posse do corpo de um dos membros da equipe. Agora, presos dentro da espaçonave, terão que enfrentar o estranho Alien. E que o mais forte sobreviva.
Pablo Aluísio.
O filme causou sensação em seu lançamento justamente por causa desse estilo mais realista, fora da fantasia que reinava nas produções de ficção da época (vide “Guerra nas Estrelas”). Ridley Scott literalmente transforma a nave espacial numa camisa de força, ou em um verdadeiro caixão de metal pois dentro dos limites da espaçonave se travará uma batalha pela vida e morte pela sobrevivência da entidade biológica mais forte, confirmando de certa forma as teorias Darwinistas da sobrevivência da espécie mais apta, mais resistente. Seleção natural em estado bruto. Homem vs Alien. O tom do filme é de puro pessimismo, gerando uma sensação de claustrofobia e desconforto que incomoda o espectador. Curiosamente a atriz Veronica Cartwright iria inicialmente interpretar a personagem principal, a tenente Ripley, mas Ridley Scott após algumas semanas pediu aos produtores que fosse contratada Sigourney Weaver, uma atriz de porte alto e elegante que cairia melhor no papel. A decisão como se sabe foi das mais acertadas pois esse acabou se tornando o personagem mais marcante da carreira de Weaver em toda a sua filmografia. Como a Academia sempre foi cautelosa em premiar filmes de ficção cientifica nas principais categorias restou a “Alien, o Oitavo Passageiro” o prêmio de Melhores Efeitos Visuais, ganhando ainda a indicação na categoria de Melhor Direção de Arte. Não faz mal, o filme ainda é um marco no gênero, com ou sem o reconhecimento do Oscar.
Alien, O Oitavo Passageiro (Alien, Estados Unidos, 1979) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Dan O'Bannon / Elenco: Sigourney Weaver, Tom Skerritt, Veronica Cartwright, Harry Dean Stanton, John Hurt, Ian Holm, Yaphet Kotto, Bolaji Badejo, Helen Horton / Sinopse: Tripulantes de uma nave espacial são atacados por uma estranha criatura parasita que toma posse do corpo de um dos membros da equipe. Agora, presos dentro da espaçonave, terão que enfrentar o estranho Alien. E que o mais forte sobreviva.
Pablo Aluísio.
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