quarta-feira, 6 de agosto de 2025

O Lobisomem

O Lobisomem
A infância de Lawrence Talbot terminou na noite em que sua mãe morreu. Depois disso ele deixa a aldeia vitoriana de Blackmoor em direção ao futuro. Muitos anos depois retorna porque o corpo de seu irmão foi brutalmente assassinado e ele quer encontrar o verdadeiro assassino que fez aquela monstruosidade. Após algumas investigações descobre um terrível destino reservado para si mesmo. O fato é que alguém ou alguma coisa com uma força descomunal e insaciável sede de sangue está matando os aldeões. Um inspetor da Scotland Yard é então enviado para a região e descobre algo além da imaginação. Eis  o resumo da história. A intenção do filme fica clara logo nos primeiros momentos. É uma tentativa de homenagear o clássico "O Lobisomem" da década de 1940. O enredo é praticamente o mesmo, só que melhor desenvolvido. Os personagens são os mesmos e clima do filme original foi recriado com as técnicas modernas. Não gosto de remakes mas esse filme sinceramente achei bem intencionado em seus propósitos. 

Some-se a isso a bela direção de arte (realmente de primeira classe) e um bom elenco e você terá no mínimo uma diversão honesta. Perceba que a maquiagem procurou resgatar o design do monstro mostrado no primeiro filme. Esse também é outro ponto positivo pois os realizadores poderiam muito bem partir para algo diferente, mais exagerado, um monstro digital, por exemplo. Ao invés disso optaram sabiamente por uma técnica mais analógica o que acabou trazendo mais realismo para as cenas dessa produção. Também gostei de todo o elenco, sem exceções. Benicio Del Toro tem o tipo ideal para seu papel, um sujeito de traços marcantes que esconde algo sinistro em sua vida pessoal. Anthony Hopkins também está ótimo, incorporando maneirismos que nos lembram sutilmente de feras selvagens e por fim temos Emily Blunt, muito bem equilibrada entre a beleza e a força de sua personagem. Dessa maneira "The Wolfman" é sem a menor sombra de dúvida uma ótima diversão, esqueça os críticos mal humorados e se divirta. 

O Lobisomem (The Wolfman, Estados Unidos, 2010) Estúdio: Universal Pictures, Relativity Media / Direção: Joe Johnston / Roteiro: Andrew Kevin Walker, David Self / Elenco: Benicio Del Toro, Anthony Hopkins, Emily Blunt / Sinopse: O filme conta a história de um homem amaldiçoado pela lua cheia, onde passa a se transformar em uma besta assassina, um lobisomem. 

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de agosto de 2025

Transformers

Título no Brasil: Transformers
Título Original: Transformers
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG, Paramount Pictures
Direção: Michael Bay
Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman
Elenco: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel

Sinopse:
Estranhos seres espaciais pertencentes a uma raça de máquinas resolvem invadir o planeta Terra para impor sua dominação sobre a frágil e tecnologicamente indefesa raça humana. Do lado do bem surgem os Autobots e do lado do mal os Decepticons. No meio deles um adolescente meio boboca e sua namorada gostosona completam o enredo desse sucesso comercial baseado nos famosos brinquedos dos anos 80.

Comentários:
Spielberg disponibilizou 150 milhões de dólares para a produção desse filme. Inicialmente ele iria dirigir mas depois pensou melhor e percebeu que não seria nada bom para seu prestígio de cineasta sério emprestar seu nome para algo assim tão rasteiro. Não há como negar, "Transformers" se resume a uma sucessão sem fim de cenas de computação gráfica de última geração e... nada mais. Não adianta procurar por roteiro, atuação ou relevância artística nesse tipo de filme. É cinema pipoca adolescente elevado à nona potência! Já que o negócio era explosão, Spielberg chamou o pirotécnico Michael Bay para mandar tudo pelos ares de uma vez por todas! Isso ajuda a distrair um pouco o tempo (longo demais) que esse filme leva para terminar. Ah, a beleza da Megan Fox também ajuda! Morenaça de olhos azuis e exalando sensualidade por todos os poros de seu lindo corpão, ela logo se torna outra razão para ver esse tipo de coisa. Obviamente que como atriz ela é um grande zero à esquerda mas quem se importa com isso afinal de contas? Deslique o cérebro, tape os ouvidos, abra os olhos e boa sorte!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Aliens - O Resgate

Revi ontem esse pequeno clássico da ficção. Na verdade me lembro de ter assistido o filme no cinema, em seu lançamento original. Depois disso devo ter revisto na TV e foi só. Provavelmente fazia mais de 20 anos que tinha visto pela última vez. A mente esquece e muitas vezes ao revermos filmes assim e tudo volta soar como boa novidade - pelo menos em nossa mente esquecida. O filme continua muito bom, muito bem realizado. E para minha surpresa resistiu bem ao tempo, coisa rara em filmes de ficção. Os efeitos especiais não envelheceram, a não ser em pequenos trechos, pontuais, quando as naves sondam o planeta infestado pelos aliens. Alguns detalhes do enredo havia esquecido. Por exemplo, quando o filme começa a Ripley (Sigourney Weaver) descobre que ficou 57 anos hibernando em sua pequena nave de fuga. O filme assim começa onde "Alien, o Oitavo Passageiro" terminou. Ela fugiu da nave mãe e ficou vagando pelo espaço. Agora é resgatada, quase por acaso, por um missão de exploradores. Aliás detalhe importante: no mesmo planeta onde tudo aconteceu no primeiro filme a companhia mineradora fundou uma colônia com mais de 150 habitantes. Claro, péssima ideia.

E é justamente para lá que Ripley retorna após a companhia descobrir que os colonos não entraram mais em contato. O que aconteceu? A tenente então desce novamente naquele lugar esquecido, mas dessa ela não está só. Agora vai com um grupo de fuzileiros altamente armados. E aqui vem o grande diferencial do primeiro filme para esse segundo. O diretor James Cameron deixou o clima de suspense do "Oitavo Passageiro" de lado e investiu na ação, na porrada. Afinal nessa época a moda era mesmo os filmes de ação como "Rambo" e "Comando Para Matar". Sim, Cameron injetou muitos litros de testosterona em seu filme.

Outro aspecto que o diretor turbinou foi a concepção dos próprios aliens. Agora não existe apenas um alienígena, mas dezenas deles, todos provindos de um ninho de aliens. Aliás Cameron também colocou na jogada a própria rainha-mãe das criaturas, que vê desesperada a Ripley tocando fogo em seus ovos com um lança-chamas. Porém temos que dizer também que o filme não é apenas porrada e ação. James Cameron em seu roteiro criou também a personagem de uma menina, a única sobrevivente da colônia. Ela serviu para trazer mais humanidade para Ripley. E também abriu um aspecto subliminar interessante no enredo, mostrando dois lados maternais, a da própria Ripley e obviamente a da rainha-mãe dos aliens. Tudo sutilmente jogado enquanto o massacre de aliens e humanos acontece. "Aliens, o Resgate" é bem isso, tudo potencializado, tudo elevado à nona potência.É seguramente o filme mais violento da série.

Aliens, o Resgate (Aliens, Estados Unidos, 1986) Direção: James Cameron / Roteiro: James Cameron, David Giler / Elenco: Sigourney Weaver, Michael Biehn, Carrie Henn, Paul Reiser, Lance Henriksen, Bill Paxton / Sinopse: Após ficar décadas vagando pelo espaço, Ripley (Weaver) é resgatada. Após se recuperar decide partir para uma missão de resgate no planeta onde tudo aconteceu no primeiro filme. Lá a companhia fundou uma colônia de humanos, que agora não entra mais em contato. A missão de Ripley e seus fuzileiros é descobrir o que teria acontecido. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Sonoros (Don Sharpe) e Melhores Efeitos Especiais (Stan Winston, Robert Skotak, John Richardson e Suzanne M. Benson).

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de julho de 2025

A Hora do Espanto

Charley Brewster (William Ragsdale) é um típico jovem americano que começa a desconfiar dos estranhos hábitos de seu novo vizinho, o misterioso e charmoso  Jerry Dandrige (Chris Sarandon). Após investigar por conta própria ele acaba descobrindo que Jerry é na verdade um vampiro, igual aos que vê todas as noites nos filmes da TV. Sem saber o que fazer pede ajuda a  Peter Vincent (Roddy McDowall), um ator decadente que apresenta um programa que exibe velhas produções de terror. Claro que essa ideia não dará muito certo!

Esse filme segue sendo um dos melhores feitos na década de 80. Quem foi jovem na época lembra do grande sucesso que fez, a tal ponto que deu origem a uma série de filmes genéricos, que inclusive imitavam seu título original. A premissa também tinha tudo a ver com os anos 80. Naquela época havia uma série de programas na TV, ou melhor dizendo, sessões de filmes, geralmente sendo exibidos nas madrugadas, que eram apresentados por atores veteranos do terror. Quem aqui no Brasil não se lembra do Cine Trash? Era bem nessa linha. Por isso o roteiro brincava bastante com essa situação, a de um jovem comum, que curtia esses filmes de horror e que de repente descobria que havia um vampiro de verdade se mudando para a casa ao lado!

Muito divertida essa ideia. Depois ele ia descobrindo mais e mais coisas e acabava pedindo ajuda a um apresentador de programas como as que eu falei, sessões de filmes porcarias, exibidos madrugadas adentro. Só que obviamente o sujeito era apenas um ator e não um caçador de vampiros! O mais legal desse ícone do terror 80´s é que todo o elenco está afinadíssimo em cena. A começar por Chris Sarandon como o vampiro, retomando todo aquele charme antigo dos monstros da Hammer. Charmoso e perigoso, ele se leva à sério em um filme que tinha duplo objetivo: fazer rir e dar sustos! Assim "A Hora do Espanto", o original e não suas refilmagens sem graça, ainda continua à prova do tempo, mesmo que seus efeitos especiais tenham envelhecido, nada consegue estragar essa produção verdadeiramente atemporal. Tudo envolvido agora com um delicioso saber de nostalgia.

A Hora do Espanto (Fright Night, Estados Unidos, 1985) Estúdio: Columbia Pictures / Direção: Tom Holland / Roteiro: Tom Holland / Elenco: Chris Sarandon, William Ragsdale, Amanda Bearse,  Roddy McDowall, Stephen Geoffreys, Jonathan Stark / Sinopse: Para seu espanto, jovem fã de filmes de horror de baixo orçamento descobre que seu novo vizinho é na verdade um vampiro! Filme premiado no Avoriaz Fantastic Film Festival na categoria de Melhor Direção (Tom Holland).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

A Hora do Pesadelo 3

Título no Brasil: A Hora do Pesadelo 3 
Título Original: A Nightmare on Elm Street 3 - Dream Warriors
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Chuck Russell
Roteiro: Wes Craven, Bruce Wagner 
Elenco: Heather Langenkamp, Robert Englund, Craig Wasson
  
Sinopse:
Sobreviventes do psicopata Freddy Krueger (Robert Englund), que ataca suas vítimas em seus próprios sonhos, aprendem a lidar e lutar contra o monstro em seu próprio campo de batalha, a mente de jovens indefesos. Filme vencedor do Festival Fantasporto na categoria de Melhor Direção. Também indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Terror, Melhor Ator Coadjuvante (Robert Englund) e Melhor Maquiagem (equipe formada por Kevin Yagher, Mark Shostrom e R. Christopher Biggs). 

Comentários:
Bom, o show não pode parar. Assim a New Line colocou no mercado o terceiro filme do famoso psicopata Freddy Krueger (que mais uma vez seria interpretado com maestria pelo bom ator Robert Englund - um sujeito que nem precisava de maquiagem para parecer ameaçador). No elenco também uma curiosidade e tanto, a presença de uma jovem Patricia Arquette no papel de Kristen Parker. O roteiro foi novamente escrito por Wes Craven que, anos depois, confessaria que não havia gostado do que ele próprio havia escrito e que por isso havia indicado ao estúdio o nome do jovem diretor Chuck Russell. Esse acabou sendo seu primeiro filme em uma carreira que depois despontaria com filmes de sucesso como "O Máskara", "Queima de Arquivo" e "O Escorpião Rei". Inteligente e inventivo o diretor ousaria até mesmo a rodar um remake inspirado nos antigos filmes Sci-fi dos anos 1950 intitulado "A Bolha Assassina". Com um orçamento de 4 milhões e meio de dólares ele aqui dirigiu um bom filme da franquia Krueger, embora tenha também sofrido algumas críticas por causa do ritmo oscilante do filme, ora excessivamente rápido, ora se arrastando em lerdeza. De uma maneira ou outra para quem curtia Freddy Krueger não havia mesmo maiores problemas para reclamar. É um bom terror com a cara dos anos 1980.

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de julho de 2025

Sexta-Feira 13 - Parte 4 - O Capítulo Final

Título no Brasil: Sexta-Feira 13 - O Capítulo Final
Título Original: Friday the 13th: The Final Chapter
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Joseph Zito
Roteiro: Victor Miller, Ron Kurz
Elenco: Erich Anderson, Judie Aronson, Kimberly Beck

Sinopse:
Depois de ter sido mortalmente ferido e levado para o necrotério, o assassino Jason Voorhees revive de forma espontânea e embarca em uma nova matança no seu velho estilo, ao retornar para seu amado lar, Crystal Lake.

Comentários:
Esqueça o subtítulo "O Capítulo Final" já que isso foi puro marketing da Paramount. Na realidade é o quarto capítulo da franquia explorando as matanças de Jason Voorhees. Na realidade tentou-se criar um desfecho para tudo mas como os filmes continuavam muito lucrativos os executivos do estúdio resolveram jogar tudo para o alto, inclusive a lógica das tramas. O mais curioso de tudo é que entregaram a direção para o cineasta  Joseph Zito que não tinha até aquele momento nada de relevante no currículo. Depois dessa fita era de se esperar que ele começasse a rodar mais filmes de terror mas Zito se especializou mesmo em filmes de pura ação como "Braddock - O Super Comando" e "Invasão USA" (ambos com Chuck Norris na Cannon) e "Red Scorpion" com o brutamontes Dolph Lundgren (confira resenha no blog "Cine Action"). No final das contas esse "Friday the 13th: The Final Chapter" não trouxe nada de muito relevante a não ser a volta do velho Jason. Os fãs de sua saga sangrenta nem se importaram com as críticas ruins e celebraram a volta do assassino. E não há nada de errado nisso.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de julho de 2025

A Hora do Lobisomem

Stephen King criou algumas das melhores estórias de terror da literatura americana. Aqui um de seus livros mais populares ganha uma bela versão para o cinema. Inicialmente o filme foi lançado comercialmente no Brasil com o nome de “A Hora do Lobisomem”, numa clara tentativa de pegar carona no grande sucesso “A Hora do Espanto”. Como se passa em quase todos os escritos de King aqui ele resolveu revitalizar o antigo monstro clássico, o Lobisomem. Fruto de uma maldição o homem afetado por essa sinistra síndrome (também conhecida por Licantropia) vira um ser monstruoso, meio homem, meio lobo. A origem da lenda é incerta mas está presente em praticamente todas as culturas o que leva a crer que teve uma origem comum em algum momento da história da humanidade. King não foge da tradição em nenhum momento. A única forma de abater a besta é usando prata – ou para ser mais eficiente, balas de prata. Esse aliás foi o título utilizado algumas vezes quando o filme foi reprisado em nossa TV aberta (“A Hora do Lobisomem” foi bastante exibido pelo canal SBT).  Em minha opinião essa produção segue sendo uma das melhores envolvendo o monstro folclórico. Não chega ao nível de um “Lobisomem Americano em Londres” mas se destaca pela ótima trama que joga o tempo todo com a verdadeira identidade do ser amaldiçoado. Afinal quem seria o monstro? Tenho certeza que quando ele foi revelado muita gente foi pega de surpresa pois o caso é nitidamente daqueles em que o personagem está acima de qualquer suspeita!

O filme era estrelado pelo ídolo juvenil Corey Haim. Na época ele colecionava sucessos e estava no primeiro time de atores jovens de Hollywood. Infelizmente se envolveu com drogas pesadas e caiu em desgraça na carreira, vindo a falecer precocemente e de forma trágica em 2010. Sua estrela foi efêmera mas ele acabou participando de excelentes filmes da década de 80 como “A Inocência do Primeiro Amor” (ao lado do bad boy Charlie Sheen). Ao seu lado outro ator que foi a cara dos anos 80, Gary Busey. “A Hora do Lobisomem” não se destaca nem pela violência e nem pelos efeitos especiais (que hoje em dia soam realmente ultrapassados). O diferencial aqui está, como já afirmei, em uma trama muito bem arquitetada, fruto da genialidade de Stephen King. Produção barata, filmada no interior dos EUA (Carolina do Norte) conseguiu se destacar como um bom momento do cinema de terror daqueles anos. Passou longe de alcançar uma bilheteria tão expressiva como a de “A Hora do Espanto” mas mesmo assim fez diferença entre os filmes daquela época. Hoje merece ser revisto. King em grande forma encontra uma boa adaptação de seu texto para as telas. Não deixe de conferir e tente descobrir quem é o Lobo entre os personagens da estória.

A Hora do Lobisomem (Silver Bullet, Estados Unidos, 1985) Direção: Daniel Attias / Roteiro: Stephen King baseado em seu próprio livro / Elenco: Gary Busey, Everett McGill, Corey Haim, Megan Follows, Terry O'Quinn / Sinopse: Numa pequena cidade do interior dos EUA uma série de mortes e ataques colocam a população local em terror! Marty Coslaw (Corey Haim) é um jovem com problemas de locomoção que pretende descobrir quem é o verdadeiro lobisomem entre os moradores da região.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Amityville 2 - A Possessão

Considerado até hoje um dos melhores filmes da série Amityville. O diferencial se deve principalmente a um roteiro bem coeso, bem trabalhado, que consegue ao mesmo tempo inovar e não fugir das características dos filmes dessa franquia. Produzido por Dino de Laurentis e dirigido pelo bom cineasta  Damiano Damiani “Amityville 2” consegue manter o interesse do começo ao fim. No enredo uma nova família se muda para a famosa casa. São os Montellis. O pai é um sujeito casca grossa e durão (interpretado por Burt Young dos filmes da série Rocky). Seu filho mais velho, Sonny (Jack Magner), começa a desenvolver um comportamento estranho, errático, logo quando a família de muda para a casa. Aos poucos ele vai perdendo o pleno domínio de seus atos o que dará origem a um crime bárbaro. O interessante de “Amityville 2 - A Possessão” é que seu roteiro de certa forma é uma adaptação dos eventos reais que aconteceram na casa (tal como aqui a morte da família DeFeo foi promovida pelo filho mais velho que alegava estar possuído por forças demoníacas).

Para combater o mal chega no local o padre Adamsky (James Olson) que logo entende o que está acontecendo mas se vê de mãos atadas por não ter autorização do bispo local para promover um exorcismo que se revela mais do que necessário, vital. Seu embate com o jovem possuído rende ótimos momentos de terror. Curiosamente o filme se sai muito melhor do que “O Exorcista II – O Herege” que falhou miseravelmente como fita de exorcismo. Tudo muito mais interessante do que a continuação do grande clássico do horror que apenas se revelou um filme ruim. As cenas são bem realizadas e o argumento não apela para soluções fáceis demais. O diretor Damiano Damiani usa e abusa da chamada câmera subjetiva (onde o espectador se vê com a visão da entidade sobrenatural em primeira pessoa) com resultados mais do que satisfatórios. A produção opta pelo suspense ao invés dos efeitos especiais e só na sua cena final apela um pouco mais para a maquiagem. Isso porém não atrapalha a qualidade do filme que definitivamente é muito bom e interessante. 

Amityville 2 - A Possessão (Amityville II: The Possession, Estados Unidos, 1982) Direção: Damiano Damiani / Roteiro: Tommy Lee Wallace baseado no livro de Hans Holzer / Elenco: James Olson, Burt Young, Rutanya Alda, Jack Magner / Sinopse: Família se muda para infame casa localizada em Amityville. Após as mudanças começam a ocorrer eventos sobrenaturais no local. Para tentar combater o mal é chamado um padre que tentará exorcizar o filho mais velho que está obviamente dominado por forças do mal.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de julho de 2025

O Lobisomem de Londres

Título no Brasil: O Lobisomem de Londres
Título Original: Werewolf of London
Ano de Produção: 1935
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Stuart Walker
Roteiro: John Colton, Robert Harris
Elenco: Henry Hull, Warner Oland, Valerie Hobson

Sinopse:
O especialista em botânica Wilfred Glendon (Henry Hull) viaja até uma distante e isolada região do Tibet em busca de uma planta rara, que dá uma flor em poucos dias do ano. Uma vez lá acaba sendo atacado por um animal desconhecido e violento. Apesar dos vários ferimentos sobrevive e decide voltar a Londres. Uma vez na capital inglesa descobre que há algo muito errado com ele, pois está fadado a virar um lobisomem na próxima lua cheia. 

Comentários:
Muitos anos antes de "O Lobisomem" (1941) - considerado erroneamente como o primeiro filme sobre lobisomens do cinema americano - a Universal investiu nessa fita muito curiosa, "Werewolf of London". De certa maneira tudo o que o público veria depois no filme clássico com Lon Chaney Jr seria explorado aqui. Há todo um enredo preparando o espectador para o momento em que o protagonista finalmente vira o famoso monstro do folclore e sai atacando pelas ruas da charmosa cidade londrina (que infelizmente foi recriada em parte nos estúdios americanos de Hollywood). Obviamente que uma produção como essa, realizada nos distantes anos 1930, soará atualmente como inocente e sem maiores surpresas, mas na época tenha certeza que impressionou a muitos. A produção é B, mas tudo é compensado com um clima muito bem feito, com neblinas e sombras. Infelizmente o diretor não viveria muito para ver a influência que seu filme teria dentro do cinema de terror. Ele morreu pouco tempo depois, curiosamente no mesmo ano em que o clássico imortal sobre essa fera, "O Lobisomem", chegava nas telas de cinema com enorme sucesso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

A Múmia

Título no Brasil: A Múmia
Título Original: The Mummy
Ano de Produção: 1959
País: Inglaterra
Estúdio: Hammer Film Productions
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster
Elenco: Peter Cushing, Christopher Lee, Yvonne Furneaux

Sinopse:
Em 1895, uma equipe de arqueólogos descobre o túmulo da princesa Ananka, uma sacerdotisa egípcia. Eles são avisados ​​para não perturbarem o sono eterno dela, mas ao fazê-lo, despertam a múmia de Kharis, o sumo sacerdote que amava a princesa. Três anos depois, um egípcio, Mehemet Bey, transporta a múmia para a Inglaterra em busca de vingança contra aqueles que profanaram o túmulo de Ananka. É deixado ao filho do descobridor original desvendar o mistério e proteger sua esposa Isobel, que tem uma notável semelhança com a princesa.

Comentários:
Esqueça a moderna franquia da múmia, que mais parece um vídeo game de uma imitação de Indiana Jones. Estamos aqui na presença de mais uma pequena obra prima do estúdio inglês Hammer. O elenco já é de arrepiar os fãs do cinema clássico de terror com Peter Cushing e Christopher Lee. Essa dupla certamente fará os fãs se lembrarem dos filmes de Drácula da própria Hammer mas aqui a proposta é diferente. O roteiro procura explorar mais esse monstro, a múmia, que ao lado do conde vampiro da Transilvânia e do Lobisomem fizeram a alegria dos fãs em matinês lotadas dos anos 1950. Lee e Cushing estão impagáveis mas quem acaba roubando a cena é a direção de arte e a maquiagem do filme. O trabalho que foi feito em Christopher Lee até hoje me soa bem satisfatório. Poderia ser apenas um ator enrolado em panos de mumificação mas os maquiadores da Hammer optaram por fazer algo muito mais bem realizado. E mesmo sob fotografia colorida tudo sai muito convincente, mesmo nos dias atuais. A Hammer compensava muitas vezes orçamentos limitados com muita imaginação. Nos dias de hoje muitos irão obviamente reclamar da precariedade de certos efeitos visuais e dos figurinos do Egito Antigo mas isso deve ser deixado de lado pois a Múmia é de fato ainda muito divertido e até mesmo marcante, já que seu clima caprichado, muito bem trabalhado, compensa todas as limitações da produção do filme na época.

Pablo Aluísio.