sábado, 2 de agosto de 2025

Transformers

Título no Brasil: Transformers
Título Original: Transformers
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG, Paramount Pictures
Direção: Michael Bay
Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman
Elenco: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel

Sinopse:
Estranhos seres espaciais pertencentes a uma raça de máquinas resolvem invadir o planeta Terra para impor sua dominação sobre a frágil e tecnologicamente indefesa raça humana. Do lado do bem surgem os Autobots e do lado do mal os Decepticons. No meio deles um adolescente meio boboca e sua namorada gostosona completam o enredo desse sucesso comercial baseado nos famosos brinquedos dos anos 80.

Comentários:
Spielberg disponibilizou 150 milhões de dólares para a produção desse filme. Inicialmente ele iria dirigir mas depois pensou melhor e percebeu que não seria nada bom para seu prestígio de cineasta sério emprestar seu nome para algo assim tão rasteiro. Não há como negar, "Transformers" se resume a uma sucessão sem fim de cenas de computação gráfica de última geração e... nada mais. Não adianta procurar por roteiro, atuação ou relevância artística nesse tipo de filme. É cinema pipoca adolescente elevado à nona potência! Já que o negócio era explosão, Spielberg chamou o pirotécnico Michael Bay para mandar tudo pelos ares de uma vez por todas! Isso ajuda a distrair um pouco o tempo (longo demais) que esse filme leva para terminar. Ah, a beleza da Megan Fox também ajuda! Morenaça de olhos azuis e exalando sensualidade por todos os poros de seu lindo corpão, ela logo se torna outra razão para ver esse tipo de coisa. Obviamente que como atriz ela é um grande zero à esquerda mas quem se importa com isso afinal de contas? Deslique o cérebro, tape os ouvidos, abra os olhos e boa sorte!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Aliens - O Resgate

Revi ontem esse pequeno clássico da ficção. Na verdade me lembro de ter assistido o filme no cinema, em seu lançamento original. Depois disso devo ter revisto na TV e foi só. Provavelmente fazia mais de 20 anos que tinha visto pela última vez. A mente esquece e muitas vezes ao revermos filmes assim e tudo volta soar como boa novidade - pelo menos em nossa mente esquecida. O filme continua muito bom, muito bem realizado. E para minha surpresa resistiu bem ao tempo, coisa rara em filmes de ficção. Os efeitos especiais não envelheceram, a não ser em pequenos trechos, pontuais, quando as naves sondam o planeta infestado pelos aliens. Alguns detalhes do enredo havia esquecido. Por exemplo, quando o filme começa a Ripley (Sigourney Weaver) descobre que ficou 57 anos hibernando em sua pequena nave de fuga. O filme assim começa onde "Alien, o Oitavo Passageiro" terminou. Ela fugiu da nave mãe e ficou vagando pelo espaço. Agora é resgatada, quase por acaso, por um missão de exploradores. Aliás detalhe importante: no mesmo planeta onde tudo aconteceu no primeiro filme a companhia mineradora fundou uma colônia com mais de 150 habitantes. Claro, péssima ideia.

E é justamente para lá que Ripley retorna após a companhia descobrir que os colonos não entraram mais em contato. O que aconteceu? A tenente então desce novamente naquele lugar esquecido, mas dessa ela não está só. Agora vai com um grupo de fuzileiros altamente armados. E aqui vem o grande diferencial do primeiro filme para esse segundo. O diretor James Cameron deixou o clima de suspense do "Oitavo Passageiro" de lado e investiu na ação, na porrada. Afinal nessa época a moda era mesmo os filmes de ação como "Rambo" e "Comando Para Matar". Sim, Cameron injetou muitos litros de testosterona em seu filme.

Outro aspecto que o diretor turbinou foi a concepção dos próprios aliens. Agora não existe apenas um alienígena, mas dezenas deles, todos provindos de um ninho de aliens. Aliás Cameron também colocou na jogada a própria rainha-mãe das criaturas, que vê desesperada a Ripley tocando fogo em seus ovos com um lança-chamas. Porém temos que dizer também que o filme não é apenas porrada e ação. James Cameron em seu roteiro criou também a personagem de uma menina, a única sobrevivente da colônia. Ela serviu para trazer mais humanidade para Ripley. E também abriu um aspecto subliminar interessante no enredo, mostrando dois lados maternais, a da própria Ripley e obviamente a da rainha-mãe dos aliens. Tudo sutilmente jogado enquanto o massacre de aliens e humanos acontece. "Aliens, o Resgate" é bem isso, tudo potencializado, tudo elevado à nona potência.É seguramente o filme mais violento da série.

Aliens, o Resgate (Aliens, Estados Unidos, 1986) Direção: James Cameron / Roteiro: James Cameron, David Giler / Elenco: Sigourney Weaver, Michael Biehn, Carrie Henn, Paul Reiser, Lance Henriksen, Bill Paxton / Sinopse: Após ficar décadas vagando pelo espaço, Ripley (Weaver) é resgatada. Após se recuperar decide partir para uma missão de resgate no planeta onde tudo aconteceu no primeiro filme. Lá a companhia fundou uma colônia de humanos, que agora não entra mais em contato. A missão de Ripley e seus fuzileiros é descobrir o que teria acontecido. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Sonoros (Don Sharpe) e Melhores Efeitos Especiais (Stan Winston, Robert Skotak, John Richardson e Suzanne M. Benson).

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de julho de 2025

A Hora do Espanto

Charley Brewster (William Ragsdale) é um típico jovem americano que começa a desconfiar dos estranhos hábitos de seu novo vizinho, o misterioso e charmoso  Jerry Dandrige (Chris Sarandon). Após investigar por conta própria ele acaba descobrindo que Jerry é na verdade um vampiro, igual aos que vê todas as noites nos filmes da TV. Sem saber o que fazer pede ajuda a  Peter Vincent (Roddy McDowall), um ator decadente que apresenta um programa que exibe velhas produções de terror. Claro que essa ideia não dará muito certo!

Esse filme segue sendo um dos melhores feitos na década de 80. Quem foi jovem na época lembra do grande sucesso que fez, a tal ponto que deu origem a uma série de filmes genéricos, que inclusive imitavam seu título original. A premissa também tinha tudo a ver com os anos 80. Naquela época havia uma série de programas na TV, ou melhor dizendo, sessões de filmes, geralmente sendo exibidos nas madrugadas, que eram apresentados por atores veteranos do terror. Quem aqui no Brasil não se lembra do Cine Trash? Era bem nessa linha. Por isso o roteiro brincava bastante com essa situação, a de um jovem comum, que curtia esses filmes de horror e que de repente descobria que havia um vampiro de verdade se mudando para a casa ao lado!

Muito divertida essa ideia. Depois ele ia descobrindo mais e mais coisas e acabava pedindo ajuda a um apresentador de programas como as que eu falei, sessões de filmes porcarias, exibidos madrugadas adentro. Só que obviamente o sujeito era apenas um ator e não um caçador de vampiros! O mais legal desse ícone do terror 80´s é que todo o elenco está afinadíssimo em cena. A começar por Chris Sarandon como o vampiro, retomando todo aquele charme antigo dos monstros da Hammer. Charmoso e perigoso, ele se leva à sério em um filme que tinha duplo objetivo: fazer rir e dar sustos! Assim "A Hora do Espanto", o original e não suas refilmagens sem graça, ainda continua à prova do tempo, mesmo que seus efeitos especiais tenham envelhecido, nada consegue estragar essa produção verdadeiramente atemporal. Tudo envolvido agora com um delicioso saber de nostalgia.

A Hora do Espanto (Fright Night, Estados Unidos, 1985) Estúdio: Columbia Pictures / Direção: Tom Holland / Roteiro: Tom Holland / Elenco: Chris Sarandon, William Ragsdale, Amanda Bearse,  Roddy McDowall, Stephen Geoffreys, Jonathan Stark / Sinopse: Para seu espanto, jovem fã de filmes de horror de baixo orçamento descobre que seu novo vizinho é na verdade um vampiro! Filme premiado no Avoriaz Fantastic Film Festival na categoria de Melhor Direção (Tom Holland).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

A Hora do Pesadelo 3

Título no Brasil: A Hora do Pesadelo 3 
Título Original: A Nightmare on Elm Street 3 - Dream Warriors
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Chuck Russell
Roteiro: Wes Craven, Bruce Wagner 
Elenco: Heather Langenkamp, Robert Englund, Craig Wasson
  
Sinopse:
Sobreviventes do psicopata Freddy Krueger (Robert Englund), que ataca suas vítimas em seus próprios sonhos, aprendem a lidar e lutar contra o monstro em seu próprio campo de batalha, a mente de jovens indefesos. Filme vencedor do Festival Fantasporto na categoria de Melhor Direção. Também indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Terror, Melhor Ator Coadjuvante (Robert Englund) e Melhor Maquiagem (equipe formada por Kevin Yagher, Mark Shostrom e R. Christopher Biggs). 

Comentários:
Bom, o show não pode parar. Assim a New Line colocou no mercado o terceiro filme do famoso psicopata Freddy Krueger (que mais uma vez seria interpretado com maestria pelo bom ator Robert Englund - um sujeito que nem precisava de maquiagem para parecer ameaçador). No elenco também uma curiosidade e tanto, a presença de uma jovem Patricia Arquette no papel de Kristen Parker. O roteiro foi novamente escrito por Wes Craven que, anos depois, confessaria que não havia gostado do que ele próprio havia escrito e que por isso havia indicado ao estúdio o nome do jovem diretor Chuck Russell. Esse acabou sendo seu primeiro filme em uma carreira que depois despontaria com filmes de sucesso como "O Máskara", "Queima de Arquivo" e "O Escorpião Rei". Inteligente e inventivo o diretor ousaria até mesmo a rodar um remake inspirado nos antigos filmes Sci-fi dos anos 1950 intitulado "A Bolha Assassina". Com um orçamento de 4 milhões e meio de dólares ele aqui dirigiu um bom filme da franquia Krueger, embora tenha também sofrido algumas críticas por causa do ritmo oscilante do filme, ora excessivamente rápido, ora se arrastando em lerdeza. De uma maneira ou outra para quem curtia Freddy Krueger não havia mesmo maiores problemas para reclamar. É um bom terror com a cara dos anos 1980.

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de julho de 2025

Sexta-Feira 13 - Parte 4 - O Capítulo Final

Título no Brasil: Sexta-Feira 13 - O Capítulo Final
Título Original: Friday the 13th: The Final Chapter
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Joseph Zito
Roteiro: Victor Miller, Ron Kurz
Elenco: Erich Anderson, Judie Aronson, Kimberly Beck

Sinopse:
Depois de ter sido mortalmente ferido e levado para o necrotério, o assassino Jason Voorhees revive de forma espontânea e embarca em uma nova matança no seu velho estilo, ao retornar para seu amado lar, Crystal Lake.

Comentários:
Esqueça o subtítulo "O Capítulo Final" já que isso foi puro marketing da Paramount. Na realidade é o quarto capítulo da franquia explorando as matanças de Jason Voorhees. Na realidade tentou-se criar um desfecho para tudo mas como os filmes continuavam muito lucrativos os executivos do estúdio resolveram jogar tudo para o alto, inclusive a lógica das tramas. O mais curioso de tudo é que entregaram a direção para o cineasta  Joseph Zito que não tinha até aquele momento nada de relevante no currículo. Depois dessa fita era de se esperar que ele começasse a rodar mais filmes de terror mas Zito se especializou mesmo em filmes de pura ação como "Braddock - O Super Comando" e "Invasão USA" (ambos com Chuck Norris na Cannon) e "Red Scorpion" com o brutamontes Dolph Lundgren (confira resenha no blog "Cine Action"). No final das contas esse "Friday the 13th: The Final Chapter" não trouxe nada de muito relevante a não ser a volta do velho Jason. Os fãs de sua saga sangrenta nem se importaram com as críticas ruins e celebraram a volta do assassino. E não há nada de errado nisso.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de julho de 2025

A Hora do Lobisomem

Stephen King criou algumas das melhores estórias de terror da literatura americana. Aqui um de seus livros mais populares ganha uma bela versão para o cinema. Inicialmente o filme foi lançado comercialmente no Brasil com o nome de “A Hora do Lobisomem”, numa clara tentativa de pegar carona no grande sucesso “A Hora do Espanto”. Como se passa em quase todos os escritos de King aqui ele resolveu revitalizar o antigo monstro clássico, o Lobisomem. Fruto de uma maldição o homem afetado por essa sinistra síndrome (também conhecida por Licantropia) vira um ser monstruoso, meio homem, meio lobo. A origem da lenda é incerta mas está presente em praticamente todas as culturas o que leva a crer que teve uma origem comum em algum momento da história da humanidade. King não foge da tradição em nenhum momento. A única forma de abater a besta é usando prata – ou para ser mais eficiente, balas de prata. Esse aliás foi o título utilizado algumas vezes quando o filme foi reprisado em nossa TV aberta (“A Hora do Lobisomem” foi bastante exibido pelo canal SBT).  Em minha opinião essa produção segue sendo uma das melhores envolvendo o monstro folclórico. Não chega ao nível de um “Lobisomem Americano em Londres” mas se destaca pela ótima trama que joga o tempo todo com a verdadeira identidade do ser amaldiçoado. Afinal quem seria o monstro? Tenho certeza que quando ele foi revelado muita gente foi pega de surpresa pois o caso é nitidamente daqueles em que o personagem está acima de qualquer suspeita!

O filme era estrelado pelo ídolo juvenil Corey Haim. Na época ele colecionava sucessos e estava no primeiro time de atores jovens de Hollywood. Infelizmente se envolveu com drogas pesadas e caiu em desgraça na carreira, vindo a falecer precocemente e de forma trágica em 2010. Sua estrela foi efêmera mas ele acabou participando de excelentes filmes da década de 80 como “A Inocência do Primeiro Amor” (ao lado do bad boy Charlie Sheen). Ao seu lado outro ator que foi a cara dos anos 80, Gary Busey. “A Hora do Lobisomem” não se destaca nem pela violência e nem pelos efeitos especiais (que hoje em dia soam realmente ultrapassados). O diferencial aqui está, como já afirmei, em uma trama muito bem arquitetada, fruto da genialidade de Stephen King. Produção barata, filmada no interior dos EUA (Carolina do Norte) conseguiu se destacar como um bom momento do cinema de terror daqueles anos. Passou longe de alcançar uma bilheteria tão expressiva como a de “A Hora do Espanto” mas mesmo assim fez diferença entre os filmes daquela época. Hoje merece ser revisto. King em grande forma encontra uma boa adaptação de seu texto para as telas. Não deixe de conferir e tente descobrir quem é o Lobo entre os personagens da estória.

A Hora do Lobisomem (Silver Bullet, Estados Unidos, 1985) Direção: Daniel Attias / Roteiro: Stephen King baseado em seu próprio livro / Elenco: Gary Busey, Everett McGill, Corey Haim, Megan Follows, Terry O'Quinn / Sinopse: Numa pequena cidade do interior dos EUA uma série de mortes e ataques colocam a população local em terror! Marty Coslaw (Corey Haim) é um jovem com problemas de locomoção que pretende descobrir quem é o verdadeiro lobisomem entre os moradores da região.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Amityville 2 - A Possessão

Considerado até hoje um dos melhores filmes da série Amityville. O diferencial se deve principalmente a um roteiro bem coeso, bem trabalhado, que consegue ao mesmo tempo inovar e não fugir das características dos filmes dessa franquia. Produzido por Dino de Laurentis e dirigido pelo bom cineasta  Damiano Damiani “Amityville 2” consegue manter o interesse do começo ao fim. No enredo uma nova família se muda para a famosa casa. São os Montellis. O pai é um sujeito casca grossa e durão (interpretado por Burt Young dos filmes da série Rocky). Seu filho mais velho, Sonny (Jack Magner), começa a desenvolver um comportamento estranho, errático, logo quando a família de muda para a casa. Aos poucos ele vai perdendo o pleno domínio de seus atos o que dará origem a um crime bárbaro. O interessante de “Amityville 2 - A Possessão” é que seu roteiro de certa forma é uma adaptação dos eventos reais que aconteceram na casa (tal como aqui a morte da família DeFeo foi promovida pelo filho mais velho que alegava estar possuído por forças demoníacas).

Para combater o mal chega no local o padre Adamsky (James Olson) que logo entende o que está acontecendo mas se vê de mãos atadas por não ter autorização do bispo local para promover um exorcismo que se revela mais do que necessário, vital. Seu embate com o jovem possuído rende ótimos momentos de terror. Curiosamente o filme se sai muito melhor do que “O Exorcista II – O Herege” que falhou miseravelmente como fita de exorcismo. Tudo muito mais interessante do que a continuação do grande clássico do horror que apenas se revelou um filme ruim. As cenas são bem realizadas e o argumento não apela para soluções fáceis demais. O diretor Damiano Damiani usa e abusa da chamada câmera subjetiva (onde o espectador se vê com a visão da entidade sobrenatural em primeira pessoa) com resultados mais do que satisfatórios. A produção opta pelo suspense ao invés dos efeitos especiais e só na sua cena final apela um pouco mais para a maquiagem. Isso porém não atrapalha a qualidade do filme que definitivamente é muito bom e interessante. 

Amityville 2 - A Possessão (Amityville II: The Possession, Estados Unidos, 1982) Direção: Damiano Damiani / Roteiro: Tommy Lee Wallace baseado no livro de Hans Holzer / Elenco: James Olson, Burt Young, Rutanya Alda, Jack Magner / Sinopse: Família se muda para infame casa localizada em Amityville. Após as mudanças começam a ocorrer eventos sobrenaturais no local. Para tentar combater o mal é chamado um padre que tentará exorcizar o filho mais velho que está obviamente dominado por forças do mal.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de julho de 2025

O Lobisomem de Londres

Título no Brasil: O Lobisomem de Londres
Título Original: Werewolf of London
Ano de Produção: 1935
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Stuart Walker
Roteiro: John Colton, Robert Harris
Elenco: Henry Hull, Warner Oland, Valerie Hobson

Sinopse:
O especialista em botânica Wilfred Glendon (Henry Hull) viaja até uma distante e isolada região do Tibet em busca de uma planta rara, que dá uma flor em poucos dias do ano. Uma vez lá acaba sendo atacado por um animal desconhecido e violento. Apesar dos vários ferimentos sobrevive e decide voltar a Londres. Uma vez na capital inglesa descobre que há algo muito errado com ele, pois está fadado a virar um lobisomem na próxima lua cheia. 

Comentários:
Muitos anos antes de "O Lobisomem" (1941) - considerado erroneamente como o primeiro filme sobre lobisomens do cinema americano - a Universal investiu nessa fita muito curiosa, "Werewolf of London". De certa maneira tudo o que o público veria depois no filme clássico com Lon Chaney Jr seria explorado aqui. Há todo um enredo preparando o espectador para o momento em que o protagonista finalmente vira o famoso monstro do folclore e sai atacando pelas ruas da charmosa cidade londrina (que infelizmente foi recriada em parte nos estúdios americanos de Hollywood). Obviamente que uma produção como essa, realizada nos distantes anos 1930, soará atualmente como inocente e sem maiores surpresas, mas na época tenha certeza que impressionou a muitos. A produção é B, mas tudo é compensado com um clima muito bem feito, com neblinas e sombras. Infelizmente o diretor não viveria muito para ver a influência que seu filme teria dentro do cinema de terror. Ele morreu pouco tempo depois, curiosamente no mesmo ano em que o clássico imortal sobre essa fera, "O Lobisomem", chegava nas telas de cinema com enorme sucesso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

A Múmia

Título no Brasil: A Múmia
Título Original: The Mummy
Ano de Produção: 1959
País: Inglaterra
Estúdio: Hammer Film Productions
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster
Elenco: Peter Cushing, Christopher Lee, Yvonne Furneaux

Sinopse:
Em 1895, uma equipe de arqueólogos descobre o túmulo da princesa Ananka, uma sacerdotisa egípcia. Eles são avisados ​​para não perturbarem o sono eterno dela, mas ao fazê-lo, despertam a múmia de Kharis, o sumo sacerdote que amava a princesa. Três anos depois, um egípcio, Mehemet Bey, transporta a múmia para a Inglaterra em busca de vingança contra aqueles que profanaram o túmulo de Ananka. É deixado ao filho do descobridor original desvendar o mistério e proteger sua esposa Isobel, que tem uma notável semelhança com a princesa.

Comentários:
Esqueça a moderna franquia da múmia, que mais parece um vídeo game de uma imitação de Indiana Jones. Estamos aqui na presença de mais uma pequena obra prima do estúdio inglês Hammer. O elenco já é de arrepiar os fãs do cinema clássico de terror com Peter Cushing e Christopher Lee. Essa dupla certamente fará os fãs se lembrarem dos filmes de Drácula da própria Hammer mas aqui a proposta é diferente. O roteiro procura explorar mais esse monstro, a múmia, que ao lado do conde vampiro da Transilvânia e do Lobisomem fizeram a alegria dos fãs em matinês lotadas dos anos 1950. Lee e Cushing estão impagáveis mas quem acaba roubando a cena é a direção de arte e a maquiagem do filme. O trabalho que foi feito em Christopher Lee até hoje me soa bem satisfatório. Poderia ser apenas um ator enrolado em panos de mumificação mas os maquiadores da Hammer optaram por fazer algo muito mais bem realizado. E mesmo sob fotografia colorida tudo sai muito convincente, mesmo nos dias atuais. A Hammer compensava muitas vezes orçamentos limitados com muita imaginação. Nos dias de hoje muitos irão obviamente reclamar da precariedade de certos efeitos visuais e dos figurinos do Egito Antigo mas isso deve ser deixado de lado pois a Múmia é de fato ainda muito divertido e até mesmo marcante, já que seu clima caprichado, muito bem trabalhado, compensa todas as limitações da produção do filme na época.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 8 de julho de 2025

Frankenstein

Título no Brasil: Frankenstein
Título Original: Frankenstein
Ano de Lançamento: 1931
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: James Whale
Roteiro: John L. Balderston, Mary Shelley
Elenco: Colin Clive, Boris Karloff, Mae Clarke, John Boles, Edward Van Sloan, Frederick Kerr

Sinopse:
Dr. Frankenstein, um ambicioso e até mesmo meio lunático cientista, decide que quer superar o desafio da morte. Ele pretende com suas experiências trazer material orgânico morto de volta à vida e para isso usa a força da energia contida em raios capturados em uma grande tempestade. E suas experiências realmente dão certo, criando um monstro em seu processo. 

Comentários:
Poucos filmes na história do cinema foram tão influentes dentro da cultura pop como esse primeiro Frankenstein da década de 1930. Para bem entender isso basta lembrar da figura do monstro. O design de maquiagem feita para essa produção marcou para sempre esse personagem ícone. Basta pensar em Frankenstein para vir imediatamente à mente a maquiagem usada por Boris Karloff. Ficou para sempre imortalizada no inconsciente coletivo das pessoas. E além desse aspecto importante temos que reconhecer que o filme é genial, mesmo tendo passado quase 100 anos de seu lançamento original. Todos os elementos já estão presentes na película, desde a direção, a linda fotografia em preto e branco (que combinou muito bem com o lado soturno da história) e o elenco, que não poderia ser mais perfeito. Some-se a isso a força da própria obra original escrita por Mary Shelley que criou todo um gênero literário e sobrevive bravamente ao passar do tempo. Enfim, obra-prima do começo ao fim. Excelente em todos os aspectos. Ao lado de Drácula é considerado o mais famoso e celebrado personagem de terror da galeria da Universal Pictures em sua era de ouro no cinema. 

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de julho de 2025

Museu de Cera

"Museu de Cera" é um clássico do terror. Na trama temos Henry Jarrod (Vincent Price), um artesão talentoso, que transforma bonecos de cera em retratos quase perfeitos de personagens históricos. Maria Antonieta, Joana d'Arc e Abraham Lincoln são algumas da figuras históricas que ele esculpiu em cera para serem exibidas em seu próprio museu. Seu sócio porém tem outros planos. Ele está de olho no dinheiro do seguro. Por essa razão resolve promover um grande incêndio, algo que deixa Jarrod severamente ferido e deformado pelas chamas. Agora, recuperado, ele parte para sua vingança pessoal contra todos que fizeram esse atentado contra sua arte e sua vida. Esse filme é um dos clássicos de terror mais lembrados da carreira de Vincent Price. O enredo gira em torno desse artista muito diferente, um mestre em criar figuras de cera com extrema fidelidade, a tal ponto de levar a todos a pensarem se estão mesmo na presença de uma peça de cera ou de um ser humano real. Após entrar em atrito com seu desonesto sócio, um sujeito que só pensa em queimar todo o museu de cera para receber o seguro, Henry Jarrod (Vincent Price) vê suas pretensões de ser um grande artista queimarem em um inferno em chamas. Deformado pelo fogo e transformado em um ser de aparência repugnante (o que contrasta enormemente com a beleza de sua arte) ele ainda não se sente pronto a abandonar suas ambições artísticas.

Após se vingar daqueles que o destruíram ele resolve voltar. Como é um artesão em recriar rostos e formas humanas cria uma máscara para esconder as deformidades de sua própria face, arranja um novo sócio e abre um novo museu de cera, só que essa vez bem diferente, com uma seção especializada em horrores que refaz todas as cenas dos maiores crimes da história. O que é desconhecido do público é que Henry Jarrod perdeu sua capacidade de criar figuras em cera após ter suas mãos queimadas no incêndio. Assim ele decide usar outra técnica para produzir suas novas "obras de arte" - isso mesmo, corpos humanos de verdade! Essa produção foi alvo de um remake há poucos anos, mas aquele roteiro tinha pouco a ver com essa produção original. Aqui o foco é todo voltado para as ambições de um artista que só pretendia refazer o belo em cera, mas que pelas circunstâncias de sua vida trágica teve que abraçar o grotesco e o horror!

Vincent Price usa uma bem feita máscara, que dá ao seu personagem uma face monstruosa. O ator usa de seu charme e elegância naturais para interpretar o gentil artista que no fundo esconde um terrível segredo. Charles Bronson também está no elenco interpretando Igor, o assistente mudo e com problemas mentais de Jarrod. Completando o elenco ainda temos Carolyn Jones, que se imortalizou como a Morticia Frump Addams da série de grande sucesso na TV americana, "A Família Addams". Tecnicamente o filme é muito bem realizado, com cenários bem construídos. Também foi um dos primeiros filmes da história a usar uma rudimentar tecnologia 3D. Você vai perceber bem isso em algumas cenas que parecem gratuitas, como a do animador com bolinhas de pingue-pongue que as fica atirando propositalmente em direção à tela. A única coisa que não me agradou muito do ponto de vista técnico nesse "House of Wax" foi sua trilha sonora incidental. Com uma linha de flauta irritante em sua melodia ela acabou atrapalhando um pouco justamente nos momentos mais tensos da estória. Mesmo assim, não é algo com se preocupar, pois não chega a ser um problema. No fundo é apenas fruto de uma época. Enfim, de maneira em geral é um terror muito bom, com aquele charme nostálgico que só melhorou com os anos. Não é de se admirar que seja um filme tão cultuado pelos fãs de terror até os dias de hoje!

Museu de Cera (House of Wax, Estados Unidos, 1953) Estúdio: Warner Bros / Direção: André De Toth / Roteiro: Crane Wilbur, Charles Belden / Elenco: Vincent Price, Carolyn Jones, Charles Bronson, Phyllis Kirk / Sinopse:  Talentoso artista, especializado em fazer bonecos de cera de pessoas famosas da história, acaba ficando deformado por causa de um incêndio causado por seu sócio. Ao sobreviver as chamas decide então promover sua vingança contra todos aqueles que lhe fizeram mal no passado.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Cinema News: Terror & Ficção

O gênero terror e ficção tem novidades nas telas de cinemas. Aliás os dois gêneros cinematográficos, irmãos e primos entre si, sempre figuram entre as 10 maiores bilheterias nos Estados Unidos e no mercado internacional. E isso, que começou lá atrás, na década de 1970, segue acontecendo, mesmo após a pandemia que quase colocou a indústria na bancarrota. 

Entre os 10 mais vistos nos cinemas americanos nesse mês temos "M3GAN 2.0", o segundo filme dessa franquia que tem obtidos ótimos números nas bilheterias. Com apenas 2 semanas de exibição já ultrapassou os 40 milhões de dólares em ingressos vendidos. Dirigido por Gerard Johnstone, o filme tem sido sucesso de público, mas não de crítica. E mesmo entre os fãs de terror há quem não tenha gostado. 

Se o primeiro filme tinha a história desenvolvida dentro de um núcleo familiar, esse segundo aposta na tecnologia bem na linha Cyber punk, colocando a boneca Megan em situações que sinceramente falando mais lembram uma espécie de "Exterminador do Futuro" high tech. Para muitos foi uma mudança forte demais em algo que vinha dando certo. Ainda não assisti ao filme, mas pelas informações tenho achado meio esquisito. A ver. 

Outro filme que está entre os dez mais vistos nesse mês temos ainda "Extermínio: A Evolução", um azarão que parece ter caído no gosto do público americano. Aqui temos um grupo de sobreviventes que vivem isolados em uma ilha após uma pandemia (olha ela aí de novo!) que exterminou grande parte da humanidade. Pois é, enquanto o novo filme de Resident Evil não surge nas telas o público vai se aquecendo com filmes na mesma linha. Uma boa notícia para os produtores dessa nova linha de zumbis. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Cuidado Com Quem Chama

Título no Brasil: Cuidado Com Quem Chama
Título Original: Host
Ano de Lançamento: 2020
País: Reino Unido
Estúdio: Shadowhouse Films
Direção: Rob Savage
Roteiro: Gemma Hurley, Rob Savage
Elenco: Haley Bishop, Jemma Moore, Emma Louise Webb, Radina Drandova, Caroline Ward

Sinopse:
Durante a pandemia um grupo de amigas decide se reunir virtualmente no Zoom. Para tornar tudo ainda mais interessante e divertido, elas chamam uma médium para a sessão. Querem entrar em contato com pessoas mortas. Só que aquilo que começa quase como uma brincadeira toma rumos inesperados e perigosos para todas elas. 

Comentários:
A premissa é boa, não há como negar. Com a popularização das lives o formato inovador desse filme de terror inglês nem despertará tanta surpresa assim, ainda mais nessa nova geração que já cresceu com o Youtube. A questão é que nem sempre uma boa ideia inicial garante a realização de um bom filme em seu desenvolvimento, no desenrolar da história. Esse é o problema mais fácil de detectar aqui. O que começa muito bem logo desanda para o genérico. O tal ente espiritual que surge na sessão poderia ter sido mais bem trabalhado trazendo sua história ou motivação para o que vai acontecer depois. Só que isso inexiste nesse roteiro. Ele é apenas identificado como um demônio e nada mais. Um diabo genérico, sem maiores detalhes. Depois de tantas décadas de filmes de terror um cinéfilo mais experiente não vai certamente se contentar com tão pouco. Foi exatamente o meu caso ao assistir a esse filme. Enfim, boa ideia que ficou pelo meio do caminho. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Invocação do Mal 2

Título no Brasil: Invocação do Mal 2
Título Original: The Conjuring 2
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: James Wan
Roteiro: Carey Hayes, Chad Hayes
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Madison Wolfe, Frances O'Connor
  
Sinopse:
Logo após participar das investigações paranormais na mansão em Amityville, onde toda uma família foi assassinada, o casal Warren é contactado pelas autoridades da Igreja Católica. Eles desejam que Ed (Patrick Wilson) e sua esposa Lorraine (Vera Farmiga) viajem até o norte de Londres para descobrirem se uma série de acontecimentos estranhos e misteriosos são verdadeiros ou uma fraude. A Igreja evita se envolver em casos que chamem muito a atenção da mídia e por essa razão antes de entrarem no caso querem sondar o que realmente estaria acontecendo. A garota Janet (Madison Wolfe) supostamente estaria possuída por uma entidade do mal. Nada porém poderia preparar para o que os Warren encontrariam naquela casa londrina sombria.

Comentários:
Sem fazer favor algum esse segundo filme da franquia "The Conjuring" é seguramente o melhor de toda a série. Um dos melhores filmes de terror que assisti recentemente. Inicialmente o roteiro se divide em duas linhas narrativas bem separadas. Na primeira, Lorraine Warren (Vera Farmiga) percebe que uma entidade demoníaca a seguiu até sua casa após ela participar das investigações envolvendo aquele crime horrendo ocorrido na casa de Amityville, um caso sinistro que deu origem a sua própria série de filmes de terror de sucesso. Pois bem, a tal entidade estaria se utilizando de uma imagem de blasfêmia justamente para corroer a fé de Lorraine - uma católica devota. Aparecendo como um freira amaldiçoada o demônio parece querer algo do casal. Na outra linha narrativa uma típica família londrina sofre um forte abalo quando a garotinha Janet (Madison Wolfe) começa a manifestar estranhos sinais de possessão. Ao que tudo indica sua casa estaria sendo assombrada pelo espírito de um velho que lá havia morado no passado. Quando a Igreja Católica entra no caso resolve enviar antes o casal Warren para investigar os fenômenos sobrenaturais que se manifestam, ligando as duas linhas narrativas. A partir daí temos um dos melhores roteiros dos últimos tempos no cinema americano. Tudo muito bem narrado, atuado e dirigido. Um dos aspectos mais curiosos vem da cena final, um clímax realmente de arrepiar. Até chegar lá porém o espectador não precisa se preocupar pois os sustos são muitos - e todos muito bem feitos, preferindo sempre valorizar o suspense. O diretor australiano James Wan não costuma errar pois já havia dirigido o primeiro filme "Invocação do Mal", "Jogos Mortais", o filme original e "Sobrenatural". Esse entende bem desse tipo de produção. Nota dez para ele e todos os envolvidos na realização desse ótimo terror.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Domínio - Prequel do Exorcista

Título no Brasil: Domínio - Prequel do Exorcista
Título Original: Dominion - Prequel to the Exorcist
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions
Direção: Paul Schrader
Roteiro: William Wisher Jr., Caleb Carr
Elenco: Stellan Skarsgård, Gabriel Mann, Clara Bellar

Sinopse:
Dois padres católicos, entre eles Lankester Merrin (Stellan Skarsgård), são enviados para a África para monitorarem a descoberta de uma antiga e desconhecida igreja soterrada pelas areias do deserto. Assim que entram no local descobrem que aquela igreja foge dos padrões convencionais. Dedicada ao anjo Gabriel, que na tradição teria vencido Lúcifer e seus demônios, ela esconde sob seu altar um terrível segredo envolvendo um mal milenar. Ao abrir aquelas portas os padres também abrem, sem saber, os próprios portões do inferno.

Comentários:
Esse filme mostra como foi confusa a volta da franquia "O Exorcista" para os cinemas. Essa produção foi dirigida pelo cineasta Paul Schrader. A produtora Morgan Creek não gostou do resultado. O projeto foi arquivado, embora quase concluído. O cineasta Renny Harlin finalizou assim a versão de "O Exorcista: O Início" e foi mal recebido por público e crítica. A Morgan Creek então voltou atrás e contratou novamente Schrader para terminar seu filme original. E é justamente isso que conferimos aqui em "Dominion: Prequel to the Exorcist". Embora não seja um grande filme consegue ser melhor do que a versão de Harlin, que ficou muito obcecado com efeitos digitais e esqueceu de desenvolver o lado de suspense e terror de sua obra cinematográfica. "Dominion" se mostra mais sofisticado sob esse ponto de vista. O enredo é melhor trabalhado e não abraça tantas soluções apelativas como o filme anterior. Também mostra problemas de produção pois como foi um projeto arquivado, desarquivado e montado meio que às pressas (para ser lançada pela Warner em 2005) mostra uma certa vacilação em torno do desenvolvimento dos acontecimentos e uma pobreza maior em termos de efeitos especiais. Mesmo assim é bem interessante, um projeto que espera-se não seja o último envolvendo a marca "O Exorcista".

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de junho de 2025

Sonâmbulos

Alguns filmes perdem muito em uma revisão, principalmente quando o assistimos novamente muitos anos depois. Foi o caso desse "Sonâmbulos". Da primeira vez que vi gostei da trilha sonora (dos anos 50/60 que adoro), do romance juvenil da primeira parte do filme e até mesmo dos efeitos visuais. Além do mais o filme tinha a assinatura de Stephen King, que sempre foi sinal de obras no mínimo medianas (regra que após alguns anos iria abaixo). O diretor era Mick Garris que vinha de vários trabalhos na TV, onde havia trabalhado inclusive em produções de Steven Spielberg, ou seja, o sujeito prometia ter uma bela carreira pela frente (algo que não se cumpriu pois depois ele se tornaria apenas produtor). Ele ainda chegou a assinar alguns roteiros de produções menores de filmes de sucesso como "A Mosca 2" mas nunca emplacou.

Nessa revisão ficaram claros alguns pontos. A primeira metade do filme é muito superior ao seu terço final. O romance entre o sonâmbulo jovem Charles Brady e Tanya é tolinho e sem qualquer profundidade mas pelo menos mantém o interesse. A boa cena de perseguição entre um carro policial e o carro esporte de Charles também rende um bom momento. O clima de tensão envolvendo a velha casa e os gatos ao redor também é algo bacana, e original pois não tinha visto em nenhum filme. O problema de "Sonâmbulos" realmente é seu desfecho. A partir do momento em que Charles é atacado e volta para casa o filme desanda. Quando eles se transformam então o clima que era de sutil suspense é substituído pelo puro e simples trash. Faltou sutileza a Stephen King aqui. Mesmo com todos esses problemas vale a pena a espiada, principalmente para quem é fã do King. A ideia inicial é boa, bem bolada, mas desperdiçada ao longo do filme, o que é uma pena.

Sonâmbulos (Sleepwalkers, Estados Unidos, 1992) Direção: Mick Garris / Roteiro: Stephen King / Elenco: Brian Krause, Alice Krige, Madchen Amick / Sinopse: Um jovem e sua mãe pertencem a uma rara raça de monstros chamada Sleepwalkers (Sonâmbulos). Em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos tentam se misturar com a população local. Baseado na obra de Stephen King.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

A Hora do Pesadelo 2

Título no Brasil: A Hora do Pesadelo Parte 2 - A Vingança de Freddy
Título Original: A Nightmare on Elm Street Part 2 - Freddy's Revenge
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jack Sholder
Roteiro: David Chaskin, Wes Craven
Elenco: Robert Englund, Mark Patton, Kim Myers

Sinopse:
Freddy Krueger (Robert Englund), o assassino da rua Elm está de volta aos pesadelos dos adolescentes para continuar sua saga de mortes e violência. Seu alvo agora é um jovem que é raptado em seus sonhos pelo homicida lunático. 1,2... o Freddy está atrás de você, 3,4... tranque a porta do quarto, 5,6... mantenha o crucifixo ao seu lado, 7,8... é melhor ficar acordado, 9,10... nunca mais durma!

Comentários:
O primeiro "A Hora do Pesadelo" não foi um sucesso espetacular de bilheteria mas acabou encontrando uma verdadeira legião de fãs quando foi lançado em VHS. Em pouco tempo virou uma fita cultuada pelos admiradores do gênero e assim o estúdio percebeu que tinha um filão em mãos. Não tardou muito para que essa continuação fosse filmada. A primeira grande ausência que se nota aqui é a de Wes Craven que entrou em atrito com os produtores e não quis dirigir a sequência (embora tenha sido creditado no roteiro). Em seu lugar entrou Jack Sholder de "Noite de Pânico". De qualquer maneira para os fãs o que importava mesmo era o retorno do personagem Freddy Krueger que seria novamente interpretado pelo ator Robert Englund. "A Nightmare on Elm Street Part 2" não consegue ser um grande filme. Parte de sua trama é uma mera derivação do que se viu no primeiro filme e tirando uma ou outra cena mais bem bolada o que vemos é mais do mesmo. Seu grande mérito foi mesmo ter levado a franquia em frente, mostrando para a New Line que Krueger tinha potencial comercial. Com isso mais filmes do assassino Freddy Krueger ganhariam as telas e as locadoras nos anos que viriam.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Sexta-Feira 13 - Parte 3

Título no Brasil: Sexta-feira 13 - Parte 3
Título Original: Friday the 13th Part III
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Steve Miner
Roteiro: Martin Kitrosser, Carol Watson
Elenco: Dana Kimmell, Tracie Savage, Richard Brooker

Sinopse:
Os jovens não aprendem. Após uma série de mortes causadas por Jason Voorhees (Richard Brooker) eles retornam para o isolado ex-campo de férias de Crystal Lake. No meio dos namoricos e brincadeiras começam a desconfiar que alguém está andando pela mata fechada do local. Um sinistro sujeito usando uma máscara de hockey com um facão. Sim, garotos, Jason está de volta para degolar suas cabeças!

Comentários:
Se deu certo uma, duas vezes, por que não levar em frente as matanças do psicopata Jason? Pois bem, é justamente isso que temos nessa terceira aventura. Na verdade o roteiro segue sendo mais uma vez uma mera derivação dos filmes anteriores com pequenas novidades - geralmente na forma como Jason mata suas vítimas. Por essa época o público já começava a se perguntar porque os jovens continuavam a ir para Crystal Lake, mesmo após tantas mortes sangrentas! Seriam desavisados ou simplesmente estúpidos? Na dúvida Jason não pensava duas vezes e passava o facão na galera que se atrevia a voltar por lá. A fórmula novamente se mostrou certeira e a Paramount voltou a lucrar com a franquia. Para os produtores não havia nada melhor, orçamento modesto, elenco praticamente desconhecido (que só estava lá para morrer mesmo) e roteiro básico. Obviamente nada disso importou para os fãs que se deliciaram com uma nova rodada de matança com Jason, o psicopata mais produtivo da história do cinema.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Halloween: A Noite do Terror

Título no Brasil: Halloween: A Noite do Terror
Título Original: Halloween
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Compass International Pictures
Direção: John Carpenter
Roteiro: John Carpenter, Debra Hill
Elenco: Donald Pleasence, Jamie Lee Curtis, Tony Moran, Will Sandin, Sandy Johnson

Sinopse:
Michael Myers, um psicopata insano e assassino que havia matado a própria irmã em 1963, consegue fugir da instituição psiquiátrica onde havia sido internado. De volta à liberdade, ele retorna para sua cidade natal para se vingar dos moradores que o prenderam anos antes e acaba encontrando como vítima ideal um jovem babá e as crianças que ela está cuidando na noite de Halloween.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme de uma longa franquia de filmes de terror que ainda hoje gera novos lançamentos. Na época o produtor apenas queria um filme ao estilo "sangue e tripas" para lançar no feriado do dia das bruxas. Ele acreditava que a metade do marketing viria apenas pelo uso do nome Halloween no título da produção. Ele estava certo pois o filme que custou meros 300 mil dólares iria faturar nas bilheterias mais de 45 milhões de dólares. Méritos também para o jovem diretor John Carpenter que construiu seu filme em cima de nada, apenas de uma ideia vaga do produtor. Ele escreveu o roteiro ao lado da esposa e trabalhou com uma equipe técnica formada por jovens que tinham acabado de sair da faculdade de cinema. Deu certo demais. Até a Jamie Lee Curtis, que na época era vista apenas como a filha do Tony Curtis, começou a abrir seu espaço na carreira. E o Mike Myers, acredite ou não, primeiro surgiu de apenas uma máscara descolorida do capitão Kirk de Jornada nas Estrelas. Carpenter considerou aquele artefato bem assustador, ideal para o assassino do filme! Coisas de um tempo em que o cinema tinha mesmo muita criatividade. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de junho de 2025

O Massacre da Serra Elétrica

Título no Brasil: O Massacre da Serra Elétrica
Título Original: The Texas Chain Saw Massacre
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Vortex
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: Kim Henkel, Tobe Hooper
Elenco: Marilyn Burns, Edwin Neal, Allen Danziger

Sinopse:
Um grupo de jovens resolve entrar em uma região abandonada e isolada do Texas. Lá acabam entrando em contato com uma família doentia de psicopatas, canibais e sociopatas. Má ideia. Agora terão que lutar para continuarem vivos e não cairem nas garras de pessoas "amorosas" como Leatherface que anseiam por trucidar todos eles, aos pouquinhos e em pedacinhos...

Comentários:
Esse é o filme original, casca grossa e ultra violento. Imagine uma produção dessas em plenos anos 70. Ninguém nunca tinha visto algo igual. O interessante é que por ser tão diferente (e brutal) nenhum grande estúdio resolveu bancar o roteiro. Assim tudo foi filmado em 16mm, com orçamento mais do que restrito. No final das contas isso tudo só ajudou ao filme. Ele ficou com cara de coisa amadora, suja, que mostrava algo muito violento e sangrento, ou seja, o tipo de estética que atrai mesmo os fãs de filmes de terror mais sanguinários. A crítica da época se dividiu. Alguns acharam o filme vulgar e grotesco, um fruto da mente doentia de seus realizadores. Outros consideraram "The Texas Chainsaw Massacre" um marco por mostrar um evento sem máscaras, com toda a sua crueldade (o roteiro foi inspirado em um fato real ocorrido no Texas). A se lamentar apenas a falta de critério das distribuidoras nacionais que resolveram colocar no título a referência a uma "serra elétrica" que na verdade não existe no filme (o que vemos é uma serra movida a diesel). De qualquer maneira esse é o tipo de produção que não pode faltar na coleção de fãs de filmes de terror. Sim, é cru, barra pesada e voam tripas para todos os lados, mas também é um dos maiores clássicos de terror de todos os tempos. Quem diria que o psicótico Leatherface teria um dia tanto prestígio assim no mundo das artes...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

As Noivas do Vampiro

Título no Brasil: As Noivas do Vampiro
Título Original: The Brides of Dracula
Ano de Produção: 1960
País: Inglaterra
Estúdio: Hammer Films
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster, Peter Bryan
Elenco: Peter Cushing, Martita Hunt, David Peel, Yvonne Monlaur
  
Sinopse:
Durante uma viagem pela Transilvânia a jovem professora Marianne Danielle (Yvonne Monlaur) se vê sem transporte pois seu cocheiro resolve desaparecer, muito provavelmente por estar apavorado com aquele sinistro lugar. Abandonada numa taverna local e sem ter para onde ir ela resolve aceitar o gentil convite da Baronesa Meinster (Martita Hunt) para passar a noite em seu castelo no alto das montanhas. O que Danielle não sabe é que o filho da Baronesa é um vampiro, mantido acorrentado em seus aposentos desde que virou uma sedenta criatura da noite. Como ela poderá sobreviver a essa terrível noite de terror?

Comentários:
Em 1958 o diretor Terence Fisher realizou o maior sucesso de bilheteria da Hammer, o filme "O Vampiro da Noite", onde o ator Christopher Lee interpretava o lendário Conde Drácula. O filme foi um grande êxito comercial porém havia um problema para realizar sua continuação: Drácula havia sido morto na última cena. Como então retomar a franquia? A solução encontrada pelos roteiristas foi explorar potenciais infectados pelo Conde no filme anterior, afinal ele havia atacado várias pessoas em sua jornada de horror. Um desses infectados seria justamente o jovem Barão Meinster (David Peel). Depois que vira um vampiro sua mãe o deixa preso em seu quarto, aprisionado por pesadas correntes. Quando uma jovem professora em visita à mansão, Marianne Danielle (Yvonne Monlaur), descobre esse fato fica imediatamente horrorizada, afinal que tipo de mãe aprisionaria seu próprio filho daquela maneira? Inocente da situação e iludida pelas falsas boas intenções do Barão vampiresco ela decide libertá-lo após roubar as chaves do cadeado que o mantém preso. 

Solto, livre e sedento de sangue o Barão então começa sua fileira de vítimas a começar por sua própria mãe a quem ele não parece nada disposto a perdoar. Para salvar os moradores da pequena vila ao pé da montanha, o padre local decide chamar o cientista e especialista no assunto Dr. Van Helsing (Peter Cushing) que precisará enfrentar o Barão ao mesmo tempo em que tenta salvar a vida de jovens donzelas que foram mordidas pelo monstro e que agora são chamadas de "As Noivas de Drácula" (daí o título original da fita). Esse clássico terror da Hammer não poderia ser mais charmoso. Ao lado de uma maravilhosa direção de arte - com cenários bem construídos, efeitos especiais que para a época funcionavam muito bem e muito clima sombrio - se soma um roteiro bem escrito que resgata todos os pontos mais centrais dessa mitologia de vampiros (e que até hoje segue sendo utilizados, é bom frisar). Dessa maneira o diretor Terence Fisher acabou realizando uma pequena obra prima do gênero, fugindo do aspecto puramente comercial, o que poderia certamente se transformar na ruína do filme como um todo. Vale a indicação, principalmente para os que adoram esse tipo de produção ao velho estilo. Tudo muito sofisticado e de bom gosto.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de junho de 2025

Drácula - O Vampiro da Noite

Título no Brasil: Drácula - O Vampiro da Noite
Título Original: Dracula
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Hammer Film Productions
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster, Bram Stoker (livro)
Elenco: Peter Cushing, Christopher Lee, Michael Gough

Sinopse:
Drácula (Christopher Lee) é um misterioso conde que resolve se vingar de Jonathan Harker, um jovem que consegue sobreviver a um ataque do vampiro em seu castelo. De volta à grande cidade, Drácula pretende destruir toda a família de Harker mas antes terá que enfrentar o professor e pesquisador Van Helsing (Peter Cushing), um estudioso da existência de seres da noite como o famigerado nobre Drácula.

Comentários:
Esse filme é um verdadeiro marco do cinema de terror inglês. Foi o primeiro de Christopher Lee no papel do conde Drácula e um dos maiores sucessos de bilheteria da produtora Hammer Film Productions que iria se especializar em fitas de horror nos anos seguintes (com ótimos resultados, é bom frisar). Para quem está acostumado com os vampiros do cinema da atualidade o filme certamente trará algumas belas surpresas. O Drácula de Lee não é um ser romântico, charmoso, em busca de belas donzelas para conquistar seu amor adolescente. Pelo contrário, ele é um monstro apenas, quase sem diálogos, que ataca nas noites escuras sem qualquer sutileza. Ele está em busca de sangue e vingança e nada mais do que isso. Tudo realizado no meio de uma Londres nebulosa e sombria. Por falar nisso a direção de arte do filme é um primor, com cenários góticos e um clima sórdido muito eficiente. Peter Cushing como Van Helsing também é outro ponto positivo da produção. Em suma, um clássico absoluto que até hoje diverte e empolga. Um filme essencial na coleção de todo fã de filmes de terror.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Hellraiser II - Renascido das Trevas

Título no Brasil: Hellraiser II - Renascido das Trevas
Título Original: Hellbound: Hellraiser II
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: New World Pictures
Direção: Tony Randel, Clive Barker 
Roteiro: Peter Atkins
Elenco: Doug Bradley, Ashley Laurence, Clare Higgins

Sinopse:
Duas jovens garotas resolvem usar o cubo para irem até o inferno em busca do pai de uma delas. Uma vez nas trevas precisam enfrentar os sádicos e torturadores cenobitas, um médico psicopata e uma mulher enlouquecida pelas chamas eternas da noite eterna, comandadas pelo grande leviatã.

Comentários:
Sequência do cult Hellraiser! O criador de todo o conceito da saga, Clive Barker, acabou brigando com os produtores do estúdio durante os preparativos da continuação e por isso foi afastado, o que não impediu de ter sido creditado como roteirista, pois afinal de contas ele teria escrito todo o enredo dessa segunda parte. O filme foi bem recebido pela crítica em geral, mas os fãs dos cenobitas reclamaram pois o roteiro fazia inúmeras concessões no objetivo de tornar a fita mais comercial e aceita dentro do circuito mainstream. A principal crítica era referente à dupla de garotas que conseguia enfrentar os maiores demônios da escuridão e se sair bem, vivas! Um absurdo completo. O primeiro Hellraiser ficou conhecido por fugir desse tipo de clichê barato, com final feliz. Os adoradores do filme original queriam algo mais incisivo, forte mesmo, com tintas exageradas. De qualquer maneira, apesar do roteiro ser de certa forma medroso em ir até as últimas consequências, o filme ainda se mantém como um bom terror dos anos 80. Não chega a ser uma obra cult como o primeiro mas mantém o interesse, apesar de suas falhas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Sexta-Feira 13 - Parte 2

Já que o primeiro filme foi extremamente lucrativo para a Paramount era de se esperar que logo fosse feita uma sequência. Afinal o filme anterior foi extremamente barato e rendeu muito bem nas bilheterias. Menos de um ano depois de seu lançamento as filmagens dessa segunda parte começaram. Novamente o elenco contava com um grupo de jovens desconhecidos do grande público que em última análise só estavam ali mesmo para serem mortos pelo psicopata Jason Voorhees (Warrington Gillette). Por falar em Jason esse é o primeiro filme em que ele surge em cena, matando os desavisados que ousaram ir até Crystal Lake. A direção foi entregue ao novato Steve Miner que nos anos seguintes dirigiria alguns filmes de terror que fizeram grande sucesso no mercado de fitas VHS como por exemplo o terror "A Casa do Espanto" e o cult trash "Warlock - O Demônio". A Paramount, por sua vez, ficou bem satisfeita com o trabalho de Miner aqui, tanto que o escalou para dirigir a parte 3 de "Sexta-Feira 13".

O roteiro desse segundo filme da franquia não traz grandes inovações. Na verdade como bem salientou um famoso crítico do New York Times todos os filmes da série "Sexta-Feira 13" tinham basicamente o mesmo roteiro, só mudando mesmo a forma como Jason matava suas vítimas. Aqui o menu de mortes até que é bem variado. Jason mata com um arame farpado, martelo, lanças e nem um cadeirante escapa do serial killer. É curioso também o fato de que Jason surge com um saco na cabeça, provavelmente por não ter ainda encontrado sua famosa máscara de hóquei que viraria sua marca registrada nos filmes seguintes. O filme custou mais de 1 milhão de dólares e estreou em maio de 1981 com o slogan "A contagem de corpos continua...", se tornando mais uma vez um êxito de bilheteria. Os fãs pelo visto queriam mais e assim poucas semanas após o filme chegar nos cinemas a Paramount se apressou em anunciar a terceira continuação de "Sexta-Feira 13". Mal sabiam eles o que estava por vir...

Sexta-Feira 13 - Parte 2 (Friday the 13th Part 2, Estados Unidos, 1981) Direção: Steve Miner / Roteiro: Ron Kurz, Victor Miller / Elenco: Betsy Palmer, Amy Steel, John Furey, Warrington Gillette / Sinopse: Cinco anos após as mortes do primeiro filme um grupo de jovens se arrisca a invadir novamente o fechado e sinistro acampamento de Crystal Lake. O fato de estarem lá sem convite aborrece o psicopata Jason Voorhees (Warrington Gillette) que resolve promover uma matança em série na região.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

A Hora do Pesadelo

É a obra prima do diretor Wes Craven. Esqueça o horrendo (no mal sentido) remake que foi lançado há pouco, prefira mesmo o original, essa pequena obra de arte do horror dos anos 80. O roteiro não foge muito à formula dos filmes de terror daqueles anos, isso é inegável, mas a produção se destaca por trazer aquele que provavelmente seja o personagem mais famoso da galeria de assassinos do cinema americano: o famigerado  Freddy Krueger. Fruto de um estupro coletivo onde participaram alguns dos maiores criminosos que se tem notícia, o velho Freddy teve seu destino traçado ao ser queimado vivo por seus crimes bárbaros. Agora povoa os pesadelos de jovens inocentes que se atrevem a cruzar seu caminho diabólico. O personagem encontrou seu ator perfeito na pele do também bastante carismático  Robert Englund. Com rosto de poucos amigos ele se tornou um ícone tão forte dentro do universo do horror que se tornou facilmente reconhecível, mesmo sem a forte maquiagem de Freddy. Muitos atores sentem bastante receio de ficarem marcados para sempre por um único personagem mas Englund jamais viu problemas nisso. Em diversas convenções de que participou sempre deixou muito claro seu prazer de ter encarnado Krueger em tantos filmes que fez ao longo da carreira.

Outro destaque do elenco nesse primeiro filme da longa franquia “A Hora do Pesadelo” é o ator Johnny Depp, na época ainda um jovem aspirante ao sucesso que topava qualquer coisa, até mesmo morrer logo nas primeiras cenas em um filme menor como esse (“A Hora do Pesadelo” foi realizado com orçamento restrito, até porque ninguém sabia se faria sucesso ou não). Wes Craven mostra aqui seu toque de Midas ao colocar todas as mortes de um jeito inventivo e diferente – algo que anos depois seria usado por outras franquias de sucesso como por exemplo “Jogos Mortais”. Com muito sangue de groselha, jovens bonitos prontos para morrer e um personagem pra lá de marcante, “A Hora do Pesadelo” só poderia ter se tornado o sucesso que foi. O psicopata dos pesadelos Freddy virou produto licenciado para bonequinhos, revistas, sabonetes e tudo mais que tinha direito. Ainda hoje é um dos mais lembrados em épocas festivas como Halloween. Enfim, “A Nightmare on Elm Street” é item obrigatório a todo fã de terror que se preze. Assista e depois sonhe com Krueger e... sobreviva se puder.

A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, Estados Unidos, 1984) Direção: Wes Craven / Roteiro: Wes Craven / Elenco: Heather Langenkamp, Johnny Depp, Robert Englund / Sinopse: Um grupo de jovens começam a ter terríveis pesadelos com um assassino que foi morto pelos moradores da cidade no passado após ele cometer terríveis crimes contra crianças. Freddy Krueger, o terrível maníaco agora resolve se vingar de seus algozes ao infernizar a noite dos descendentes daqueles que o mataram em Elm Street.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

O Caçador de Troll

Filme produzido na Noruega ao estilo falso documentário. Logo no começo somos informados de que tudo o que se verá na tela realmente aconteceu, que as fitas foram achadas no meio de uma região deserta e que não se sabe onde foram parar os jovens que aparecem nas cenas. Velha lorota que já conhecemos bem desde os tempos de "A Bruxa de Blair". Pois bem, isso também faz parte do jogo nesse tipo de filme. O interessante é que ao contrário de outros filmes de terror que seguem por esse tipo de narrativa e que se tornam chatos demais, esse aqui até que considerei bem divertido. Afinal essa coisa de Troll, com os monstrengos bem realizados em computação gráfica, até que vira um bom passatempo para um filme de noite sem nada melhor para assistir.

No enredo um grupo de jovens universitários decide fazer um documentário sobre caçadores de ursos. Encontram um deles por acaso, mas o sujeito chamado Hans tem cara de poucos amigos e fica irritado por eles o estarem seguindo por onde ele vai. Então depois de muitos aborrecimentos decide abrir o jogo com os jovens. Ele não é caçador de ursos coisa nenhuma. Ele caça mesmo Trolls. E o que diabos é um troll? Um ser muito popular e frequenta no folclore dos países escandinavos. Seres grotescos, alguns deles gigantescos, que vivem escondidos nas florestas e nas montanhas. E então uma vez aberto o jogo todos partem na caçada em torno dessas criaturas que todos pensavam ser apenas contos de carochinha. E a partir dessa premissa de realismo fantástico o filme se desenvolve. Olha, até curti muito, apesar de todas as expectativas negativas que tive que encarar antes do filme começar.

O Caçador de Troll (Trolljegeren, Noruega, 2010) Direção: André Øvredal / Roteiro: André Øvredal / Elenco: Otto Jespersen, Robert Stoltenberg, Knut Nærum / Sinopse: Um grupo de jovens universitários noruegueses decide seguir os passos de um homem que eles acreditam ser um caçador de ursos. Só que eles estão enganados. Na verdade ele caça Trolls, de todos os tipos e tamanhos, escondidos nas montanhas e nas florestas do norte gelado da Noruega.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Exorcista - O Início

Título no Brasil: Exorcista - O Início
Título Original: Exorcist - The Beginning
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions, Dominion Productions
Direção: Renny Harlin
Roteiro: William Wisher Jr, baseado na obra de William Peter Blatty
Elenco: Stellan Skarsgård, Izabella Scorupco, James D'Arcy

Sinopse:
Uma igreja católica é encontrada nas areias do deserto de uma região inóspita e desconhecida da África. A construção datada do século V intriga os pesquisadores. O Vaticano então envia o jovem Padre Francis para a região e lá ele acaba encontrando Merrin, um outro sacerdote católico que passa por uma profunda crise de fé e que agora se dedica a pesquisas arqueológicas. O que inicialmente parece ser um templo dedicado ao anjo Gabriel acaba se revelando algo mais, um lugar misterioso, de passado tenebroso, que parece esconder sua verdadeira origem diabólica.

Comentários:
Alguns filmes merecem uma segunda chance. Esse "Exorcista - O Início" foi tão malhado! Não merecia, pois acho um grande filme, sim, isso mesmo, filmaço! Além de contar os primórdios do diabo de "O Exorcista" o filme ainda conta uma bela história de perda e recuperação da fé em Deus. O padre Merrin perdeu sua fé em Deus por causa de um massacre promovido por nazistas no qual ele foi colocado na péssima posição de escolher quem iria morrer e quem iria viver entre aquelas pessoas inocentes. A crueldade, tão típica do regime nazista, deixa perplexo o religioso que clama pela presença de Deus ali. O oficial nazista então lhe diz uma frase marcante que irá abalar sua fé: "Padre, Deus não está aqui!". Depois disso Merrin vagou pelo mundo em busca de algum sentido para sua vida. Os anos passam. A arqueologia lhe trouxe algumas respostas pois era algo concreto. Então ele acaba aceitando a oferta de ir até um lugar distante na África onde uma Igreja católica de 1.500 anos foi encontrada. Dedicada ao Anjo Gabriel o lugar é completamente sinistro, sem altar, com apenas quatro estátuas enormes de anjos que parecem apontar suas lanças para um lugar central logo abaixo do tomo. É lá que Merrin irá encontrar respostas não apenas para o real significado da construção daquele local, mas também sobre a crise de fé pelo qual passa.

Achei ótimo o uso da lenda dos anjos decaídos (Lúcifer e seus comparsas) nesse roteiro. Foi um fio da meada perspicaz que acabou ligando tudo. A amostragem do passado, com cavaleiros cruzados em grandes massacres também foi muito bem inserida no roteiro. Os dois padres representam os dois lados opostos do sacerdócio, colocando em relevo a figura de um padre jovem e idealista, enviado pelo Vaticano, e a de um veterano, o próprio Merrin que está em uma crise de fé tão profunda que sequer quer mais ser chamado de padre! O filme perde um pouquinho o charme quando Sarah é finalmente possuída pelo demo mas temos que dar um desconto pois como esse foi uma produção comercial era necessário manter o interesse do público jovem. Mesmo assim as cenas do exorcismo propriamente ditas são boas e o final, com o Padre Merrin com a sua fé renovada, se dirigindo aos portões do Vaticano é muito simbólica. Fechou com chave de ouro um filme que merece ser assistido novamente. Já os críticos profissionais, aqueles mesmos que esculhambaram o filme, ora o que eles sabem? São uns bobocas com camisas pretas de bandas de rock capengas. São apenas uns bobocas pop petulantes. Ignore toda essa corja e vá assistir esse "Exorcist: The Beginning" com a mente aberta, sem preconceitos. Garanto que você vai gostar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Terror em Amityville

Roteiro e Argumento: O roteiro do filme segue o livro no qual foi baseado. Esse livro foi escrito pela primeira família que foi morar na casa após o massacre ocorrido lá. Como se sabe sem motivo aparente Ronald "Butch" Júnior matou toda sua família a tiros de espingarda. Depois desse crime horrível a casa ganhou fama de ser mal assombrada. Os primeiros moradores a comprarem a casa foram os Lutz, que relataram vários acontecimentos estranhos quando se mudaram para lá. Claro que o filme carrega nas tintas mas de maneira em geral o roteiro consegue ser menos sensacionalista do que era de se esperar.

Produção: O filme investe bastante naquele que parece ser o principal personagem aqui: a própria casa. Assim usando jogos de luzes e sombras a produção tenta criar toda uma atmosfera pesada no local. Não há muitos efeitos especiais como era de se esperar numa produção da década de 70. O grande destaque no final das contas fica com a trilha sonora incidental de Lalo Schifrin. Aquele coro infantil seria copiado a exaustão nos anos seguintes e é certamente assustador. A música sozinha é responsável pela metade do clima de terror do filme. Muito boa.

Direção: Depois de uma boa parceria ao lado de atores como Paul Newman e Robert Redford o diretor Stuart Rosenberg resolveu voltar ao terror e suspense, gênero que ele trabalhou bastante quando era diretor de tv. Seu trabalho aqui pode ser definido como correto. Ele investe bastante na chamada "climatização", embora na minha opinião o filme perca parte de seu charme nas cenas finais (bem exageradas e apelativas). Teria sido bem melhor se tudo continuasse apenas na expectativa e no suspense.

Elenco: O grande destaque vai para Rod Steiger no papel de padre Delaney. Infelizmente o personagem se mantém coadjuvante até o final. Eu esperava que ele tomasse as rédeas da situação mas isso não acontece. De qualquer forma sua interpretação ainda é a melhor coisa do filme. Margot Kidder, recém saída do sucesso de Superman aparece em cena com muitas caras e bocas mas apesar disso não compromete, já o ator James Brolin (pai do Josh Brolin) está muito bem. Com aquela estética bem anos 70 (barbudo e pouco chegado num banho) o ator consegue criar uma boa atmosfera em torno do seu personagem.

Terror em Amityville (The Amityville Horror, Estados Unidos, 1979) Direção Stuart Rosenberg / Roteiro Sandor Stern / Elenco: James Brolin, Brad Davis, Margot Kidder, Rod Steiger, Don Stroud e Murray Hamilton / Sinopse: Família se muda para uma casa onde ocorreu um terrível crime em que o filho matou seus pais e seus irmãos a tiros. Após alguns dias na nova moradia eles começam a perceber a presença de estranhos eventos no local.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

O Exorcista III

Esse filme é um dos mais subestimados da história do cinema americano. "O Exorcista 2 - O Herege" foi uma das maiores porcarias da franquia, por isso muita gente não foi ver esse terceiro filme da série "O Exorcista". Perderam muito. O fato, e digo isso sem favor algum, é que "O Exorcista III" é um filmão! Na verdade o filme deveria se chamar "The Legion" pois o roteiro foi adaptado desse livro de terror escrito por William Peter Blatty, o mesmo que escreveu o clássico "O Exorcista". No meio das filmagens os produtores decidiram que ele iria chegar nas telas de cinema como "O Exorcista III" por causa da força do nome comercial.

O filme conta a história de uma investigação policial a cargo do detetive Kinderman (George C. Scott). Várias pessoas são encontradas mortas, decapitadas e com sinais de que foram realizados rituais religiosos durante os assassinatos. Entre os mortos estão dois padres e um adolescente. Conforme as investigações avançam o velho policial vai encontrando semelhanças com o modo de agir de um antigo serial killer. O problema é que ele está morto há anos. E um louco insano, internado em um hospício, parece ter as respostas que o velho policial tanto procura.

"O Exorcista III" aposta com muito sucesso em um terror psicológico de primeira linha. Há uma longa cena, dentro de um quarto de manicômio, entre os atores Brad Dourif e George C. Scott, que verdadeiramente me impressionou. Tudo construído apenas no talento dos atores e na força de diálogos mais do que afiados. Um show de interpretação! O interessante é que após as filmagens o estúdio decidiu que um novo final seria filmado e nem isso prejudicou o filme, pelo contrário, lhe trouxe mais consistência cinematográfica. Hoje em dia as duas versões, a do diretor e a do estúdio, estão disponíveis em DVD. Enfim, posso dizer que esse filme merece ser mais reconhecido nos dias de hoje. Com roteiro inteligente (o mais complexo da franquia, para dizer a verdade) e um elenco de grandes atores em cena, "O Exorcista III" é uma pequena obra prima do gênero terror. Merece lugar de destaque em sua coleção.

O Exorcista III (The Exorcist III, Estados Unidos, 1990) Direção: William Peter Blatty / Roteiro: William Peter Blatty / Elenco: George C. Scott, Ed Flanders, Brad Dourif, Nicol Williamson, Scott Wilson, Nancy Fish / Sinopse: Um veterano policial precisa investigar uma série de assassinatos com aparente motivação religiosa. E para sua surpresa, todas as respostas parecem estar com um louco insano aprisionado em um manicômio judiciário. Filme premiado na categoria de melhor roteiro pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Drácula (1931)

É incrível, mas eu nunca havia assistido a esse clássico do terror. Essa produção de 1931 foi a primeira adaptação autorizada do livro de Bram Stoker para o cinema americano. Também foi uma das mais importantes obras cinematográficas na transposição desse famoso personagem para as telas. O curioso é que o filme teve muitos problemas de produção. A Universal Pictures não queria investir muito dinheiro. Por isso contratou basicamente o mesmo elenco da peça na Broadway. Foi um acerto. Tanto Bela Lugosi (na pele do Conde Drácula), como Edward Van Sloan (que interpretava Van Helsing), estavam muito entrosados quando o filme começou a ser rodado. Eles basicamente apenas repetiram o que vinham fazendo nos palcos. O cinema mudo estava desaparecendo e a possibilidade do uso do som foi uma revolução e tanto. E eles tinham ótimos diálogos para seus personagens. Aliás é bom lembrar que esse foi um dos primeiros filmes falados da história.

O diretor Tod Browning fez um bom trabalho, principalmente na questão envolvendo a direção de arte do filme, como também nos cenários, figurinos, etc. Ele deu um visual ao vampiro que seria imitado por décadas e décadas. Algumas cenas, como a do grande salão do castelo de Drácula, até hoje impressionam pela beleza gótica. E pensar que essa primeira versão foi realizada com pouco dinheiro e com um diretor que não conseguiu terminar o filme porque o prazo estourou e ele teve que ir para outro lugar, para começar um outro filme pelo qual tinha assinado contrato. Quem terminou as filmagens foi Karl Freund, que também ajudou na sala de edição, criando assim um corte final rápido e sem excessos, trazendo muita agilidade para o filme de uma maneira em geral.

Em relação à teatralidade de certos momentos, principalmente nos gestos bem teatrais de Bela Lugosi, isso obviamente foi fruto de suas origens, pois ele na época era um ator de teatro. Seu visual estranho, seu sotaque húngaro, tudo se encaixou perfeitamente com a proposta de interpretar esse estranho conde. Outro aspecto digno de nota é que os produtores cortaram todas as cenas que pudessem ser consideradas violentas demais. Por isso o filme traz uma curiosa característica. O Drácula de Lugosi morde suas vítimas, mas isso nunca é mostrado no filme. Tudo fica apenas na sugestão e na imaginação do espectador. Também não se vê presas de vampiro. Para os executivos da Universal da época isso seria de muito mau gosto. Mal sabiam que o estava por vir nas décadas seguintes. Enfim, esse Drácula pioneiro do cinema é item obrigatório para quem se interessa pela história do cinema. O filme captou o nascimento nas telas de um dos personagens mais marcantes da sétima arte.

Drácula (Dracula, Estados Unidos, 1931) Direção: Tod Browning, Karl Freund / Roteiro: Hamilton Deane, baseado na obra escrita por Bram Stoker / Elenco: Bela Lugosi, Edward Van Sloan, Helen Chandler, David Manners / Sinopse: Um estranho nobre chamado Conde Drácula (Lugosi) viaja até Londres e acaba se interessando pela jovem Mina. Desconfiado de sua verdadeira natureza, o professor Van Helsing (Van Sloan) decide confrontar aquela estranha criatura que ele acredita ser um vampiro.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Jogos Mortais

Dentre as franquias de terror atuais uma das trajetórias mais curiosas foi a de “Jogos Mortais”. O primeiro filme era uma produção independente, de orçamento praticamente mínimo, com atores desconhecidos do grande público que conseguiu chamar atenção no concorrido Sundance Festival, aquele mesmo mantido pelo ator Robert Redford que funciona como um grande incentivo e promoção para filmes pequenos, independentes, procurando por distribuidores que aceitem lançar as películas em nível nacional. “Jogos Mortais” chamou logo a atenção por causa de seu roteiro singular e trama instigante. Além disso era extremamente violento o que chocou algumas pessoas em suas primeiras exibições. Quase todo o filme era ambientado em um só lugar: um banheiro imundo onde dois homens tentavam fugir da armadilha em que estavam encurralados. Ao seu lado jazia um corpo já em decomposição. Mas afinal de contas como eles foram parar lá? Eles teriam algo em comum? Quem os teria colocado naquela situação aflitiva?

Após alguns momentos eles descobrem que o cadáver tem em uma das mãos um pequeno gravador. Intrigados os dois acorrentados resolvem ouvir o que a fita tem a dizer e descobrem finalmente que estão em um verdadeiro jogo mortal, arquitetado e planejado por uma mente doentia pertencente ao serial killer Jigsaw (Tobin Bell). Não é preciso dizer que assim que “Jogos Mortais” foi bancado por um grande estúdio e ganhou lançamento nacional (e internacional) ele logo virou uma febre entre os fãs de filmes de terror. Era de fato um filme diferente, extremo, gore, que não fazia concessões. O sucesso foi espetacular. Não era para menos pois há tempos não aparecia um personagem tão marcante como Jigsaw, um assassino extremamente inteligente e ardiloso que colocava suas vitimas em situações limites, onde a chance de escapar tinha que passar por decisões horríveis por parte das vítimas. Era um jogo sádico, visceral, que expunha todas as hipocrisias das vidas dos que entravam nessa sinistra situação. Depois que “Jogos Mortais” virou um grande sucesso de bilheteria se tornou uma das franquias mais rentáveis e lucrativas do cinema americano contabilizando até o momento seis seqüências. Falaremos dessas continuações no momento oportuno. Por enquanto fica a dica de “Saw” uma das melhores produções surgidas no cinema de terror nos últimos anos. 

Jogos Mortais (Saw, Estados Unidos, 2004) Direção: James Wan / Roteiro: Leigh Whannell, James Wan / Elenco: Tobin Bell, Leigh Whannell, Cary Elwes, Danny Glover / Sinopse: Dois homens caem em uma armadilha mortal montada por Jigsaw (Tobin Bell), um verdadeiro jogo mortal do qual dificilmente sairão vivos.

Pablo Aluísio.