sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Invocação do Mal 3

Invocação do Mal 3
Gostei desse novo filme da franquia "The Conjuring". Muito se diz que geralmente filmes de número 3 são bem ruins. Bom, de certa forma isso aconteceu em muitas franquias cinematográficas, mas aqui temos uma exceção. O filme é realmente muito bom. Aliás é o mais sombrio e dark de todos os dessa linha. É verdade que alguns andam criticando o roteiro, por ser em muitos aspectos, bem distante da história real. Pois essas pessoas deveriam entender que "Invocação do Mal 3" não é um documentário! É um filme de entretenimento, puro cinema, e nesse aspecto se sai muito bem.

A história real para falar a verdade tem tantos eventos diferentes e tantos envolvidos que os roteiristas tiveram que dar uma enxugada em tudo. E eles fizeram um bom trabalho nesse aspecto, pois a história contada aqui flui de forma natural. O ritmo não decai nunca e a diversão se torna garantida. Até mesmo a iniciativa de se criar uma vilã, uma bruxa, filha de um padre, soou muito bem bolada. E como não poderia deixar de ser há também criaturas bem produzidas, como a do homem morto com obesidade mórbida que se levanta de sua cama de necrotério. Os sustos assim ficam todos garantidos. Penso até que esse é certamente um dos melhores filmes dessa longa e produtiva franquia de filmes de terror. É o fino da bossa, digo, do horror americano da atualidade.

Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio (The Conjuring: The Devil Made Me Do It, Estados Unidos, 2021) Direção: Michael Chaves / Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick / Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ruairi O'Connor, Sarah Catherine Hook, Julian Hilliard, Steve Coulter, Vince Pisani / Sinopse: O casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Formiga) se envolvem em mais um caso sobrenatural envolvendo um garoto possuído pelo demônio, um padre aposentado e sua filha, que se tornou uma sacerdotisa do ocultismo.

Pablo Aluísio.

Um Lobisomem Americano em Paris

Título no Brasil: Um Lobisomem Americano em Paris
Título Original: An American Werewolf in Paris
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Hollywood Pictures
Direção: Anthony Waller
Roteiro: Tim Burns
Elenco: Tom Everett Scott, Julie Delpy, Vince Vieluf
  
Sinopse:
Serafine Pigot (Julie Delpy) até parece uma garota normal. Apenas parece. Na verdade ela herdou por linhagem familiar uma maldição: a de se transformar em loba em determinadas circunstâncias (quando a lua cheia surge no horizonte, por exemplo). Desesperada com seu trágico destino ela resolve se matar, pulando da torre Eiffel em Paris. Acaba sendo salva por um turista americano, o jovem Andy McDermott (Tom Everett Scott). Em pouco tempo se apaixonam. Esse romance porém está obviamente fadado ao fracasso por causa justamente da maldição da lua cheia. Filme indicado ao Gérardmer Film Festival e ao MTV Movie Awards.

Comentários:

Continuação tardia e infeliz do clássico "Um Lobisomem Americano em Londres". É a tal coisa, pequenos clássicos modernos, como o filme original dessa série, não devem ganhar sequências apenas por questões financeiras. O primeiro filme só ganhou status ao longo dos anos, principalmente pelo seu roteiro sui generis e pela sempre lembrada cena de transformação em lobisomem (considerada até os dias de hoje uma das mais bem realizadas da história do cinema). Foi um ótimo terror que deveria ter ficado por aí. Acontece que a ganância dos produtores sempre fala mais alto e então resolveu-se produzir esse caça-níqueis sem graça. Aproveitando os avanços tecnológicos dos efeitos digitais o filme até capricha em cenas com os monstros - numa delas o werewolf sai de uma fonte e se balança para se enxugar, mostrando riqueza de detalhes em seus pelos. Claro que é uma cena extremamente bem feita tecnicamente, pena que o roteiro não teve o mesmo capricho. Tudo soa banal, sem novidades e cheio de clichês. O roteirista caiu na velha armadilha de escrever uma "estória igual, que pareça diferente!". Não convenceu ninguém e o filme fracassou nas bilheterias. Foi merecido. 

Pablo Aluísio.

A Mosca

A Mosca
Na década de 1950 o cinema de ficção americano deu origem a uma série de filmes maravilhosamente nostálgicos onde conviviam lado a lado o medo das novas tecnologias com a criação de monstros sedentos de sangue. Um dos mais significativos nesse sentido foi o clássico “A Mosca da Cabeça Branca" de 1958. O enredo era um charme. Um cientista em busca da possibilidade de transportar matéria entre dois pontos eqüidistantes acabava entrando em sua própria máquina. Era sua tentativa de transformar o teletransporte em uma realidade. Por um erro porém um inseto, uma mosca, entrava dentro do compartimento na mesma hora em que a experiência era realizada. Diante da situação de ter dois corpos diversos para transportar a máquina de teletransporte acabou criando uma fusão entre o DNA humano e o da mosca, criando nesse processo um monstro. O cientista assim via se transformando no inseto aos poucos, vendo seu organismo passar por um terrível processo de transformação. No filme original a mudança acontecia na cabeça e nas mãos do cientista apenas, já nesse remake realizado praticamente trinta anos depois, já na década de 1980, a fusão se tornava completa transformando o corpo do cientista em uma matéria disforme, apodrecida, deformada.

O diretor David Cronenberg criou assim uma obra aterrorizadora que chamou muito a atenção em seu lançamento por causa da maquiagem perfeita do monstro. Desnecessário dizer que a fita logo se tornou um grande sucesso de bilheteria nos cinemas e depois repetiu o êxito quando chegou nas locadoras de fitas VHS (no auge do sucesso do videocassete). O ator Jeff Goldblum passou certamente por um processo dos mais dolorosos pois a maquiagem pesada em determinado momento do filme tomou conta de todo o seus corpo. Eram horas e horas de maquiagem, o que no final acabou valendo muito a pena haja visto o resultado que vemos nas telas. É curioso que “A Mosca” mesmo sendo produzido em uma era pré-digital consegue ser muito mais verossímil e convincente do que os filmes atuais feitos com tecnologia de computação gráfica. A sensação de se ver algo real, na tela, mesmo que seja uma maquiagem cinematográfica, causa certamente maior impacto no público. Assim não deixe de ver esse pequeno clássico do cinema de terror dos anos 80 – e por favor esqueça sua péssima continuação, “A Mosca 2” que realmente é um horror de filme (no mal sentido).

A Mosca (The Fly, Estados Unidos, 1986) Direção: David Cronenberg / Roteiro: George Langelaan, Charles Edward Pogue / Elenco: Jeff Goldblum, Geena Davis, John Getz / Sinopse: Cientista tenta chegar ao teletransporte mas por um erro acaba tendo seu DNA fundido a de uma mosca que adentrou a máquina no momento em que se realizava seu teletransporte de matéria. Agora terá que lidar com as terríveis transformações pelas quais passa seu novo organismo.

Pablo Aluísio

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

O Chamado 2

Título no Brasil: O Chamado 2
Título Original: The Ring Two
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks Pictures
Direção: Hideo Nakata
Roteiro: Ehren Kruger, Kôji Suzuki
Elenco: Naomi Watts, Sissy Spacek, Emily VanCamp, David Dorfman, Elizabeth Perkins, Daveigh Chase  

Sinopse:
Seis meses após os incidentes envolvendo o videotape letal, que leva à morte todos que o assistem, novas pistas provam que há um novo mal à espreita na escuridão. Samara, ao que tudo indica, está pronta para fazer novas vítimas de sua maldição macabra.  Filme indicado ao prêmio MTV Movie Awards na categoria de melhor filme de terror do ano.  

Comentários:
Toda companhia cinematográfica precisa de uma boa franquia de terror em seu catálogo, afinal são filmes, via de regra, baratos, que acabam rendendo ótimas bilheterias nos cinemas. Com o estúdio de Steven Spielberg, a Dreamworks Pictures, não seria diferente. E essa franquia, que também é uma adaptação do terror oriental feito sob medida para o público ocidental, apresenta como bônus uma personagem marcante, que fez nome entre os fãs de terror. Claro, estou falando da criatura do poço, a Samara, aqui interpretada pela atriz Daveigh Chase. Afinal de contas, todas as franquias de terror de sucesso precisam se apoiar em um vilão bem simbólico, que fique na mente do público. Outro destaque vem da presença da atriz Sissy Spacek. Essa foi uma escolha pessoal de Spielberg que queria homenagear o grande clássico do terror moderno, "Carrie, a Estranha". Por fim, cabem todos os elogios ao cineasta japonês Hideo Nakata. Ele conseguiu, como poucos, manter o clima de suspense e tensão da primeira à última cena. Mesmo quando nada de muito aterrorizante acontece, fica sempre no ar aquele clima de que algo está errado, estranho... e que tudo pode acontecer na próxima cena. Excelente trabalho de direção.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

O Chamado

Título no Brasil: O Chamado
Título Original: The Ring
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Ehren Kruger
Elenco: Naomi Watts, Martin Henderson, Brian Cox, Jane Alexander, Lindsay Frost, Amber Tamblyn
  
Sinopse:
Depois da morte misteriosa de sua sobrinha a jornalista Rachel Keller (Naomi Watts) resolve investigar o que de fato teria acontecido. Ela descobre que inúmeras mortes sem solução parecem ter algo em comum: o contato das vítimas com uma suposta fita, mostrando um filme perturbador, com cenas estranhas, de origem desconhecida. Por mais bizarro que possa parecer todos os que morreram assistiram essa fita sete dias antes. Agora ela terá que correr contra o tempo pois seu filho também assistiu ao filme amaldiçoado. Filme premiado no Fangoria Chainsaw Awards.

Comentários:
Esse filme deu origem a uma longa franquia de filmes de terror. O último a ser lançado foi "Os Chamados" ou "O Chamado 3", filme dirigido por F. Javier Gutiérrez. Assim "The Ring" virou uma marca de sucesso nos cinemas entre os fãs de terror. Diante dessa linhagem cinematográfica se tornou uma boa ideia rever o filme original americano. Na realidade o primeiro "O Chamado" de 2002 era o remake feito nos Estados Unidos de um filme japonês chamado "Ring: O Chamado" de 1998. Todos se baseando no livro de terror escrito por Kôji Suzuki. É interessante que dentro da cultura japonesa há uma forte e frequente referência aos espíritos dos antepassados. Por essa razão também é farto o mercado de livros e filmes explorando a figura de assombrações e entidades fantasmagóricas semelhantes. O grande atrativo desse enredo vem da presença da garota Samara, morta brutalmente e jogada sem piedade dentro de um poço abandonado. Costuma-se dizer em Hollywood que todo grande filmes de terror tem sempre um personagem assustador e marcante por trás de tudo.

No caso de "The Ring" a força de sua trama vem justamente dela, de Samara, com seus cabelos molhados e imagem sinistra. Como já se tornou uma presença constante dentro do universo pop aconselho aos que gostem desse filme passar por toda a franquia, a saber: os filmes japoneses "Ring: O Chamado", "Ringu 2" e "Ring 0 - O Chamado" e os americanos "O Chamado", "O Chamado 2" e "O Chamado 3". Como se pode ver Samara ainda daria muito trabalho nas telas de cinema por todo o mundo. Já sobre esse primeiro filme o que posso dizer é que ele sobreviveu bem ao tempo. Continua bem editado, bem produzido, com excelentes cenas de suspense e terror. Só ficou meio datado mesmo no que se refere às velhas fitas VHS. Hoje em dia, para os mais jovens, aquela coisa de videocassete vai soar muito antiga e fora de moda. Já para os saudosistas pode quem sabe até mesmo se tornar um charme nostálgico. De qualquer maneira o primeiro Chamado continua muito bom. Samara segue sendo assustadora em todas as suas aparições.

Pablo Aluísio.

Jogos Mortais 2

Título no Brasil: Jogos Mortais 2
Título Original: Saw II
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: Darren Lynn Bousman
Roteiro: Leigh Whannell, Darren Lynn Bousman
Elenco: Donnie Wahlberg, Beverley Mitchell, Franky G

Sinopse:
O Detetive Eric Matthews (Donnie Wahlberg) investiga um assassinato quando acaba descobrindo o envolvimento do psicopata Jigsaw (Tobin Bell) no crime mas não isso não é tudo: ele também mantém sete pessoas presas, envolvidas em um novo jogo mortal onde precisam localizar um antídoto contra um gás mortal que será lançado neles, caso não consigam vencer o desafio. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Terror.

Comentários:
Segundo filme da franquia "Saw". Até hoje fico surpreso com a enorme quantidade de filmes que foram lançados em cima do personagem Jigsaw em tão pouco tempo. Esse aqui ainda mantém a qualidade que fez a fama da série. As armações de Jigsaw são bem armadas, verdadeiras armadilhas assassinas. O filme tem um bom roteiro e na direção o toque do jovem e talentoso cineasta Darren Lynn Bousman que acabou agradando tanto ao estúdio que voltaria à franquia com "Jogos Mortais 3" em 2006 e "Jogos Mortais 4" em 2007. No geral é mais um gore violento e sanguinário, o que convenhamos é justamente o que espera o público alvo desse tipo de fita. No final das contas a criatividade na idealização das mortes e o jogo sádico de Jigsaw são os principais fatores que conseguem manter o interesse do espectador do começo ao fim.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

O Troll da Montanha

O Troll da Montanha
Durante muitos anos, o cinema nórdico europeu foi considerado intelectual e cult, que só fazia filmes para um seleto grupo de pessoas de um nível cultural mais elevado. O cinema americano era visto como um cinema comercial, pop por excelência. Claro, são generalizações, mas de certo modo, assim eram vistos as nacionalidades cinematográficas no mundo até bem pouco tempo atrás. Hoje em dia, essa divisão está cada vez mais precária. O cinema europeu já produz filmes que são feitos para puro entretenimento. Exatamente o caso que temos aqui, um filme acima de tudo bem pop. A história é contada sob o ponto de vista de uma pesquisadora que testemunha eventos extraordinários. No passado, ela foi colocada em contato com a lenda do Troll. Puro folclore norueguês. Só que esses monstros lendários se transformam em realidade quando uma empresa de construção de estradas abre uma grande fenda dentro de uma Montanha. 

Isso acaba despertando um Troll gigantesco que começa a marchar em direção à Oslo, a capital da Noruega. E como se pode enfrentar um monstro como esse, que é feito da mesma matéria-prima que uma montanha? Antigamente praticamente não havia muitos filmes sobre esse tipo de criatura mitológica, o Troll. Era raro, mas agora virou modinha. Nos últimos tempos, esse deve ser o terceiro ou quarto filme de Troll que eu vejo. Pelo visto, os mostrengos estão em alta. De qualquer maneira, como se pode perceber, temos aqui um filme pipoca! Não espere grandes divagações ou nada do tipo. "O Troll da Montanha" acaba se revelando mesmo apenas um bom entretenimento de pura diversão. 

O Troll da Montanha (Troll, Noruega, 2022) Direção: Roar Uthaug / Roteiro: Roar Uthaug / Elenco: Ine Marie Wilmann, Kim Falck, Mads Sjøgård Pettersen / Sinopse: As obras de construção de uma estrada no meio de uma Montanha na Noruega desperta o sono milenar de um gigantesco monstro, um Troll, que começa a caminhar para destruir a capital norueguesa de Oslo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Guia de Cinema - Edição V - Lançamentos de Filmes de Terror e Ficção

Dezembro é tempo de festas de final de ano. Papai Noel e luzes de Natal. Não é considerada a alta temporada dos filmes de terror e ficção, mas ainda assim temos alguns lançamentos interessantes chegando aos cinemas. Vamos a eles. 

Avatar: Fogo e Cinzas 
Demorou, mas finalmente teremos mais esse filme da franquia "Avatar" de James Cameron. Confesso que nunca gostei muito desses filmes. Sempre achei o foco mais centrado em tecnologia de última geração do que na sétima arte, propriamente dita. Ainda assim deixo a dica. Penso que será um dos filmes que estarão na lista das maiores bilheterias do ano, uma vez que chega com marketing pesado. De minha parte estou zero ansioso para ver mais um filme com esses bichos azuis esquisitos. Tudo parece mais uma viagem de LSD do que qualquer outra coisa. Se faz seu gosto, aproveite e boa viagem! Programado para ser lançado no dia 5 de dezembro. 

Five Nights at Freddy's 2
Eu até cheguei a pensar que nunca haveria uma continuação do fraquinho filme de terror Five Nights at Freddy's. Só que em tempos de vacas magras, Hollywood vai mesmo apelar. Então temos essa sequência do primeiro filme (que eu sinceramente nunca achei nada demais). Agora, no enredo, uma garotinha de 11 anos acaba entrando naquele lugar terrível, algo que jamais deveria fazer. Assim ela acaba entrando em contato com aqueles animatrônicos do inferno (Freddy, Bonnie, Chica e Foxy). Essa sequência deve ser um filme qualquer nota. Vamos aguardar. Chega nos cinemas no próximo dia 11 de dezembro. 

Anaconda
Por falar em apelação... Lá vem mais um filme da franquia "Anaconda" que eu sinceramente pensava que já estava morta e enterrada! O enredo divulgado deve valer uns dois centavos. Eis a nota do estúdio divulgando a sinopse do filme: "Um grupo de amigos decide refilmar o clássico filme original de 1997 na Floresta Amazônica. Mas, na selva, eles se deparam com uma anaconda gigantesca de verdade, transformando a missão nostálgica em um pesadelo mortal. A aventura cômica rapidamente se torna uma luta pela sobrevivência." É a tal coisa, se não apelarem para o deboche e o besteirol a coisa toda vai servir apenas para que os brasileiros fiquem com vergonha alheia desses gringos bobocas! Os caras não entendem nada de Amazônia e nem das cobras que vivem por lá. Enfim, pura bobagem! 

Natal Sangrento
Filme de terror de fim de ano já sabe, Papai Noel vai entrar na dança, de um jeito ou de outro! E se estiver com um machado na mão, bem, já estará com meio caminho andado! Brincadeiras à parte teremos mais um remake em busca de alguns centavos coletados nas bilheterias. Que vergonha, meu Deus! Trata-se de mais um filme da série "Natal Sangrento", outra que eu pensava que estava morta e enterrada há muitos anos. A quem interessar possa, a história conta a história de um rapaz traumatizado, pois na infância viu seus pais serem mortos por um psicopata vestido de Papai Noel. Agora já adulto o pesadelo parece estar de volta! Deve ser ruim de doer a alma! Pelo visto quem morreu mesmo em Hollywood foi a criatividade para fazer filmes novos com novas ideias! A situação, como podemos ver, é bem desanimadora mesmo! 

Erick Steve. 

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Olhos Famintos 2

Título no Brasil: Olhos Famintos 2
Título Original: Jeepers Creepers 2
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio:  United Artists
Direção: Victor Salva
Roteiro: Victor Salva
Elenco: Jonathan Breck, Ray Wise, Nicki Aycos, Patricia Belcher, Brandon Smith, Eileen Brennan

Sinopse:
Um time de jovens atletas fica encurralado dentro do próprio ônibus em que viajam. Tudo acontece de repente, no meio da noite, quando eles são atacados por um estranho ser com asas. Um monstro que parece ter vindo das fossas infernais. Filme indicado no Fangoria Chainsaw Awards.

Comentários:
Segundo filme da franquia. Eu me recordo que assisti a esse filme numa sessão de madrugada, ainda na TV aberta. É o tipo de situação ideal para assistir a um filme de terror como esse. Não que seja assustador demais ou nada parecido. Para quem é veterano nesse tipo de produção nada será tão aterrorizante. Eu costumo dizer que "Olhos Famintos" é um filme de monstro bem realizado. Nos anos 50 chamavam esse tipo de terror de "Monstro da semana". É mais ou menos isso. Temos uma criatura com design bem feito, um bando de adolescentes anônimos para morrer em suas mãos e um roteiro que saiba criar situações de bons sustos. Não precisa de mais nada além disso. Nesse aspecto esse segundo filme não decepciona. O monstro está lá, os jovens estão encurralados e vão morrendo uma após o outro. E o interessante é que além de dirigir um velho carro enferrujado, o tal monstro ainda é alado e sai voando por aí! O roteiro por sua vez nunca explica exatamente o que seria esse ser. Um demônio? Um alien? Um exemplar de uma explosão atômica? Sem explicações. Nada. Sinceramente, não tem como não gostar desse tipo de filme. Eu gosto bastante, mesmo sabendo do seu teor de filme trash.

Pablo Aluísio.

A Experiência

Título no Brasil: A Experiência
Título Original: Species
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Roger Donaldson
Roteiro: Dennis Feldman
Elenco: Natasha Henstridge, Michael Madsen, Ben Kingsley

Sinopse:
Cientistas manipulam a carga genética de seres extraterrestres e dão origem a um ser híbrido, meio ser humano e meio alien. O experimento dá origem a uma garota que aparentemente seria normal, porém sua presença logo se torna perigosa. Após conseguir fugir ela ganha a liberdade e começa a tentar perpetuar sua espécie em nosso planeta.

Comentários:
Ficou extremamente datado com os anos essa ficção "Species". Também pudera, filmes assim se apoiam bastante em efeitos digitais e quando eles se tornam ultrapassados a tendência é o próprio filme também ficar obsoleto, já que em termos de roteiro não há muito o que apreciar. De certa forma o argumento procurou tirar proveito de um tema que andava muito em voga nos anos 1990, envolvendo as maravilhosas descobertas da tecnologia biológica e sua manipulação. Obviamente que esse tipo de coisa também levava a outra discussão envolvendo bioética e temas semelhantes. Isso porém não é muito explorado pelo roteiro, pelo menos não diretamente. O que sobra é apenas um bom ponto de partida que não consegue alcançar todas as suas promessas e potencialidades. Também é de se chamar atenção para o fato do filme ter sido dirigido pelo cineasta Roger Donaldson. A verdade é que o universo Sci-fi nunca foi sua praia e apesar de ser um diretor de mão cheia, ele não conseguiu transitar nesse gênero de forma muito convincente. Mesmo assim, com o sucesso da fita, tivemos várias sequências, a maioria delas belas porcarias. É a tal coisa, nem sempre sucesso comercial rima com qualidade cinematográfica.

Pablo Aluísio.

Sexta-feira 13 - Parte 5

Título no Brasil: Sexta-feira 13 - Parte 5 - Um Novo Começo
Título Original: Friday the 13th - A New Beginning
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Danny Steinmann
Roteiro: Martin Kitrosser, David Cohen
Elenco: Melanie Kinnaman, John Shepherd, Shavar Ross

Sinopse:
Dez anos depois de matar o assassino mascarado Jason Voorhees, Tommy Jarvis está finalmente se recuperando. Ele passou seus últimos anos internado em hospitais psiquiátricos. Apesar do longo tratamento ainda não conseguiu se livrar de pesadelos sobre o retorno de Jason. Quando Tommy é enviado para uma casa de recuperação rural na Califórnia para adolescentes com transtornos mentais, uma série de terríveis assassinatos começam a novamente acontecer. Teria Tommy enlouquecido de vez ou Jason teria encontrado uma saída para o mundo dos mortos?

Comentários:
Depois do filme anterior que se denominava "O Capítulo Final" o que os fãs poderiam esperar? Pelo lógica nada mais, afinal seria o fim da franquia mas... o fato é que a lógica não se aplica muito nos filmes da série "Friday the 13th". Os executivos então tiraram da cartola "Um Novo Começo"! Ora, não era segredo para ninguém que os filmes de Jason Voorhees tinham se transformado numa mina de ouro para a Paramount. Afinal as produções eram baratas, não precisavam contar com elenco famoso e caro e rendiam seus milhões de dólares na bilheteria sem muito esforço. E como Jason estava sempre usando máscaras não havia problemas em substituir o ator que o encarnava a cada novo filme sangrento! Bem ao contrário de "A Hora do Pesadelo", por exemplo, que a cada nova produção havia problemas para aceitar o cachê pedido por Robert Englund para voltar à pele de Freddy Krueger. Essa quinta aventura optou por incorporar elementos que estavam na moda nos filmes de terror da época (estamos falando de meados dos anos 80). O resultado em minha opinião é muito bom até, apesar da apelação. Durante toda a projeção ficamos curiosos em saber como os roteiristas levam em frente um enredo que já deveria ter acabado no filme anterior. A imaginação a serviço do lucro!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Predador: Terras Selvagens

Predador: Terras Selvagens
O novo filme da franquia Predador vai indo muito bem, tanto em termos de bilheteria, como de crítica. O filme esteve entre as melhores bilheterias em suas duas primeiras semanas de exibição. Além disso a reação da crítica tem sido surpreendentemente positiva, algo que pegou até mesmo os estúdios Disney de surpresa.  O estúdio assim joga todas as suas apostas no diretor Dan Trachtenberg. Ele já havia se saído bem, se tornando bem sucedido comercialmente no filme anterior da franquia "Predador: A Caçada" (2022) e na animação "Predador: Assassino de Assassinos". Como ambos foram bem recebidos de maneira em geral ,ele agora passa a comandar totalmente a franquia. 

Para o cineasta chegou a hora de desenvolver melhor a mitologia em torno desse alienígena caçador. Nos primeiros filmes ele era apenas um monstro que veio do espaço. Nada era dito ou desenvolvido sobre ele. Agora, com esses novos filmes, a tentativa é de expandir a mitologia, mostrando até mesmo a cultura desses seres espaciais. Pelo visto tanto público como a crítica estão respondendo positivamente a esses novos rumos. 

Predador: Terras Selvagens (Predator: Badlands, Estados Unidos, 2025) Direção: Dan Trachtenberg / Roteiro: Dan Trachtenberg; Patrick Aison / Elenco: Elle Fanning; Dimitrius Schuster-Koloamatangi; Reuben de Jong; Mike Homik; Rohinal Nayaran; Cameron Brown / Sinopse: No futuro, em um planeta remoto e hostil chamado Genna, um jovem Predador chamado Dek — rejeitado por seu clã por ser considerado fraco — busca provar seu valor. Exilado, ele encontra uma aliada improvável: Thia, uma sintética danificada da corporação Weyland-Yutani. Juntos, eles embarcam numa jornada perigosa em busca de um adversário supremo, enfrentando ameaças naturais e criaturas mortais, numa luta pela sobrevivência e pela redenção de Dek.

Pablo Aluísio. 

Pânico 2

Título no Brasil: Pânico 2
Título Original: Scream 2
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Wes Craven
Roteiro: Kevin Williamson
Elenco: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Jada Pinkett Smith, Heather Graham
  
Sinopse:
Dois anos após os acontecimentos do primeiro filme Sidney Prescott (Neve Campbell) tenta retomar sua vida. Ela volta para a sua escola, Windsor College. Tudo vai bem até que as roupas que foram usadas pelo serial killer Ghostface desaparece. Primeiro todos pensam se tratar apenas de um trote de alunos querendo fazer brincadeiras de humor negro. Depois as coisas ficam mais sérias quando começa uma nova onda de crimes pelos corredores do colégio. Filme premiado no MTV Movie Awards na categoria de Melhor Atriz (Neve Campbell).

Comentários:
Diante da mediocridade do gênero terror nos anos 90 e diante do imenso sucesso do primeiro filme "Scream", alguém realmente tinha alguma dúvida de que uma sequência iria ser lançada nos cinemas? Obviamente não! Assim em 1997 chegou nas telas essa muito fraca continuação, tão fraca que sequer encontramos ânimo suficiente para começar a criticar, diante de tantos problemas. O roteiro é basicamente o mesmo, com estudantes de high school enfrentando problemas com o reaparecimento do serial killer conhecido como Ghostface. Mas afinal o que teria acontecido? Prenderam o assassino errado? Ou é apenas alguém se fazendo passar pelo criminoso, usando seus métodos tão conhecidos de matar? Não adianta perder muito tempo procurando por respostas pois esse "Pânico 2" é uma bobagem, uma mera tentativa de faturar mais alguns milhões nas bilheterias sem muito esforço - algo que efetivamente conseguiram pois o filme, que custou pouco mais de 20 milhões, acabou faturando 150 milhões de dólares em todo o mundo! Nada mal não é mesmo? Os produtores e executivos da Dimension Films certamente agradeceram aos fãs da franquia. Lucro rápido e fácil.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Guia Completo: Frankenstein (2025)

 
Tudo o que você precisa saber sobre Frankenstein (2025): 

O filme marca um projeto de longa data de Guillermo del Toro: ele vinha planejando uma adaptação de Frankenstein; or, The Modern Prometheus desde pelo menos 2010. 

A estrutura narrativa é dividida em três partes: um prólogo em gelo (“Prelude”), seguido pelos capítulos “Victor’s Tale” e “The Creature’s Tale”, mostrando o ponto de vista do criador e da criatura sobre os acontecimentos do passado. 

A estreia mundial ocorreu no Mostra Internacional de Cinema de Veneza (82ª edição) em 30 de agosto de 2025. 

Lançamento: nos cinemas selecionados a partir de 17 de outubro de 2025 e, em streaming global via Netflix em 7 de novembro de 2025. 

A performance de Jacob Elordi como a criatura foi especialmente elogiada pela crítica. 

Visualmente, o filme traz o estilo gótico característico de del Toro, com forte presença de design, cor e atmosfera dramática — por exemplo, a criatura com “torso como placas tectônicas fundidas”. 

Apesar de ser edição para streaming, o diretor e elenco enfatizaram a importância da experiência cinematográfica em sala de exibição. 

Trilha Sonora
A música original foi composta por Alexandre Desplat, colaborador habitual de Del Toro. O álbum da trilha sonora foi lançado em 7 de novembro de 2025 via Netflix Music superando as expectativas, se tornando um sucesso de vendas. A edição em vinil está disponível pela gravadora Mutant, com duas versões: edição padrão e edição de colecionador com encarte, ilustrações médicas e arte especial. 

Algumas faixas e características da trilha: presença da violinista norueguesa Eldbjørg Hemsing para dar “voz” ao monstro, trilha que mistura tons líricos e emocionalmente carregados em vez de puro terror. Também foram usadas peças clássicas como de Johann Sebastian Bach e Wolfgang Amadeus Mozart integradas à narrativa musical. 

Design de Produção & Figurinos
A figurinista é Kate Hawley, que trabalhou para criar visuais que refletem simbolismo religioso, natureza, insetos e botânica (“influência de besouros e estudos botânicos”). A designer de produção é Tamara Deverell, que fala de sets grandiosos (“iglu de gelo”, “laboratório do cientista em uma torre”) e do uso combinado de múltiplos ambientes para criar “grandeza gótica”. 

O criado-efeito de criatura e maquiagem especial é liderado pelo designer de criaturas Mike Hill, que concebeu o visual do monstro em conjunto com Del Toro. A produção priorizou efeitos práticos e cenografia física em muitos casos, não apenas CGI, para dar realismo tátil ao ambiente. 

Elementos visuais inovadores:
O vestido vermelho de Claire/Elizabeth (interpretada por Mia Goth) com significado simbólico, recriando elementos da alta costura do período vitoriano. A sequência de “Farthest North” (norte remoto, gelo) que na verdade se passou em estúdio de Toronto, recriando paisagem ártica. Um navio inteiro foi reconstruído para dar maior credibilidade visual ao filme como um todo. Os cenários do filme foram inspirados em construções e arquitetura típicos do período histórico em que o livro original foi lançado. 

Crítica e opinião do público
No agregador Rotten Tomatoes, o filme está com cerca de 85% de aprovação por parte da crítica especializada. O público também reagiu muito bem: números reportam algo em torno de 97% de aprovação entre espectadores iniciais. Em festivais, o filme teve uma estreia marcante: no 82nd Venice Film Festival recebeu uma ovação de cerca de 13 minutos na sua sessão de estreia. Comentários críticos elogiam fortemente o visual, os efeitos práticos, a ambientação gótica e a profundidade emocional. Alguns pontos de atenção apontam que talvez o ritmo seja mais lento e que nem todos se conectem com o tom. 

Resultado comercial e desempenho
O orçamento do filme é estimado em cerca de US$ 120 milhões. Por se tratar de um lançamento híbrido (cinema limitado + streaming via Netflix), os números de bilheteria tradicionais são quase inexistentes ou não divulgados amplamente. A exibição nos cinemas foi limitado a poucas salas nos Estados Unidos. Em streaming, o filme estreou fortemente: nos primeiros dias na Netflix alcançou cerca de 29,1 milhões de visualizações (em apenas 3 dias) traduzindo em 73,6 milhões de horas assistidas. Além disso, ele atingiu o topo do ranking global de filmes da Netflix na semana de seu lançamento. 

Conclusão
Apesar da bilheteria cinematográfica tradicional ainda ser limitada — devido ao modelo de lançamento — o filme já se mostra um sucesso de streaming e de aclamação crítica/público. O fato de alcançar milhões de visualizações em poucos dias na Netflix, combinado com críticas majoritariamente positivas, indica que o investimento de US$ 120 milhões está sendo compensado em termos de impacto e visibilidade — mesmo que o retorno financeiro tradicional ainda esteja em fase inicial ou não totalmente divulgado.


terça-feira, 11 de novembro de 2025

Pânico

Título no Brasil: Pânico
Título Original: Scream
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Wes Craven
Roteiro: Kevin Williamson
Elenco: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Drew Barrymore
 
Sinopse:
Um serial killer mascarado começa a assassinar adolescentes em uma cidade pequena, e como o número de corpos aumenta a cada dia, uma jovem garota e seus amigos começam a se utilizar dos clichês dos filmes de terror para descobrir a identidade do verdadeiro criminoso. Filme vencedor do Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Terror, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz (Neve Campbell). Também vencedor do MTV Movie Awards na categoria de Melhor Filme.

Comentários:
Eu já estava muito calejado com filmes de terror quando essa fita virou febre entre os adolescentes. A única novidade era a premissa que partia de uma tentativa de brincar com os clichês do gênero ao mesmo tempo em que os utilizava para criar medo no público. Algo assim só funcionaria mesmo com neófitos no gênero terror - algo que eu já não era há muito tempo, pois já tinha passado da idade para isso. Por essa razão apesar do enorme sucesso de bilheteria e do impacto que causou dentro da cultura pop na época (fatos inegáveis), jamais consegui gostar do filme, de sua proposta e de seu resultado. Kevin Williamson, o roteirista que depois iria desenvolver uma bela carreira na TV criando séries de sucesso como "Diário de um Vampiro", "The Following" e "Stalker", soube muito bem usar as mais batidas fórmulas do terror dos anos 80 para reciclar tudo, transformando em um novo sucesso de bilheteria. Ele aliás é o grande responsável pelo sucesso do filme uma vez que o diretor Wes Craven já estava envelhecido e no controle remoto em sua carreira. Seu trabalho rendeu apenas um filme burocrático que foi salvo do lugar comum por causa do texto de Williamson. Assim temos aqui um exercício de metalinguagem que usou do que havia de mais batido dentro do cinema para conquistar uma nova geração de fãs. Pelos resultados comerciais envolvidos acertaram realmente em cheio. Do ponto de vista puramente cinematográfico não consigo porém visualizar nada de muito marcante.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de novembro de 2025

Minority Report

Minority Report
Philip K. Dick foi um escritor genial. Ele conseguia criar os universos mais estranhos, provavelmente porque vivia viajando em fartas doses de LSD. Aqui Dick mostra um futuro onde a polícia agiria antes dos crimes ocorrerem. O quadro perfeito. Antes do assassino matar sua vítima os tiras chegavam no lugar e o levavam para a prisão. A vítima, com sua vida poupada, seguia então em frente com sua vida. Sem danos na sociedade. Em cima dessa ideia original o diretor Steven Spielberg chamou o astro Tom Cruise para levar para as telas as ideias inovadoras de Dick. O resultado ficou muito bom, com excelentes efeitos especiais. A direção de arte é um dos grandes destaques e a presença de grandes atores como Max von Sydow no elenco de apoio completam o quadro.

Agora é curioso que fiquei também com a sensação de que o filme poderia ser bem melhor. Assisti a essa ficção no cinema na época, com tudo o que de melhor havia em termos de tecnologia. Lá estava o Dolby Stereo e a projeção impecável para curtir todos os efeitos especiais, porém fiquei com a sensação de que era um filme que tinha tudo para ser uma obra prima, mas que não foi. Um filme que não cumpriu tudo o que prometia. E de fato é bem isso mesmo. Spielberg criou todo um mundo do futuro e tirou o máximo que podia em termos de originalidade do conto de Dick. A questão porém é que Spielberg não é Kubrick. Ele optou por fazer um filme mais convencional, popular, ao invés de Kubrick que certamente iria por outro caminho, tentando algo mais intelectual. O resultado assim é menos do que poderia ser. Cruise se esforça, dá tudo, mas seus cacoetes de interpretação também soam saturados. É bom conhecer, mas não espere por nada genial.

Minority Report - A Nova Lei (Minority Report, Estados Unidos, 2002) Estúdio: Twentieth Century Fox, DreamWorks SKG / Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Scott Frank, baseado na obra de Philip K. Dick / Elenco: Tom Cruise, Max von Sydow, Steve Harris, Neal McDonough, Colin Farrell / Sinopse: No futuro, em 2054, um policial chamado John Anderton (Tom Cruise) é acusado de ter cometer um crime, antes mesmo que possa colocar adiante seus atos criminosos. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição de Som.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Os Outros

Os Outros
“Os Outros” foi um dos últimos grandes filmes de terror e suspense a chegar em nossas telas. Seu roteiro é um primor e a escolha de se priorizar o clima sufocante de uma grande casa que vive sempre às escuras foi mais do que acertada. A trama é relativamente simples: numa isolada e grande casa na Ilha de Jersey vive Grace (Nicole Kidman) e seus dois filhos. As crianças sofrem de uma estranha doença que as torna muito sensíveis a luz e por isso a casa está sempre fechada, com as cortinas cerradas. A rotina soturna da família começa a mudar quando chegam três novos empregados no local. Eles vêm em busca de emprego após os serviçais anteriores simplesmente sumirem. O problema é que a velha casa começa a mostrar sinais inexplicáveis como sons, móveis se arrastando e portas batendo. Intrigada Grace (Kidman) começa a investigar o que poderia estar acontecendo e descobre alarmada que o motivo talvez seja a presença de entidades sobrenaturais no local. Com o marido distante na guerra só lhe resta enfrentar o perigo oculto que se esconde nos cômodos escuros e sinistros do imóvel.

“Os Outros” é inteligente, bem desenvolvido e tem uma das melhores reviravoltas finais do cinema contemporâneo. O projeto foi o último do casal Nicole Kidman e Tom Cruise. O famoso ator aqui surge como produtor. Em crise o casal ainda conseguiu finalizar o filme mas o casamento não sobreviveu por muito tempo. Quando foi lançado e chegou finalmente nos cinemas o casal já se encontrava em processo de divórcio. Para as más línguas o ator Tom Cruise se separou de Nicole Kidman poucos dias antes dela ganhar direito à metade de sua fortuna pessoal (algo que havia sido estipulado no contrato pré-nupcial). Em vista de tantos problemas pessoais é de se admirar a grande atuação de Nicole Kidman (tão boa que lhe valeu a indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz – categoria Drama). Assim fica a recomendação. Se ainda não viu esse excelente “Os Outros” não perca mais tempo pois o filme já é desde já um clássico do gênero.

Os Outros (The Others, Estados Unidos, 2001) Direção: Alejandro Amenábar / Roteiro: Alejandro Amenábar / Elenco: Nicole Kidman, Fionnula Flanagan, Christopher Eccleston, Alakina Mann, James Bentley / Sinopse: Grace (Nicole Kidman) e seus filhos vivem numa isolada e distante casa na Ilha de Jersey quando começa a notar eventos inexplicáveis no local. Não tarda para ela começar a sentir a presença de entidades sobrenaturais. Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza

Pablo Aluísio

sábado, 1 de novembro de 2025

Guia de Cinema - Edição IV - Lançamentos de Filmes de Terror e Ficção

Guia de Cinema 
A seguir temos a lista dos filmes de terror e ficção que serão lançados nos cinemas em novembro de 2025. O fim de ano está chegando, mas os sustos estarão garantidos nessa época de festas nos cinemas. 

Predator: Badlands
Para o dia 7 de novembro está prevista a estreia de mais um filme da linha "Predator". Trata-se de "Predator: Badlands". Na história um planeta é novamente visitado por um alien que vem para caçar seres humanos. A diferença é que dessa vez esse ser acaba fazendo uma estranha aliança com uma jovem humana. Juntos eles querem o prêmio máximo, o êxito em uma caçada terrível, contra um opositor formidável, um grande trófeu por sua bravura. A direção é assinada por Dan Trachtenberg. No Brasil o filme se chamará "“Predador: Terras Selvagens”. 

The Running Man
Nova adaptação para os cinemas do conto de Stephen King que no passado deu origem ao filme "O Sobrevivente" com Arnold Schwarzenegger. Na história um homem é levado ao limite da sobrevivência em um jogo mortal, transmitido pela televisão, onde os competidores precisam ficar vivos enquanto lutam entre si e tentam vencer desafios mortais. O filme chega aos cinemas americanos no próximo dia 14 de novembro de 2025. 

Keeper
Nessa história temos um casal que vai até uma cabana isolada para celebrar mais um ano dessa união que parece ser muito feliz. Quem conhece filmes de terror sabe muito bem que ir em cabanas isoladas pode ser uma péssima ideia, ainda mais se o lugar é alvo de fenômenos sobrenaturais. Esse é um filme ideal para quem aprecia terror psicológico. A direção é de Osgood Perkins. A data de estreia nos cinemas está prevista para o dia 14 de novembro. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Entrevista Com o Vampiro

Entrevista Com o Vampiro
O primeiro filme de terror da carreira de Tom Cruise. Aqui ele interpreta Lestat, um dos personagens mais disputados em Hollywood na época. Baseado no famoso livro da escritora Anne Rice o filme era considerado êxito certo por causa da popularidade dos livros nos quais era baseado. A produção porém foi conturbada para o ator. Logo no começo ele teve que enfrentar a oposição da própria Anne Rice que o achava totalmente inadequado para o papel. Fato que ela revelou publicamente, colocando em dúvida a capacidade de Cruise em fazer seu famoso personagem vampiro com a sofisticação necessária. Além de ter que lidar com Rice, Cruise ainda encontrou problemas dentro do próprio set. Ele não se deu bem com seu parceiro em cena, Brad Pitt. Ambos começaram a disputar entre si para ver quem roubaria o filme de quem. O diretor Neil Jordan, que vinha do sucesso cult "Traídos Pelo Desejo" não conseguiu se impor aos astros em plena guerra de egos inflados.

No final, apesar dos problemas o filme se tornou um grande sucesso e Cruise, para surpresa de todos, recebeu diversos elogios por sua caracterização de Lestat de Lioncourt. Para coroar ainda mais o bom momento a própria Rice acabou dando o braço a torcer e se desculpou (também publicamente) por ter criticado Cruise antes mesmo de ver seu trabalho em cena. O filme também foi bem recebido pela crítica em geral que considerou a adaptação correta e em bom tom. De certa forma a produção acabaria revivendo o mito do vampiro no cinema o que iria desandar nos tempos atuais onde os seres noturnos parecem estar em todos os lugares: seriados de TV, franquias de sucesso no cinema, jogos de videogame, best sellers, etc. Anne Rice pode ser considerada a verdadeira responsável por essa onda de vampirismo na cultura pop que vivemos atualmente. Ela trouxe o velho monstro de volta à moda. Se isso foi bom ou ruim já é tema para outro tipo de discussão.

Entrevista Com o Vampiro (Interview With the Vampire, Estados Unidos, 1994) Direção: Neil Jordan / Roteiro: Neil Jordan, Michael Cristofer, Anne Rice / Elenco: Tom Cruise, Brad Pitt, Antonio Banderas, Christian Slater, Kirsten Dunst, Stephen Rea / Sinopse: "Entrevista Com o Vampiro" foi baaseado no famoso livro de mesmo nome da autora Anne Rice. Nele acompanhamos Louis (Brad Pitt), um vampiro secular que resolve contar sua história para um jovem repórter (Christian Slater).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

A Bruxa de Blair

Título no Brasil: A Bruxa de Blair
Título Original: The Blair Witch Project
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Daniel Myrick, Eduardo Sánchez
Roteiro: Daniel Myrick, Eduardo Sánchez
Elenco: Heather Donahue, Michael C. Williams, Joshua Leonard, Bob Griffin, Jim King, Sandra Sánchez
  
Sinopse:
Um grupo de jovens resolve entrar na floresta para descobrir a verdade por trás de uma antiga lenda da região, que afirmava existir uma maldição em torno de uma bruxa que vivera no lugar há muitos anos. Essa lenda conhecida como "A Bruxa de Blair" teria algum fundo de verdade? Anos depois dessa busca o material de filmagem é encontrado perdido na floresta. O que teria acontecido com os jovens? Filme indicado ao Cannes Film Festival.

Comentários:
Essa produção pode ser considerada a grande pioneira no gênero mockumentary, do inglês mock (falso) + documentary (documentário), ou seja, os conhecidos falsos documentários, que assolam as produções de terror desde então. A ideia foi genial, não se pode negar. Os diretores, um bando de garotos, pegaram suas câmeras de mão e foram para a floresta fazer tomadas bem amadoras. Depois lançaram trechos na internet, como se tudo tivesse acontecido de verdade. Os tais vídeos se tornaram virais, trazendo uma enorme publicidade grátis. Depois de finalizado (com apenas 60 mil dólares), eles procuraram uma distribuidora e lançaram o filme no cinema. Acabou arrecadando nas bilheterias algo em torno de 140 milhões de dólares, se tornando assim um dos filmes mais lucrativos da história do cinema americano. "The Blair Witch Project", falando a verdade, tem uma história de bastidores mais interessante do que o próprio filme. Cinematograficamente falando, deixando de lado como a fita foi lançada, seus lucros absurdos, etc, não podemos negar que tudo é muito fraco. O roteiro praticamente inexiste, pois tudo foi criado ali mesmo, no meio do mato, sem muitos cuidados. O elenco, se é que podemos dizer que há um elenco no filme, é todo formado por jovens inexperientes, que nunca tinham participado de um filme antes. Mesmo com tanta precariedade (ou talvez justamente por causa disso), "A Bruxa de Blair" acabou virando um fenômeno. Como escrevi, o filme é ruim, mas a forma como ele mostrou a força da internet e as novas possibilidades de linguagem, não deixa de ter sua importância.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de outubro de 2025

O Silêncio dos Inocentes

O Silêncio dos Inocentes
Outro filme ícone sobre serial killers foi esse excelente “O Silêncio dos Inocentes”. Aqui temos um roteiro mais cerebral que investe muito mais no choque de personalidades entre a agente do FBI Clarice Sterling (a sempre ótima Jodie Foster) e o psicopata Hannibal Lecter (Anthony Hopkins, no papel de sua vida). Um dos grandes trunfos do roteiro é o próprio desenvolvimento do personagem Hannibal. Sujeito culto, inteligente, apreciador de boa música e artes, ele aparenta ser uma pessoa de fino trato. Por baixo de sua elegância e sofisticação porém se esconde um predador frio e cruel, capaz de cometer as maiores barbaridades com suas vítimas. Hannibal assim se revela como uma síntese da personalidade de muitos psicopatas e assassinos em série da vida real pois muitos deles são exatamente como o personagem retratado no filme, pessoas acima de qualquer suspeita, educados, elegantes no trato social mas verdadeiras feras insanas quando finalmente conseguem colocar as mãos em suas presas.

Anthony Hopkins já tinha muita bagagem quando foi escalado para dar vida ao psicopata Hannibal. Ator de muito talento já tinha garantido seu espaço na história do cinema com obras realmente marcantes mas foi apenas com esse personagem que ele conseguiu se tornar conhecido do grande público. A partir de “O Silêncio dos Inocentes” se tornou um astro de primeira grandeza, capaz inclusive de estrelar outros blockbusters do cinema americano. Já Jodie Foster já era bem conhecida do público. Na realidade ela cresceu na frente das câmeras, conseguindo fazer a complicada transição de atriz mirim para uma carreira adulta. Talentosa atriz e também cineasta de mão cheia ela quase não entrou no filme pois estava envolvida em tantos projetos paralelos na época que sentiu que essa personagem não traria muito para sua carreira. Apenas por amizade ao diretor Jonathan Demme resolveu aceitar o papel. A chance de contracenar com Hopkins também pesou em sua decisão de participar do filme. Curiosamente, apesar de todo o sucesso de bilheteria de “O Silêncio dos Inocentes”, Jodie nunca mudou de opinião sobre seu trabalho aqui. Em entrevistas esclareceu que achou uma experiência válida mas que não acredita que o filme tenha trazido muito para sua carreira com um todo. De uma forma ou outra fica a recomendação dessa produção que realmente marcou época e segue sendo um dos melhores retratos de criminosos seriais da história do cinema.

O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, Estados Unidos, 1991) Direção: Jonathan Demme / Roteiro: Ted Tally, baseado no romance escrito por Thomas Harris / Elenco: Jodie Foster, Anthony Hopkins, Lawrence A. Bonney, Kasi Lemmons / Sinopse: Uma agente do FBI tenta contar com a colaboração de um infame psicopata preso para tentar encontrar o rastro de um serial killer à solta na sociedade. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor (Jonathan Demme), Melhor Atriz (Jodie Foster), Melhor Ator (Anthony Hopkins) e Melhor Roteiro Adaptado (Ted Tally).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Seven

Seven
Filmes sobre psicopatas geralmente costumam ser muito bons, principalmente quando o roteiro explora a mente desses assassinos de forma inteligente e original. É uma longa tradição em Hollywood a produção desse tipo de filme, basta lembrar do clássico “Psicose” do mestre Hitchcock para entender bem esse aspecto. Aqui em “Seven – Os Sete Crimes Capitais” temos um exemplo mais recente de uma obra cinematográfica que aborda o tema de forma maravilhosamente bem executada. Embora conte em seu elenco com um jovem Brad Pitt a verdade pura e simples é que a grande estrela de “Seven” é seu roteiro muito bem trabalhado e estruturado. Na trama um serial killer mata suas vítimas com requintes de crueldade, tentando reviver nas mortes os chamados sete pecados capitais, a saber: Luxúria, Gula, Preguiça, Ira, Inveja, Cobiça e Vaidade. Em cada assassinato o psicopata deixa sua marca, numa clara tentativa de punir suas vitimas por serem pecadores desses sete pecados capitais.

Para investigar as mortes é designada uma dupla de policiais, formada pelo veterano tenente William Somerset (Morgan Freeman) e pelo novato detetive David Mills (Brad Pitt), jovem e explosivo tira com sede de novas experiências. O roteiro, muito bem escrito, explora um dos tipos de serial killers mais interessantes que existem para a dramaturgia, os chamados “assassinos religiosos” que geralmente encontram base para seus crimes em textos litúrgicos, onde imprimem uma interpretação mais do que pessoal ao que lêem nesses livros. A direção de arte é um dos grandes trunfos de “Seven” pois todas as cenas dos crimes mais parecem quadros macabros da mente do assassino. No fundo é apenas uma das várias assinaturas que o cineasta David Fincher vai deixando pelo caminho. Um dos últimos diretores realmente autorais do cinema americano da atualidade, Fincher faria sua obra prima alguns anos depois em “Clube da Luta”. Assim fica a recomendação de “Seven” um filme inteligente e perturbador nas medidas certas. Grande momento do chamado filão de filmes sobre assassinos em série.

Seven – Os Sete Crimes Capitais (Se7en, Estados Unidos, 1995) Direção: David Fincher / Roteiro: Andrew Kevin Walker / Elenco: Brad Pitt, Morgan Freeman, Gwyneth Paltrow / Sinopse: Assassino em Série começa a executar suas vítimas usando como modelo os sete pecados capitais. Cada um dos crimes procura reproduzir as sete infrações religiosas. Para descobrir a autoria dos assassinatos dois policiais, um veterano e um novato, entram em campo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Monstro: A História de Ed Gein


Monstro: A História de Ed Gein
Essa série de terror da Netflix está dando o que falar! Aqui vão algumas polêmicas e reações envolvendo Monstro: A História de Ed Gein, terceira temporada da série antológica Monster da Netflix, baseada em notícias, críticas especializadas e discussões do público. 

As imprecisões históricas e acusações de ficção exagerada
Uma das maiores críticas à série é de que ela mistura demasiadamente fato e ficção, inventando relacionamentos, motivações e cenas que não têm respaldo em registros históricos. Por exemplo, a trama insinua (ou mostra) um romance entre Ed Gein e Adeline Watkins, noivado, ou cumplicidade em crimes, quando na realidade os registros apontam apenas que Adeline era conhecida dele, que pode ter rejeitado propostas, e que ela própria desmentiu muitos boatos. Também há cenas que extrapolam evidências — como representações de violência extrema ou envolvimento dele em mortes não comprovadas, como a de seu irmão ou de uma jovem chamada Evelyn Hartley, que na série aparece associada de forma fictícia.

Essas distorções têm alimentado o debate sobre o quanto produções de true crime podem (ou devem) dramatizar para prender o público, e onde está o limite ético entre retratar horrores reais e explorar o sofrimento de vítimas ou familiares para efeito dramático ou de choque.

Reações da crítica e do público
As reações foram mistas — algumas pessoas elogiaram a produção, a ambientação, a atuação, o cuidado em explorar o estado mental de Gein e o impacto psicológico de seus traumas. Mas há críticas contundentes também: muitos críticos apontam que, apesar da produção visual e da atuação, a série se perde em subtramas exageradas, numa narrativa fragmentada, e em tom por vezes sensacionalista.

No Rotten Tomatoes, por exemplo, a aprovação da crítica ficou em torno de 45%, com base em avaliações recentes, o que indica uma recepção que mistura insatisfação com reconhecimento de méritos. A parte do público parece mais tolerante, ou até interessada nessas dramaturgias que se afastam dos fatos, mesmo reconhecendo os exageros.

Defesa dos criadores e argumento sobre o propósito artístico
Os criadores da série, especialmente Ian Brennan, rebateram as acusações de sensacionalismo. Ele afirma que a intenção não é explorar o sofrimento, mas sim mergulhar na mente de Gein para tentar compreender como traumas, isolamento e condições mentais contribuíram para seus atos. Brennan disse que “é importante contar a história completa, mesmo com partes difíceis de assistir” e que o horror interior da personagem é central, não apenas o horror físico ou chocante.

Também foi enfatizado que certos elementos fictícios ou reinterpretados servem para provocar reflexão sobre o gênero true crime em si — como a atração que o público sente por histórias reais de crime, o dilema ético de dramatizar tragédias, e a questão de como essas narrativas moldam nossa percepção de monstros, trauma, loucura.

Impactos e questões éticas levantadas
Uma das grandes polêmicas é sobre o respeito às vítimas e famílias. Quando se altera ou inventa aspectos de casos reais, há risco de ferir pessoas ligadas aos casos, ou de causar confusão sobre o que de fato ocorreu. Alguns espectadores reclamam que a série “vende” exageros dramáticos como se fossem verdades, o que pode comprometer a memória histórica dos eventos.

Também há um debate maior sobre o consumo de true crime como entretenimento: até que ponto o público quer ver horror real e o sofrimento humano? E para que serve mostrar traumas tão extremos? É educativo? É exploração? A série provoca essas perguntas, intencionalmente ou não. Alguns afirmam que ela ultrapassa o limite do que é necessário para contar uma história, empregando violência explícita e cenas perturbadoras talvez para chocar mais do que para iluminar.

Chad G. Petersen. 

terça-feira, 14 de outubro de 2025

O Sexto Sentido

O Sexto Sentido 
É realmente uma pena que um cineasta tão promissor como M. Night Shyamalan esteja em uma situação tão ruim na carreira como agora. Após alguns fracassos de público e crítica sua filmografia encontra-se em um beco sem saída. Isso me fez recordar desse "O Sexto Sentido", considerado por muitos a obra prima do diretor. Não é para menos, com um roteiro realmente surpreendente (que quanto menos se revelar, melhor), o texto brinca o tempo todo com o espectador que acaba levando um verdadeiro choque na cena final do filme. Depois do sucesso o argumento foi imitado à exaustão por um sem número de filmes de terror que tentavam aproveitar a onda do sucesso de "O Sexto Sentido". De repente todo filme trazia uma reviravolta mirabolante para causar aquela surpresa no público. Como sempre acontece no mundo das artes, o fato de ter sido tão imitado e copiado acabou desvalorizando a obra original. Hoje revisto o filme já não causa muito impacto, até porque é em essência aquele tipo de produção que uma vez revelada sua surpresa perde praticamente todo o impacto.

O sucesso foi espetacular. Para um filme de orçamento modesto e pretensões idem, "O Sexto Sentido" conseguiu a proeza de fatura mais de 700 milhões de dólares em bilheteria, um número realmente assombroso. O êxito comercial obviamente teve seu lado bom e ruim. O aspecto positivo foi que o gênero terror voltou ao topo em Hollywood por algum tempo. De uma hora para outra os estúdios acordaram para o fato de que o público ainda poderia comparecer em massa para ver filmes assim. O lado negativo foi que o sucesso trouxe uma liberdade a M. Night Shyamalan que ao longo do tempo lhe faria muito mal. Livre das amarras dos grandes estúdios ele começou a dar vazão a uma série de idéias que nem sempre funcionavam nas telas. Sem freios criaria argumentos sem pé nem cabeça para seus futuros filmes o que mais cedo ou mais tarde o acabaram levando para o buraco. Isso porém é tema para analisarmos quando formos falar de seus outros filmes. Por enquanto vale a pena deixar a indicação para essa pequena obra prima que causou muito impacto em seu lançamento. Nunca um filme sobre um garotinho que via gente morta despertou tanto interesse antes na história do cinema americano.

O Sexto Sentido (The Sixth Sense, Estados Unidos, 1999) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Bruce Willis, Haley Joel Osment, Toni Collette,  Olivia Williams, Donnie Wahlberg / Sinopse: Cole Sear (Haley Joel Osment) é um garotinho que nasceu com o poder de ver, falar e interagir com pessoas mortas. Para tentar estudar e solucionar seu problema ele começa a desenvolver uma sólida amizade com o Dr. Malcolm Crowe (Bruce Willis) que parece particularmente intrigado com esse precioso dom do garoto.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de outubro de 2025

Guia de Cinema - Edição III - Lançamentos de Filmes de Terror e Ficção


Guia dos filmes de terror que vão estrear nos cinemas no Brasil em outubro de 2025, com título no Brasil, título original e sinopse curta:

Título no Brasil Título Original Sinopse
O Telefone Preto 2 The Black Phone 2 Quatro anos após escapar do sequestrador conhecido como “O Pegador”, Finney tenta reconstruir sua vida, enquanto sua irmã mais nova, Gwen, começa a receber ligações do telefone preto em seus sonhos. Eles descobrem uma conexão perturbadora entre sua família e o assassino, e precisam confrontar tanto os traumas do passado quanto o mal que os persegue. (AdoroCinema)
Lago dos Ossos Bone Lake Um casal vai passar férias românticas em uma casa isolada à beira de um lago, mas precisa compartilhar a casa com outro casal misterioso. À medida que segredos antigos vêm à tona, o retiro se torna um pesadelo de mentiras, manipulação e horror. (grupocasalcinemas.com.br)
Os Estranhos: Capítulo 2 The Strangers: Chapter 2 Maya, que sobreviveu a um ataque brutal dos mascarados, agora está em uma fuga desesperada. Ela ainda é perseguida, e a ameaça se intensifica conforme os mascarados retornam, mais perigosos do que antes. (Wikipédia)


quarta-feira, 8 de outubro de 2025

10 Curiosidades sobre o filme Invocação do Mal 4


Aqui vão 10 curiosidades sobre Invocação do Mal 4: O Último Ritual (The Conjuring: Last Rites) — algumas de bastidores, outras de produção/trama, e de recepção:

🔍 Curiosidades de Invocação do Mal 4

  1. Base em caso real – Smurl Haunting
    O filme é inspirado no famoso caso de assombração da família Smurl, que viveu em West Pittston, Pensilvânia, na década de 1970. Eles relataram uma série de eventos sobrenaturais perturbadores. (Wikipédia)

  2. Último filme da saga principal com Ed & Lorraine Warren
    Ele é apresentado como o capítulo final da série The Conjuring no que toca ao casal de investigadores paranormais (Patrick Wilson e Vera Farmiga). (Wikipedia)

  3. Direção e produção
    Dirigido por Michael Chaves (que dirigiu The Conjuring: The Devil Made Me Do It), com roteiro de Ian Goldberg, Richard Naing e David Leslie Johnson-McGoldrick. Produzido por James Wan e Peter Safran. (Wikipédia)

  4. Orçamento e bilheteria
    O orçamento foi de cerca de US$ 55 milhões. Já arrecadou globalmente cerca de US$ 459-460 milhões. (Wikipedia)

  5. Mudança de data de lançamento/campanha
    Diferente dos filmes anteriores da franquia, Last Rites estreou no outono / início de setembro de 2025, em vez do verão americano, o que indica uma estratégia diferente para o gênero terror. (Collider)

  6. Desempenho recorde nas bilheterias
    Na estreia nos EUA, faturou cerca de US$ 84 milhões, batendo recordes da franquia para primeiro fim-de-semana. Também teve uma abertura muito forte em mercados internacionais. (Wikipedia)

  7. Participação da filha Judy Warren
    Mia Tomlinson interpreta Judy Warren (filha de Ed e Lorraine), e o filme dá maior espaço para ela e seu namorado Tony (interpretado por Ben Hardy), mostrando a nova geração nessa saga sobrenatural. (Digital Spy)

  8. Aspecto mais sombrio
    Os produtores e o diretor dizem que este filme é o mais “escuro” da franquia, em termos de tom, cenas perturbadoras e horrores sobrenaturais, inclusive com entidades e situações de confronto emocional intenso. (EW.com)

  9. Final explicativo / possibilidades de continuidade
    Embora seja anunciado como o “último ritual” da série principal com os Warrens, o desfecho deixa pistas para que futuros filmes possam focar em Judy Warren ou outros casos sobrenaturais. (geekinout.pt)

  10. Sucesso de bilheteria no Brasil
    No Brasil, a estreia foi expressiva — segundo dados, no primeiro dia mais de 370 mil ingressos vendidos, arrecadando cerca de R$ 7,6 milhões, tornando-se a maior estreia de terror da história do país até então. (Wikipédia)


terça-feira, 7 de outubro de 2025

10 Curiosidades sobre a série Monstro: a História de Ed Gein


Aqui vão 10 curiosidades sobre a série Monster: The Ed Gein Story (em português, Monstro: A História de Ed Gein) — algumas confirmadas e outras que mostram até onde ela mistura fatos com ficção:
  1. Inspiração para clássicos do horror
    A série enfatiza como os crimes reais de Ed Gein influenciaram filmes famosos como Psicose (Norman Bates), O Massacre da Serra Elétrica (Leatherface) e O Silêncio dos Inocentes (Buffalo Bill). (Observatório do Cinema)

  2. Mudança no comando criativo
    Ao contrário das temporadas anteriores de Monster, esta terceira não é criada por Ryan Murphy — embora ele participe como produtor associado. O showrunner principal desta temporada é Ian Brennan. (Wikipedia)

  3. Transformação física do protagonista
    Charlie Hunnam, que interpreta Ed Gein, passou por uma mudança física significativa para o papel. Ele perdeu cerca de 13,6 kg para se adequar à interpretação. (Observatório do Cinema)

  4. Mistura de fato e ficção
    Há várias cenas dramatizadas que não têm evidência na vida real — por exemplo, o suposto assassinato do irmão Henry por Ed, mostrado na série, não está comprovado historicamente. (indy100)

  5. Personagem “romântico” dramatizado
    A série insere a personagem Adeline Watkins como interesse romântico de Ed, com uma relação bastante romantizada. Histórias sugerem que essa relação foi exagerada pela mídia; ela mesma depois negou parte das declarações que deram essa versão. (Marie Claire)

  6. Presença de Hitchcock e sua obra referenciada
    Alfred Hitchcock aparece como personagem na trama (interpretado por Tom Hollander), justamente por causa da influência que os crimes de Gein tiveram no gênero de horror e em filmes como Psicose. (Wikipedia)

  7. Controvérsias sobre gênero e identidade
    A série aborda (e tenta desassociar) mitos conflituosos sobre Gein e sua relação com identidade de gênero, cross-dressing, etc. Há uma cena com Christine Jorgensen (ícone trans) que, na trama, ajuda Ed a entender algumas das suas fantasias/obsessões. (Netflix)

  8. Final simbólico e reflexivo
    No episódio final há uma cena significante em que adolescentes tentam roubar a lápide de Ed Gein — algo baseado em acontecimentos reais, já que sua lápide foi furtada várias vezes. (Netflix)

  9. Recepção crítica negativa em muitos aspectos
    Apesar da produção, figurino e atuação serem elogiados em alguns casos, a série foi criticada por muitos por sua narrativa pouco focada, uso excessivo de violência gráfica e imprecisões factuais. (Wikipedia)

  10. Duração, episódios e ambientação
    São 8 episódios, ambientados nos anos 1950, no interior do Wisconsin. A série mostra o Ed Gein mais velho, sua vida isolada, sua relação com a mãe, seus delírios, e como ele chega aos extremos que chocam, conectando isso também à cultura pop de horror. (Netflix)

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Os 10 Filmes de Terror de Maior Sucesso dos anos 90

 
Os 10 Filmes de Terror de Maior Sucesso dos anos 90

1. O Sexto Sentido / The Sixth Sense (1999)
Sinopse: Um garoto de 9 anos afirma ver pessoas mortas; ele procura ajuda de um psicólogo infantil, e juntos eles descobrem que há muito mais por trás desse dom inquietante. 
Bilheteria mundial: cerca de US$ 672,8 milhões. 

2. Seven / Se7en (1995)
Sinopse: Dois detetives, um novato e um veterano, caçam um serial killer que comete assassinatos baseados nos sete pecados capitais, deixando pistas macabras para que a investigação revele cada parte de seu plano. 
Bilheteria mundial: cerca de US$ 327 milhões. 

3. O Silêncio dos Inocentes / The Silence of the Lambs (1991)
Sinopse: A agente do FBI Clarice Starling busca capturar um serial killer conhecido como “Buffalo Bill”, para isso ela recorre à ajuda (às vezes aterrorizante) do Dr. Hannibal Lecter, preso, porém extremamente perspicaz. 
Bilheteria mundial: cerca de US$ 275,7 milhões. 

4. A Bruxa de Blair / The Blair Witch Project (1999)
Sinopse: Três estudantes vão até uma floresta para documentar a lenda da Bruxa de Blair, mas perdem-se e coisas estranhas começam a acontecer; tudo filmado em estilo “found footage”. 
Bilheteria mundial: cerca de US$ 248,6 milhões. 

5. Entrevista com o Vampiro / Interview with the Vampire (1994)
Sinopse: Um vampiro imortal, Louis, conta sua longa história a um escritor, incluindo sua relação conflitante com o vampiro Lestat e a criança vampira Claudia — vida longa, mas repleta de angústia e isolamento. 
Bilheteria mundial: cerca de US$ 223 milhões. 

6. Drácula de Bram Stoker / Bram Stoker’s Dracula (1992)
Sinopse: Versão do clássico romance de Bram Stoker: o Conde Drácula deixa sua Transilvânia para seduzir e espalhar terror em Londres, enquanto um advogado (Jonathan Harker) descobre as terríveis intenções dele. 
Bilheteria mundial: cerca de US$ 215,9 milhões. 

7. Os Outros / The Others (1999)
Sinopse: Grace vive numa mansão isolada com seus dois filhos que têm sensibilidade à luz; enquanto espera pelo retorno do marido da guerra, eventos sobrenaturais sugerem que não estão sozinhos.
Bilheteria mundial: cerca de US$ 200 milhões. 

8. Pânico / Scream (1996)
Sinopse: Depois de uma série de assassinatos misteriosos inspirados por terror clássico, um grupo de adolescentes descobre que todos estão sendo observados — e que ninguém está seguro. 
Bilheteria mundial: cerca de US$ 173 milhões. 

9. Pânico 2 / Scream 2 (1997)
Sinopse: Dois anos depois dos eventos do primeiro “Scream”, os sobreviventes de Woodsville estão na faculdade, mas o assassino mascarado retorna, adaptando seus métodos e espalhando medo nos novos espaços que os jovens frequentam. 
Bilheteria mundial: cerca de US$ 172,36 milhões. 

10. A Experiência / Species (1995)
Sinopse: Cientistas criam um híbrido humano-alienígena chamado Sil, que consegue escapar do laboratório; agora precisam capturá-la antes que ela se reproduza ou cause mais mortes. 
Bilheteria mundial: cerca de US$ 113,4 milhões. 

domingo, 28 de setembro de 2025

Guia de Cinema - Edição II - Lançamentos de Filmes de Terror e Ficção

Filmes de Terror - Lançamentos
Aqui vão alguns filmes de terror lançados nos cinemas em setembro de 2025, com pequenas sinopses de cada um:

🎬 Filmes e sinopses

Invocação do Mal 4: O Último Ritual 
The Conjuring: Last Rites
Data de lançamento: 5 de setembro de 2025 
Sinopse: É o nono filme do universo The Conjuring e promete ser o capítulo final com os investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren. Baseado em eventos reais (o caso de Smurl), o longa retrata mais uma investigação sobrenatural onde a família Warren enfrenta forças ocultas e fenômenos demoníacos cada vez mais intensos e perigosos. 

A Longa Marcha: Caminhe ou Morra 
The Long Walk
Data de lançamento: 12 de setembro de 2025 
Sinopse: Adaptação de Stephen King (sob pseudônimo Richard Bachman). Cenário distópico: 100 jovens participam de uma competição brutal chamada “The Long Walk”, na qual devem manter um ritmo mínimo de caminhada — se caírem abaixo desse ritmo ou receberem avisos suficientes, são eliminados (literalmente). O filme explora o desespero, resistência física e psicológica, bem como a moralidade e o sacrifício que envolve a sobrevivência. 

Os Estranhos: Capítulo 2 
The Strangers: Chapter 2
Data de lançamento: 26 de setembro de 2025 
Sinopse: Continuação da saga de The Strangers. Maya, que sobreviveu ao ataque brutal no primeiro capítulo, tenta se recuperar; porém, os mascarados descobriram que ela está viva e retornam para terminar o trabalho. Perseguida novamente, sem lugar seguro, Maya enfrenta medo, trauma e violência enquanto luta pela sobrevivência.

Him
Data de lançamento: 19 de setembro de 2025 
Sinopse: Mistura de terror psicológico com crítica sobre fama e sacrifício. Conta a história de Cameron “Cam” Cade, um jovem talento no futebol americano que sofre um trauma cerebral grave após um ataque de fã, bem quando se preparava para um evento decisivo. Ele recebe uma oportunidade de recuperação sob a tutela de Isaiah White, um lendário quarterback em fim de carreira, que o convida para treinar em um complexo isolado. A residência se torna um ambiente carregado de pressão, segredos e tensão mental.