quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Olhos Famintos

Título no Brasil: Olhos Famintos
Título Original: Jeepers Creepers
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists, American Zoetrope
Direção: Victor Salva
Roteiro: Victor Salva
Elenco: Gina Philips, Justin Long, Jonathan Breck
  
Sinopse:
Retornando para casa durante as férias de primavera, os irmãos Darry e Patricia Jenner testemunham a aparição de uma criatura bem sinistra que parece ir até um túnel sombrio. O fato os deixam curiosos e eles decidem ir até aquele local para investigar do que se trata. É um esconderijo perturbador, com seres estranhos e bizarros. Agora eles também entendem que são as próximas vítimas, pois o estranho ser começa a ir atrás deles por terem sido tão bisbilhoteiros. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Terror.

Comentários:
A fórmula pode até ser considerada batida e saturada, mas depois que você termina de assistir a "Jeepers Creepers" acaba descobrindo que ela ainda pode funcionar. Filmes de monstros nasceram com o próprio surgimento do cinema e nunca mais deixaram de fazer sucesso. Aqui temos um filme típico desse sub-gênero. Não há nada de espetacular no roteiro desse terror, a não ser o fato de que os escritores conseguiram revitalizar velhas situações, dando a impressão (nada mais do que mera impressão, é bom frisar) de que se tratava de algo novo. Brincando com o subconsciente do americano médio, que muitas vezes veio do meio-oeste, onde existem extensas fazendas e plantações, os diretores de arte criaram uma criatura monstruosa que remete aos velhos espantalhos dessas regiões. O efeito é obviamente eficiente, embora como gosto de salientar, nada muito original. Mesmo assim é um filme bacaninha para assistir numa noite entediada, sem nada mais interessante para fazer. A direção foi entregue a Victor Salva, que já havia chamado a atenção dos fãs de filmes Sci-fi antes com o estranho, mas interessante, "Energia Pura" de 1995. Depois do sucesso de "Olhos Famintos" ele ainda rodaria sua sequência, "Olhos Famintos 2" em 2003. E quem acha que a franquia não vai mais em frente é bom saber que o estúdio já anunciou agora para 2015 sua nova continuação, com o título de "Jeepers Creepers 3: Cathedral". Pelo visto essa estranha criatura ainda terá vida longa no cinema.

Pablo Aluísio

sábado, 13 de setembro de 2025

A Hora do Pesadelo 4 - O Mestre dos Sonhos

Título no Brasil: A Hora do Pesadelo 4 - O Mestre dos Sonhos
Título Original: A Nightmare on Elm Street 4 - The Dream Master
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Renny Harlin
Roteiro: Wes Craven, William Kotzwinkle
Elenco: Robert Englund, Rodney Eastman, John Beckman, Hope Marie Carlton, Kristen Clayton, Duane Davis

Sinopse:
Freddy Krueger retorna mais uma vez para aterrorizar os sonhos dos Dream Warriors restantes, bem como os de uma jovem que pode ser capaz de derrotá-lo para sempre. Filme indicado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de melhor filme de terror do ano.

Comentários:
Nunca foi o típico filme da carreira do diretor Renny Harlin. A praia dele sempre foi outra, de filmes de ação com muita pancadaria e troca de tiros com metralhadoras, mas devo dizer que ele surpreendeu nesse filme da série "A Nightmare on Elm Street". Ele trouxe um visual muito bem produzido, caprichado mesmo, para esse quarto filme. Diria até que é o filme mais diferenciado da franquia. Os efeitos especiais na década de 1980 nem era tão perfeitos, porém ele superou isso com uma direção de arte realmente muito boa, acima da média. A bilheteria também foi considerada top de linha, acima do previsto pelo estúdio New Line. Para um filme que custou pouco mais de 14 milhões de dólares, a soma de 98 milhões arrecadados foi considerada excelente, o que levaria Freddy Krueger a voltar em mais filmes nos anos que viriam. Já o diretor Renny Harlin não quis continuar na série. Ele largou o famoso personagem dos filmes de terror e foi dirigir "Duro de Matar 2" que iria se tornar um dos maiores sucessos de sua carreira.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

A Mosca da Cabeça Branca

Título no Brasil: A Mosca da Cabeça Branca
Título Original: The Fly
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Kurt Neumann
Roteiro: George Langelaan, James Clavell
Elenco: Vincent Price, Patricia Owens, Herbert Marshall, Kathleen Freeman, Betty Lou Gerson, Charles Herbert

Sinopse: 
Por anos um cientista tenta sem sucesso transportar matéria pelo espaço, indo de um lugar ao outro. A invenção poderia ser revolucionária para o futuro da humanidade. A tentativa se baseia na reconstrução molecular entre câmeras de transporte. Durante uma dessas tentativas porém uma mosca adentra o recipiente de transposição, fundindo o DNA do inseto com o DNA humano, criando nesse processo um ser simplesmente monstruoso!

Comentários:
Esse filme ganhou um selo de cult movie com o passar dos anos. É fato que se trata mesmo de um grande clássico do cinema fantástico do passado. O roteiro e sua direção de arte só ganharam com o passar do tempo e o filme não ficou ridículo após todos esses anos, o que é um feito e tanto! Aliás muito pelo contrário. O que vemos é Hollywood tentando captar o clima original em vários remakes, inclusive o de 1986 que também é uma pequena obra prima. A Mosca da Cabeça Branca tem todos os ingredientes dos filmes fantásticos dos anos 1950. Existe a desconfiança natural com os rumos da ciência, o cientista que não consegue frear seus impulsos, passando por cima da ética e os efeitos nefastos de seus experimentos - em filmes assim isso era representado justamente pelo surgimento de aberrações, monstros sanguinários. Uma maravilha! Não existe nada mais charmoso hoje em dia em termos de cinema do que os antigos - e muito bem bolados - filmes de Sci-fi dos anos 50 e 60. Em última análise essas produções continuam tão influentes hoje em dia como eram na época de seu lançamento! Nesse aspecto chega mesmo a ser genial. Outro aspecto digno de nota é que o filme não abusa dos efeitos especiais e nem da maquiagem. Sempre os esconde, nas sombras, por exemplo, justamente para manter o clima de suspense. Com isso o filme não foi atingido pelo tempo, uma vez que tudo é sutilmente escondido. Caso os efeitos datados fossem colocados mais em evidência o filme perderia e muito. Porém o roteiro foi inteligente o bastante para ser apenas sutil, sugerir na maior parte do tempo, sem apelar para o vulgar. Em suma, é um clássico sem dúvida. Um dos melhores de sua linhagem.

Pablo Aluísio.

sábado, 30 de agosto de 2025

A Freira

A Freira
O filme até começa bem. Uma freira pula do alto da torre da abadia onde vive. Ela se joga para a morte com uma corda no pescoço. Obviamente um suicídio. Quem a encontra, muitos dias depois, já em estado de decomposição, é um morador de um vilarejo local que todos os meses vai até a abadia com mantimentos. O caso trágico chama a atenção da igreja que manda até o local o Padre Burke (Demián Bichir), acompanhando da jovem noviça Irmã Irene (Taissa Farmiga). Eles precisam descobrir o que estaria por trás da morte da religiosa. Uma vez chegando na abadia descobrem que o lugar é mais do que sinistro. A madre superiora é uma figura sombria, que nunca mostra o rosto. Também aparece pouco amigável. Já o contato com as demais freiras do local se torna praticamente impossível, pois elas vivem em clausura completa. Aos poucos o padre vai descobrindo cada vez mais sobre o passado do lugar, o que talvez explique tudo o que estaria acontecendo.

O problema maior desse filme "A Freira" é que o roteiro não valoriza o suspense, o mistério. O filme vai bem até mais ou menos a metade da duração. Depois as coisas vão acelerando até perder totalmente o seu maior trunfo, que seria justamente a sugestão, as sombras, o mistério. O fato é que o roteiro explica demais o que está acontecendo no filme, com isso o suspense vai para o ralo. Filmes assim, que subestimam a inteligência do espectador, escancarando tudo de uma vez, perdem demais no quesito terror. São filmes que não conseguem confiar no público. Tem que explicar tudo direitinho, dando até o nome do demônio que age na abadia. Não é assim que se produz um bom filme de terror!

No mais fica pelo menos a curiosidade de ver a irmã mais jovem da atriz Vera Farmiga atuando  E ela é até bem carismática. Por falar nisso a Vera é uma das produtoras executivos do filme que é mais um a trazer a marca da série de filmes de terror de sucesso "The Conjuring". Para quem não se lembra tudo começou lá atrás, em 2013, com "Invocação do Mal". Todos os filmes estão de uma forma ou outra interligados. Essa figura sombria da Freira inclusive já havia aparecido antes. Era no começo apenas uma assombração apavorante, mas que o roteiristas resolveram desenvolver mais, contando sua história. Uma pena que apenas isso não consiga salvar o filme de seus próprios erros.

A Freira (The Nun, Estados Unidos, 2018) Direção: Corin Hardy / Roteiro: Gary Dauberman, James Wan / Elenco: Demián Bichir, Taissa Farmiga, Jonas Bloquet / Sinopse: Após a morte misteriosa de uma freira, um padre e uma noviça são enviados pelo Vaticano para descobrir tudo o que estaria por trás daquela morte trágica.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

A Múmia

A Múmia 
Tom Cruise já não é mais o mesmo. Esse seu novo filme na Universal Pictures não conseguiu se tornar um sucesso, apesar da agressiva campanha de marketing. Com orçamento de 125 milhões de dólares faturou pouco mais de 30 milhões no mercado americano. Foi um pouquinho melhor no mercado internacional, mas mesmo assim ainda não se pagou nas bilheterias. Em resumo: é praticamente um fracasso comercial. E isso não foi injusto. O problema é que Cruise tem se concentrado apenas em fazer blockbusters vazios nesses últimos anos e o público já demonstra sinais de estar cansado disso. Cansaram do Cruise, essa é a verdade. Mas e o filme, é bom? Esse filme na verdade é o primeiro de uma série que a Universal quer lançar, todos trazendo os velhos monstros clássicos do estúdio. Com o selo de Dark Universe, eles querem resgatar filmes com Drácula, Frankenstein, Lobisomen, o Homem Invisível, enfim, toda a galeria dos antigos personagens de terror da era clássica da Universal Pictures. É uma boa ideia, mas também é preciso caprichar um pouco mais nesse resgate. Esse primeiro filme com a Múmia deixa bastante a desejar nesse ponto. Cheio de efeitos especiais e furos de roteiro, jamais consegue convencer ou prender a atenção. Ao contrário disso deixa aquela sensação incômoda de que mais uma vez estamos perdendo tempo.

O enredo gira em torno de um grupo de militares que no Iraque acaba descobrindo uma antiga tumba de uma princesa que viveu no antigo Egito. Na verdade ela fez um pacto com o Set, o Deus da Morte. Por isso jamais deixou de viver. Aprisionada numa tumba com mércurio (retiraram essa ideia da tumba real do primeiro imperador da China), a princesa ganha vida novamente depois que seu sarcófago é aberto. Tom Cruise interpreta um desses militares que acaba virando alvo da maldição da múmia, ficando preso pela eternidade ao destino da monstruosidade que retorna à vida. Através de um roteiro pouco original (consegui rapidamente ver plágios envolvendo diversos filmes como "Força Sinistra" e "Um Lobisomem Americano em Londres" com direito a um amigo em estado de putrefação avançada ao longo do filme), esse novo "A Mùmia" não me convenceu. Para piorar os roteiristas resolveram colocar personagens de "O Médico e o Monstro" no meio da trama. O que funcionou em séries como "Penny Dreadfull" aqui não deu muito certo. Enfim, se depender desse primeira produção da Dark Universe não teremos muitos revivals interessantes. Uma pena!

A Múmia (The Mummy, Estados Unidos, Inglaterra, 2017) Direção: Alex Kurtzman / Roteiro: David Koepp, Christopher McQuarrie / Elenco: Tom Cruise, Russell Crowe, Sofia Boutella, Annabelle Wallis / Sinopse: Equipe de militares americanos descobre por acaso a tumba milenar da princesa do antigo Egito Ahmanet (Sofia Boutella). No passado ela matou sua família em busca do poder absoluto do império. Também fez um pacto com Set, o Deus da Morte. Agora ela está de volta à vida, trazendo morte e destruição por onde passa.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de agosto de 2025

Um Lobisomem Americano em Londres

Um Lobisomem Americano em Londres
O melhor filme sobre Lobisomens já feito. Engraçado que nossos queridos licantropos não tem mesmo muita sorte no cinema, pois poucos são os clássicos envolvendo suas aventuras. Pior é que ultimamente estão usando os lobinhos como meros coadjuvantes de luxo em filmes de vampiros (vide Crepúsculo e Anjos da Noite). Em Anjos da Noite eles não passam de cães ferozes de estimação e em Crepúsculo são anabolizados andróginos. Assim não dá. Até hoje ainda não fizeram um filme de lobisomens tão bom quanto esse e olha que já tentaram muito. O que mais me agrada nesse filme é que apesar de ser um terror classe A o humor não foi deixado de lado, mostrando que bom humor e terror podem conviver perfeitamente dentro de um mesmo roteiro, sem necessariamente resultar em um terrir (expressão usada pelo diretor brazuca David Cardoso). Na trama acompanhamos dois jovens estudantes americanos em férias que são atacados por terríveis criaturas em uma região sombria e distante do interior da Inglaterra. Um deles não sobrevive ao ataque mas o outro é hospitalizado. Após receber alta ele começa a ter estranhas alucinações com seu amigo morto. O falecido inclusive vai sofrendo o processo de decomposição natural dos cadáveres enquanto vai aconselhando ao seu amigo a agir de forma definitiva para cessar as mortes ao seu redor. 

A cena da transformação segue imbatível até os dias de hoje. Nem toda a computação gráfica do mundo conseguiu superar o impacto dessa sequência. Na realidade o cérebro humano não reage bem a cenas com muita computação gráfica porque uma mensagem do inconsciente nos é enviada imediatamente informando que aquilo não é real. Por isso tudo fica falso demais. Já essa cena da transformação utilizou muito mais de maquiagem (real), ângulos de câmera e truques de montagem. O resultado logo se nota. A aparição do Licantropo é perfeita. Já a continuação desse filme é uma decepção total, mais uma vitima de uma overdose de CG. Dispense. Assim temos uma produção única que marcou época. Sempre presente em qualquer lista dos melhores filmes de terror já feitos, "Um Lobisomem Americano em Londres" é simplesmente obrigatório para todos os fãs do gênero. Depois dele você nunca mais verá uma lua cheio do mesmo jeito que antes.

Um Lobisomem Americano em Londres (An American Werewolf in London, Estados Unidos, Inglaterra, 1981) Direção: John Landis / Roteiro: John Landis / Elenco: David Naughton, Griffin Dunne, Jenny Agutter, Frank Oz, John Woodvine / Sinopse: Dois jovens estudantes americanos são atacados por terríveis criaturas em uma região sombria e distante do interior da Inglaterra. Um deles não sobrevive ao ataque mas o outro é hospitalizado. Após receber alta ele começa a ter estranhas alucinações com seu amigo morto. Estaria enlouquecido ou teria adquirido alguma maldição milenar? Assista para descobrir. "Um Lobisomem Americano em Londres" foi o vencedor do Oscar de melhor maquiagem e do prêmio Saturn Award, como melhor filme de terror do ano.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Os Garotos Perdidos

Título no Brasil: Os Garotos Perdidos
Título Original: The Lost Boys
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Jan Fischer, James Jeremias
Elenco: Jason Patric, Corey Haim, Kiefer Sutherland, Dianne Wiest
  
Sinopse:
Depois de se mudarem de sua cidade dois irmãos começam a suspeitar que a região para onde foram morar está na verdade infestada de vampiros pelas redondezas. Filme vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Terror. Também indicado nas categorias de Melhor Maquiagem, Figurino, Ator (Corey Haim) e Melhor Ator Coadjuvante (Barnard Hughes).

Comentários:
Muitos dizem que Joel Schumacher é um cineasta que só realiza porcarias. Bobagem, ele certamente é um diretor de altos e baixos, mas também acerta o alvo quando lhe convém. Esse "The Lost Boys" é um exemplo. Pense bem, esse filme já adentrou a esfera dos cult movies, sendo considerado hoje em dia um dos melhores filmes de terror dos anos 80 - o que não deixa de ser um título pra lá de honroso. O roteiro não esconde suas pretensões. Foi uma forma de revitalizar a figura do vampiro para as novas gerações. Não no sentido do que hoje isso significa (transformando vampiros em adolescentes bobos e apaixonados), mas sim em resgatar o monstro do passado para lhe dar uma nova roupagem, mas de acordo com os jovens daquela época. O resultado se mostra desde o começo muito acertado. Há ótimas decisões de linguagem, como a câmera sobrevoando a cidade como se fosse o ponto de vista de um vampiro e uma trilha sonora muito bem escolhida, com alguns clássicos do rock. Além disso o uso bem bolado do visual Heavy Metal dos jovens dos anos 80 acabou, vejam só, se encaixando muito bem na proposta. Enfim, "The Lost Boys" é realmente um achado para quem curte vampiros adolescentes assassinos em geral. Uma ótima diversão que resistiu até mesmo ao tempo, mostrando que tal como seus personagens também se mostra forte candidato a se tornar também imortal. Quem diria...

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de agosto de 2025

Frankenstein de Mary Shelley

Frankenstein de Mary Shelley
O sucesso de Drácula de Bram Stoker fez com que naturalmente os estúdios procurassem o mais rápido possível adaptar outros livros clássicos de terror. Assim a Tri-Star Pictures colocou em andamento um projeto ambicioso: adaptar o famoso livro de Mary Shelley, Frankenstein. A fórmula seria a mesma que foi usada em Drácula, ser o mais fiel possível ao texto original, ignorando todos os filmes anteriores sobre o tema. Não era uma missão fácil. O design da criatura dos filmes da Universal faz parte da cultura pop até os dias atuais. A estória todos já conheciam mas como adaptação dos mesmos filmes. Era uma mitologia muito conhecida afinal. As surpresas vieram logo quando o nome do diretor e ator Kenneth Branagh foi anunciado para dirigir o novo filme. Ele era muito mais associado às adaptações de William Shakespeare e não tinha muita intimidade com o universo dos filmes de terror tradicionais. Maior surpresa ocorreu depois quando o estúdio anunciou o grande ator Robert De Niro para viver a criatura! Essa seguramente foi a escolha de elenco mais improvável da história de Hollywood. De Niro interpretando o monstro seria no mínimo esquisito. Fora isso a nova versão de Frankenstein teve o melhor em termos de produção e estrutura. Nesse meio tempo o diretor Roger Corman em mais um lance de oportunismo lançou sua própria versão de Frankenstein. Um filme pra lá de bizarro que chegou até mesmo a ser lançado em nossas locadoras na época.

De qualquer modo as pessoas ansiavam mesmo pela produção classe A de De Niro  e Branagh. O filme finalmente foi lançado em novembro de 94. A crítica se dividiu. Para muitos a produção era sem inspiração, preguiçosa e maçante. Para outros era válida a iniciativa de se revisar o texto original de Mary Shelley. Em meu conceito Frankenstein é bem irregular mas não credito todos os problemas apenas ao filme em si. De certa forma o próprio texto de Mary Shelley envelheceu terrivelmente. Escrito como uma aposta da autora que queria produzir o romance mais aterrorizante de sua época,  Frankestein é uma obra que intencionalmente carrega nas tintas a todo momento. Nunca teve a sofisticação dos textos de Bram Stoker. Essa falta de sutileza assim se torna óbvio no transcorrer do filme. Além do mais a segunda parte da trama soa muito ultrapassada nos dias atuais. Com tantos problemas no texto original não é de se estranhar que o filme tenha tantos problemas. A produção de primeira linha está lá, um bom diretor e um elenco de ótimos profissionais também, mas o filme não empolga, não surpreende em nenhum momento. A nova visão do livro de Mary Shelley fez sucesso nas telas mas jamais conseguiu se tornar uma unanimidade como o filme de Francis Ford Coppola. Sem dúvida deixa a desejar em vários aspectos.

Frankenstein de Mary Shelley (Frankestein, Estados Unidos, 1994) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Steph Lady baseado na obra de Mary Shelley / Elenco: Robert De Niro, Kenneth Branagh, Tom Hulce, Helena Bonham Carter, Aidan Quinn, Ian Holm, John Cleese, Richard Briers / Sinopse: Victor Frankenstein (Kenneth Branagh) é um cientista vitoriano que decide utilizar as recentes descobertas sobre eletricidade para tentar criar vida a partir de restos humanos de pessoas falecidas. Seus experimentos acabam dando origem a uma estranha criatura (Robert De Niro) que a despeito de sua precária condição consegue expressar e desenvolver muitos dos mais nobres sentimentos humanos. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Drácula de Bram Stoker

No século XV um nobre romeno, Vlad Tepes, luta ao lado da Igreja Cristã Romena para expulsar os turcos da região dos Cárpatos. Sua noiva, Elisabetha (Winona Rider), acreditando que Vlad havia morrido nos campos de batalha, não suporta e comete suicídio atirando-se no rio. Porém seu grande amor não estava morto e, ao retornar da guerra, fica sabendo da morte da amada. E pior: ouve do padre Cesare que a alma de Elisabetha estava amaldiçoada por ter cometido suicídio. Neste momento, Vlad, corroído por um ódio gigantesco, renuncia, não só à igreja, mas também a Deus. Depois de romper com a igreja e com Deus, Vlad alia-se ao anti-cristo, atinge a imortalidade, e passa a ser chamado de Conde Drácula (o filho do diabo), passando assim a alimentar-se de sangue, numa prática conhecida como vampirismo. Depois de quatrocentos anos, Drácula descobre que o espírito de Elizabetha reencarnou em Londres com o nome de Wilhelmina Murray (Winona Rider), ou simplesmente, Mina Murray. Jonathan Harker (Keanu Reeves), noivo de Mina, é um jovem negociante que resolve em certa ocasião viajar à Transilvânia até a fúnebre mansão do Conde Drácula a fim de vender para o funesto proprietário dez terrenos na região de Londres. Chegando à mansão, Jonathan começa a desconfiar do estranho anfitrião, mas antes que consiga fugir, é feito prisioneiro do Conde demoníaco. Com Jonathas prisioneiro, o caminho de Drácula fica livre para que ele viaje até Londres em busca de sua amada eterna. Porém o que Drácula não sabe é que o Dr. Van Helsing (Anthony Hopkins) pode estragar todos os seus planos pois o caçará de forma implacável.

Na melhor, e mais fiel, adaptação do livro "Drácula", escrito em 1897 pelo irlandês Abraham Stoker, ou simplesmente Bram Stoker (1847-1912), Coppola realizou de forma magistral um mosaico aterrorizante e perfeito do famoso e demoníaco Conde da Transilvânia: Vlad Tepes (Drácula) - O Empalador. Ou seja, uma criatura sensual, aterrorizante, carismática e depravada. Com pinceladas na fotografia que vão desde um cianótico entristecido, até um vibrante e sensual vermelho, a obra instigante de Coppola encanta e atormenta as mentes mais centradas e ajustadas. O longa - "Drácula de Bram Stoker" (Bram Stoker's Dracula - 1992) marca de forma indelével as atuações da bela e translúcida Winona Ryder e do excelente e performático Gary Oldman. Os dois são o sustentáculo de um roteiro excelente e perturbador que a todo instante nos deixa em dúvida de tudo o que realmente é real ou onírico. A cada cena, os personagens parecem atravessar a estrada lúgubre que desemboca nas esquinas da sensualidade, da luxúria e do horror. Num exame mais profundo da obra, descobrimos que um despudorado e genial Francis Ford Coppola, consegue injetar, de forma lenta e profunda, doses letais de anfetamina nas veias de uma charmosa Inglaterra Vitoriana. Uma obra magnífica!

Drácula de Bram Stoker (Dracula, EUA, 1992) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro:  James V. Hart baseado na obra de Bram Stoker / Elenco: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Richard E. Grant, Billy Campbell, Sadie Frost, Tom Waits, Monica Bellucci / Sinopse: Jonathan Harker (Keanu Reeves) vai a um distante e isolado castelo com a missão de vender uma propriedade a um estranho e recluso Conde chamado Drácula (Gary Oldman). Ao ver o retrato de sua amada o monstro fica admirado com a semelhança com sua antiga paixão, uma jovem falecida há muitos séculos. Não tardará para que o Conde vá ao seu encontro.

Telmo Vilela Jr.

sábado, 9 de agosto de 2025

Drácula (1979)

A primeira vez que assisti a esse Drácula foi nos anos 80, no Supercine da Globo. Já naquela ocasião percebi que se tratava de um grande filme. Recentemente porém o filme foi relançado em DVD nos Estados Unidos e decidi rever novamente. O tempo só lhe fez justiça. Digo, sem medo de errar, que esse é certamente um dos melhores filmes sobre o lendário Conde criado por Bram Stoker. Claro que o filme de Francis Ford Coppola segue sendo até hoje a melhor adaptação do romance vampiresco para o cinema. Isso porem não tira os méritos dessa outra excelente produção que foi assinada pelo ótimo John Badham. De fato foi um dos primeiros filmes a seguirem de perto o livro original. Embora a trama tenha sido enxugada um pouco, o enredo segue praticamente o mesmo criado por Stoker.

Quando o filme começa já vemos Drácula desembargando numa Londres escura, cheia de nevoeiros e clima sombrio. O ideal para esse tipo de história. Aliás tiro o chapéu para a equipe que foi responsável pela direção de arte, figurinos, maquiagem e reconstituição histórica da produção, porque está simplesmente perfeita. Some a isso o excelente elenco e você terá uma pequena obra prima em mãos. Frank Langella como Drácula é uma combinação perfeita. Penso até que o ator teria ter voltado ao personagem em novos filmes. Seu estilo pessoal, dicção e modo de comportamento em tudo combina com o Conde da Transilvânia. Em pleno anos 70 ele conseguiu dar uma certa modernizada no personagem, com trejeitos e figurinos mais de acordo com a época, como também conseguiu respeitar a tradição do Conde da literatura. Não foi algo fácil de fazer. O mesmo vale para o veterano Laurence Olivier como seu opositor, o Dr. Van Helsing. Em suma, é um filmão de terror que deixaria orgulhoso o próprio Bram Stoker em pessoa! Nunca assistiu?! Não vá perder mais tempo e corra para conferir.

Drácula (Drácula, EUA, 1979) Direção de John Badham / Roteiro: Hamilton Deane baseado na obra de Bram Stoker / Com Frank Langella, Laurence Olivier, Donald Pleasence / Sinopse: Conde romeno de nome Drácula (Frank Langella) chega na vitoriana Londres para adquirir uma nova propriedade na cidade. Nesse momento conhece a linda Mina, filha do renomado Dr Van Helsing e sua amiga Lucy, jovem namorada de seu procurador. A aproximação se tornará irresistível para o vampiro da noite. .

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

O Lobisomem

O Lobisomem
A infância de Lawrence Talbot terminou na noite em que sua mãe morreu. Depois disso ele deixa a aldeia vitoriana de Blackmoor em direção ao futuro. Muitos anos depois retorna porque o corpo de seu irmão foi brutalmente assassinado e ele quer encontrar o verdadeiro assassino que fez aquela monstruosidade. Após algumas investigações descobre um terrível destino reservado para si mesmo. O fato é que alguém ou alguma coisa com uma força descomunal e insaciável sede de sangue está matando os aldeões. Um inspetor da Scotland Yard é então enviado para a região e descobre algo além da imaginação. Eis  o resumo da história. A intenção do filme fica clara logo nos primeiros momentos. É uma tentativa de homenagear o clássico "O Lobisomem" da década de 1940. O enredo é praticamente o mesmo, só que melhor desenvolvido. Os personagens são os mesmos e clima do filme original foi recriado com as técnicas modernas. Não gosto de remakes mas esse filme sinceramente achei bem intencionado em seus propósitos. 

Some-se a isso a bela direção de arte (realmente de primeira classe) e um bom elenco e você terá no mínimo uma diversão honesta. Perceba que a maquiagem procurou resgatar o design do monstro mostrado no primeiro filme. Esse também é outro ponto positivo pois os realizadores poderiam muito bem partir para algo diferente, mais exagerado, um monstro digital, por exemplo. Ao invés disso optaram sabiamente por uma técnica mais analógica o que acabou trazendo mais realismo para as cenas dessa produção. Também gostei de todo o elenco, sem exceções. Benicio Del Toro tem o tipo ideal para seu papel, um sujeito de traços marcantes que esconde algo sinistro em sua vida pessoal. Anthony Hopkins também está ótimo, incorporando maneirismos que nos lembram sutilmente de feras selvagens e por fim temos Emily Blunt, muito bem equilibrada entre a beleza e a força de sua personagem. Dessa maneira "The Wolfman" é sem a menor sombra de dúvida uma ótima diversão, esqueça os críticos mal humorados e se divirta. 

O Lobisomem (The Wolfman, Estados Unidos, 2010) Estúdio: Universal Pictures, Relativity Media / Direção: Joe Johnston / Roteiro: Andrew Kevin Walker, David Self / Elenco: Benicio Del Toro, Anthony Hopkins, Emily Blunt / Sinopse: O filme conta a história de um homem amaldiçoado pela lua cheia, onde passa a se transformar em uma besta assassina, um lobisomem. 

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de agosto de 2025

Transformers

Título no Brasil: Transformers
Título Original: Transformers
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG, Paramount Pictures
Direção: Michael Bay
Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman
Elenco: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel

Sinopse:
Estranhos seres espaciais pertencentes a uma raça de máquinas resolvem invadir o planeta Terra para impor sua dominação sobre a frágil e tecnologicamente indefesa raça humana. Do lado do bem surgem os Autobots e do lado do mal os Decepticons. No meio deles um adolescente meio boboca e sua namorada gostosona completam o enredo desse sucesso comercial baseado nos famosos brinquedos dos anos 80.

Comentários:
Spielberg disponibilizou 150 milhões de dólares para a produção desse filme. Inicialmente ele iria dirigir mas depois pensou melhor e percebeu que não seria nada bom para seu prestígio de cineasta sério emprestar seu nome para algo assim tão rasteiro. Não há como negar, "Transformers" se resume a uma sucessão sem fim de cenas de computação gráfica de última geração e... nada mais. Não adianta procurar por roteiro, atuação ou relevância artística nesse tipo de filme. É cinema pipoca adolescente elevado à nona potência! Já que o negócio era explosão, Spielberg chamou o pirotécnico Michael Bay para mandar tudo pelos ares de uma vez por todas! Isso ajuda a distrair um pouco o tempo (longo demais) que esse filme leva para terminar. Ah, a beleza da Megan Fox também ajuda! Morenaça de olhos azuis e exalando sensualidade por todos os poros de seu lindo corpão, ela logo se torna outra razão para ver esse tipo de coisa. Obviamente que como atriz ela é um grande zero à esquerda mas quem se importa com isso afinal de contas? Deslique o cérebro, tape os ouvidos, abra os olhos e boa sorte!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Aliens - O Resgate

Revi ontem esse pequeno clássico da ficção. Na verdade me lembro de ter assistido o filme no cinema, em seu lançamento original. Depois disso devo ter revisto na TV e foi só. Provavelmente fazia mais de 20 anos que tinha visto pela última vez. A mente esquece e muitas vezes ao revermos filmes assim e tudo volta soar como boa novidade - pelo menos em nossa mente esquecida. O filme continua muito bom, muito bem realizado. E para minha surpresa resistiu bem ao tempo, coisa rara em filmes de ficção. Os efeitos especiais não envelheceram, a não ser em pequenos trechos, pontuais, quando as naves sondam o planeta infestado pelos aliens. Alguns detalhes do enredo havia esquecido. Por exemplo, quando o filme começa a Ripley (Sigourney Weaver) descobre que ficou 57 anos hibernando em sua pequena nave de fuga. O filme assim começa onde "Alien, o Oitavo Passageiro" terminou. Ela fugiu da nave mãe e ficou vagando pelo espaço. Agora é resgatada, quase por acaso, por um missão de exploradores. Aliás detalhe importante: no mesmo planeta onde tudo aconteceu no primeiro filme a companhia mineradora fundou uma colônia com mais de 150 habitantes. Claro, péssima ideia.

E é justamente para lá que Ripley retorna após a companhia descobrir que os colonos não entraram mais em contato. O que aconteceu? A tenente então desce novamente naquele lugar esquecido, mas dessa ela não está só. Agora vai com um grupo de fuzileiros altamente armados. E aqui vem o grande diferencial do primeiro filme para esse segundo. O diretor James Cameron deixou o clima de suspense do "Oitavo Passageiro" de lado e investiu na ação, na porrada. Afinal nessa época a moda era mesmo os filmes de ação como "Rambo" e "Comando Para Matar". Sim, Cameron injetou muitos litros de testosterona em seu filme.

Outro aspecto que o diretor turbinou foi a concepção dos próprios aliens. Agora não existe apenas um alienígena, mas dezenas deles, todos provindos de um ninho de aliens. Aliás Cameron também colocou na jogada a própria rainha-mãe das criaturas, que vê desesperada a Ripley tocando fogo em seus ovos com um lança-chamas. Porém temos que dizer também que o filme não é apenas porrada e ação. James Cameron em seu roteiro criou também a personagem de uma menina, a única sobrevivente da colônia. Ela serviu para trazer mais humanidade para Ripley. E também abriu um aspecto subliminar interessante no enredo, mostrando dois lados maternais, a da própria Ripley e obviamente a da rainha-mãe dos aliens. Tudo sutilmente jogado enquanto o massacre de aliens e humanos acontece. "Aliens, o Resgate" é bem isso, tudo potencializado, tudo elevado à nona potência.É seguramente o filme mais violento da série.

Aliens, o Resgate (Aliens, Estados Unidos, 1986) Direção: James Cameron / Roteiro: James Cameron, David Giler / Elenco: Sigourney Weaver, Michael Biehn, Carrie Henn, Paul Reiser, Lance Henriksen, Bill Paxton / Sinopse: Após ficar décadas vagando pelo espaço, Ripley (Weaver) é resgatada. Após se recuperar decide partir para uma missão de resgate no planeta onde tudo aconteceu no primeiro filme. Lá a companhia fundou uma colônia de humanos, que agora não entra mais em contato. A missão de Ripley e seus fuzileiros é descobrir o que teria acontecido. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Sonoros (Don Sharpe) e Melhores Efeitos Especiais (Stan Winston, Robert Skotak, John Richardson e Suzanne M. Benson).

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de julho de 2025

A Hora do Espanto

Charley Brewster (William Ragsdale) é um típico jovem americano que começa a desconfiar dos estranhos hábitos de seu novo vizinho, o misterioso e charmoso  Jerry Dandrige (Chris Sarandon). Após investigar por conta própria ele acaba descobrindo que Jerry é na verdade um vampiro, igual aos que vê todas as noites nos filmes da TV. Sem saber o que fazer pede ajuda a  Peter Vincent (Roddy McDowall), um ator decadente que apresenta um programa que exibe velhas produções de terror. Claro que essa ideia não dará muito certo!

Esse filme segue sendo um dos melhores feitos na década de 80. Quem foi jovem na época lembra do grande sucesso que fez, a tal ponto que deu origem a uma série de filmes genéricos, que inclusive imitavam seu título original. A premissa também tinha tudo a ver com os anos 80. Naquela época havia uma série de programas na TV, ou melhor dizendo, sessões de filmes, geralmente sendo exibidos nas madrugadas, que eram apresentados por atores veteranos do terror. Quem aqui no Brasil não se lembra do Cine Trash? Era bem nessa linha. Por isso o roteiro brincava bastante com essa situação, a de um jovem comum, que curtia esses filmes de horror e que de repente descobria que havia um vampiro de verdade se mudando para a casa ao lado!

Muito divertida essa ideia. Depois ele ia descobrindo mais e mais coisas e acabava pedindo ajuda a um apresentador de programas como as que eu falei, sessões de filmes porcarias, exibidos madrugadas adentro. Só que obviamente o sujeito era apenas um ator e não um caçador de vampiros! O mais legal desse ícone do terror 80´s é que todo o elenco está afinadíssimo em cena. A começar por Chris Sarandon como o vampiro, retomando todo aquele charme antigo dos monstros da Hammer. Charmoso e perigoso, ele se leva à sério em um filme que tinha duplo objetivo: fazer rir e dar sustos! Assim "A Hora do Espanto", o original e não suas refilmagens sem graça, ainda continua à prova do tempo, mesmo que seus efeitos especiais tenham envelhecido, nada consegue estragar essa produção verdadeiramente atemporal. Tudo envolvido agora com um delicioso saber de nostalgia.

A Hora do Espanto (Fright Night, Estados Unidos, 1985) Estúdio: Columbia Pictures / Direção: Tom Holland / Roteiro: Tom Holland / Elenco: Chris Sarandon, William Ragsdale, Amanda Bearse,  Roddy McDowall, Stephen Geoffreys, Jonathan Stark / Sinopse: Para seu espanto, jovem fã de filmes de horror de baixo orçamento descobre que seu novo vizinho é na verdade um vampiro! Filme premiado no Avoriaz Fantastic Film Festival na categoria de Melhor Direção (Tom Holland).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

A Hora do Pesadelo 3

Título no Brasil: A Hora do Pesadelo 3 
Título Original: A Nightmare on Elm Street 3 - Dream Warriors
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Chuck Russell
Roteiro: Wes Craven, Bruce Wagner 
Elenco: Heather Langenkamp, Robert Englund, Craig Wasson
  
Sinopse:
Sobreviventes do psicopata Freddy Krueger (Robert Englund), que ataca suas vítimas em seus próprios sonhos, aprendem a lidar e lutar contra o monstro em seu próprio campo de batalha, a mente de jovens indefesos. Filme vencedor do Festival Fantasporto na categoria de Melhor Direção. Também indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Terror, Melhor Ator Coadjuvante (Robert Englund) e Melhor Maquiagem (equipe formada por Kevin Yagher, Mark Shostrom e R. Christopher Biggs). 

Comentários:
Bom, o show não pode parar. Assim a New Line colocou no mercado o terceiro filme do famoso psicopata Freddy Krueger (que mais uma vez seria interpretado com maestria pelo bom ator Robert Englund - um sujeito que nem precisava de maquiagem para parecer ameaçador). No elenco também uma curiosidade e tanto, a presença de uma jovem Patricia Arquette no papel de Kristen Parker. O roteiro foi novamente escrito por Wes Craven que, anos depois, confessaria que não havia gostado do que ele próprio havia escrito e que por isso havia indicado ao estúdio o nome do jovem diretor Chuck Russell. Esse acabou sendo seu primeiro filme em uma carreira que depois despontaria com filmes de sucesso como "O Máskara", "Queima de Arquivo" e "O Escorpião Rei". Inteligente e inventivo o diretor ousaria até mesmo a rodar um remake inspirado nos antigos filmes Sci-fi dos anos 1950 intitulado "A Bolha Assassina". Com um orçamento de 4 milhões e meio de dólares ele aqui dirigiu um bom filme da franquia Krueger, embora tenha também sofrido algumas críticas por causa do ritmo oscilante do filme, ora excessivamente rápido, ora se arrastando em lerdeza. De uma maneira ou outra para quem curtia Freddy Krueger não havia mesmo maiores problemas para reclamar. É um bom terror com a cara dos anos 1980.

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de julho de 2025

Sexta-Feira 13 - Parte 4 - O Capítulo Final

Título no Brasil: Sexta-Feira 13 - O Capítulo Final
Título Original: Friday the 13th: The Final Chapter
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Joseph Zito
Roteiro: Victor Miller, Ron Kurz
Elenco: Erich Anderson, Judie Aronson, Kimberly Beck

Sinopse:
Depois de ter sido mortalmente ferido e levado para o necrotério, o assassino Jason Voorhees revive de forma espontânea e embarca em uma nova matança no seu velho estilo, ao retornar para seu amado lar, Crystal Lake.

Comentários:
Esqueça o subtítulo "O Capítulo Final" já que isso foi puro marketing da Paramount. Na realidade é o quarto capítulo da franquia explorando as matanças de Jason Voorhees. Na realidade tentou-se criar um desfecho para tudo mas como os filmes continuavam muito lucrativos os executivos do estúdio resolveram jogar tudo para o alto, inclusive a lógica das tramas. O mais curioso de tudo é que entregaram a direção para o cineasta  Joseph Zito que não tinha até aquele momento nada de relevante no currículo. Depois dessa fita era de se esperar que ele começasse a rodar mais filmes de terror mas Zito se especializou mesmo em filmes de pura ação como "Braddock - O Super Comando" e "Invasão USA" (ambos com Chuck Norris na Cannon) e "Red Scorpion" com o brutamontes Dolph Lundgren (confira resenha no blog "Cine Action"). No final das contas esse "Friday the 13th: The Final Chapter" não trouxe nada de muito relevante a não ser a volta do velho Jason. Os fãs de sua saga sangrenta nem se importaram com as críticas ruins e celebraram a volta do assassino. E não há nada de errado nisso.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de julho de 2025

A Hora do Lobisomem

Stephen King criou algumas das melhores estórias de terror da literatura americana. Aqui um de seus livros mais populares ganha uma bela versão para o cinema. Inicialmente o filme foi lançado comercialmente no Brasil com o nome de “A Hora do Lobisomem”, numa clara tentativa de pegar carona no grande sucesso “A Hora do Espanto”. Como se passa em quase todos os escritos de King aqui ele resolveu revitalizar o antigo monstro clássico, o Lobisomem. Fruto de uma maldição o homem afetado por essa sinistra síndrome (também conhecida por Licantropia) vira um ser monstruoso, meio homem, meio lobo. A origem da lenda é incerta mas está presente em praticamente todas as culturas o que leva a crer que teve uma origem comum em algum momento da história da humanidade. King não foge da tradição em nenhum momento. A única forma de abater a besta é usando prata – ou para ser mais eficiente, balas de prata. Esse aliás foi o título utilizado algumas vezes quando o filme foi reprisado em nossa TV aberta (“A Hora do Lobisomem” foi bastante exibido pelo canal SBT).  Em minha opinião essa produção segue sendo uma das melhores envolvendo o monstro folclórico. Não chega ao nível de um “Lobisomem Americano em Londres” mas se destaca pela ótima trama que joga o tempo todo com a verdadeira identidade do ser amaldiçoado. Afinal quem seria o monstro? Tenho certeza que quando ele foi revelado muita gente foi pega de surpresa pois o caso é nitidamente daqueles em que o personagem está acima de qualquer suspeita!

O filme era estrelado pelo ídolo juvenil Corey Haim. Na época ele colecionava sucessos e estava no primeiro time de atores jovens de Hollywood. Infelizmente se envolveu com drogas pesadas e caiu em desgraça na carreira, vindo a falecer precocemente e de forma trágica em 2010. Sua estrela foi efêmera mas ele acabou participando de excelentes filmes da década de 80 como “A Inocência do Primeiro Amor” (ao lado do bad boy Charlie Sheen). Ao seu lado outro ator que foi a cara dos anos 80, Gary Busey. “A Hora do Lobisomem” não se destaca nem pela violência e nem pelos efeitos especiais (que hoje em dia soam realmente ultrapassados). O diferencial aqui está, como já afirmei, em uma trama muito bem arquitetada, fruto da genialidade de Stephen King. Produção barata, filmada no interior dos EUA (Carolina do Norte) conseguiu se destacar como um bom momento do cinema de terror daqueles anos. Passou longe de alcançar uma bilheteria tão expressiva como a de “A Hora do Espanto” mas mesmo assim fez diferença entre os filmes daquela época. Hoje merece ser revisto. King em grande forma encontra uma boa adaptação de seu texto para as telas. Não deixe de conferir e tente descobrir quem é o Lobo entre os personagens da estória.

A Hora do Lobisomem (Silver Bullet, Estados Unidos, 1985) Direção: Daniel Attias / Roteiro: Stephen King baseado em seu próprio livro / Elenco: Gary Busey, Everett McGill, Corey Haim, Megan Follows, Terry O'Quinn / Sinopse: Numa pequena cidade do interior dos EUA uma série de mortes e ataques colocam a população local em terror! Marty Coslaw (Corey Haim) é um jovem com problemas de locomoção que pretende descobrir quem é o verdadeiro lobisomem entre os moradores da região.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Amityville 2 - A Possessão

Considerado até hoje um dos melhores filmes da série Amityville. O diferencial se deve principalmente a um roteiro bem coeso, bem trabalhado, que consegue ao mesmo tempo inovar e não fugir das características dos filmes dessa franquia. Produzido por Dino de Laurentis e dirigido pelo bom cineasta  Damiano Damiani “Amityville 2” consegue manter o interesse do começo ao fim. No enredo uma nova família se muda para a famosa casa. São os Montellis. O pai é um sujeito casca grossa e durão (interpretado por Burt Young dos filmes da série Rocky). Seu filho mais velho, Sonny (Jack Magner), começa a desenvolver um comportamento estranho, errático, logo quando a família de muda para a casa. Aos poucos ele vai perdendo o pleno domínio de seus atos o que dará origem a um crime bárbaro. O interessante de “Amityville 2 - A Possessão” é que seu roteiro de certa forma é uma adaptação dos eventos reais que aconteceram na casa (tal como aqui a morte da família DeFeo foi promovida pelo filho mais velho que alegava estar possuído por forças demoníacas).

Para combater o mal chega no local o padre Adamsky (James Olson) que logo entende o que está acontecendo mas se vê de mãos atadas por não ter autorização do bispo local para promover um exorcismo que se revela mais do que necessário, vital. Seu embate com o jovem possuído rende ótimos momentos de terror. Curiosamente o filme se sai muito melhor do que “O Exorcista II – O Herege” que falhou miseravelmente como fita de exorcismo. Tudo muito mais interessante do que a continuação do grande clássico do horror que apenas se revelou um filme ruim. As cenas são bem realizadas e o argumento não apela para soluções fáceis demais. O diretor Damiano Damiani usa e abusa da chamada câmera subjetiva (onde o espectador se vê com a visão da entidade sobrenatural em primeira pessoa) com resultados mais do que satisfatórios. A produção opta pelo suspense ao invés dos efeitos especiais e só na sua cena final apela um pouco mais para a maquiagem. Isso porém não atrapalha a qualidade do filme que definitivamente é muito bom e interessante. 

Amityville 2 - A Possessão (Amityville II: The Possession, Estados Unidos, 1982) Direção: Damiano Damiani / Roteiro: Tommy Lee Wallace baseado no livro de Hans Holzer / Elenco: James Olson, Burt Young, Rutanya Alda, Jack Magner / Sinopse: Família se muda para infame casa localizada em Amityville. Após as mudanças começam a ocorrer eventos sobrenaturais no local. Para tentar combater o mal é chamado um padre que tentará exorcizar o filho mais velho que está obviamente dominado por forças do mal.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de julho de 2025

O Lobisomem de Londres

Título no Brasil: O Lobisomem de Londres
Título Original: Werewolf of London
Ano de Produção: 1935
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Stuart Walker
Roteiro: John Colton, Robert Harris
Elenco: Henry Hull, Warner Oland, Valerie Hobson

Sinopse:
O especialista em botânica Wilfred Glendon (Henry Hull) viaja até uma distante e isolada região do Tibet em busca de uma planta rara, que dá uma flor em poucos dias do ano. Uma vez lá acaba sendo atacado por um animal desconhecido e violento. Apesar dos vários ferimentos sobrevive e decide voltar a Londres. Uma vez na capital inglesa descobre que há algo muito errado com ele, pois está fadado a virar um lobisomem na próxima lua cheia. 

Comentários:
Muitos anos antes de "O Lobisomem" (1941) - considerado erroneamente como o primeiro filme sobre lobisomens do cinema americano - a Universal investiu nessa fita muito curiosa, "Werewolf of London". De certa maneira tudo o que o público veria depois no filme clássico com Lon Chaney Jr seria explorado aqui. Há todo um enredo preparando o espectador para o momento em que o protagonista finalmente vira o famoso monstro do folclore e sai atacando pelas ruas da charmosa cidade londrina (que infelizmente foi recriada em parte nos estúdios americanos de Hollywood). Obviamente que uma produção como essa, realizada nos distantes anos 1930, soará atualmente como inocente e sem maiores surpresas, mas na época tenha certeza que impressionou a muitos. A produção é B, mas tudo é compensado com um clima muito bem feito, com neblinas e sombras. Infelizmente o diretor não viveria muito para ver a influência que seu filme teria dentro do cinema de terror. Ele morreu pouco tempo depois, curiosamente no mesmo ano em que o clássico imortal sobre essa fera, "O Lobisomem", chegava nas telas de cinema com enorme sucesso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

A Múmia

Título no Brasil: A Múmia
Título Original: The Mummy
Ano de Produção: 1959
País: Inglaterra
Estúdio: Hammer Film Productions
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster
Elenco: Peter Cushing, Christopher Lee, Yvonne Furneaux

Sinopse:
Em 1895, uma equipe de arqueólogos descobre o túmulo da princesa Ananka, uma sacerdotisa egípcia. Eles são avisados ​​para não perturbarem o sono eterno dela, mas ao fazê-lo, despertam a múmia de Kharis, o sumo sacerdote que amava a princesa. Três anos depois, um egípcio, Mehemet Bey, transporta a múmia para a Inglaterra em busca de vingança contra aqueles que profanaram o túmulo de Ananka. É deixado ao filho do descobridor original desvendar o mistério e proteger sua esposa Isobel, que tem uma notável semelhança com a princesa.

Comentários:
Esqueça a moderna franquia da múmia, que mais parece um vídeo game de uma imitação de Indiana Jones. Estamos aqui na presença de mais uma pequena obra prima do estúdio inglês Hammer. O elenco já é de arrepiar os fãs do cinema clássico de terror com Peter Cushing e Christopher Lee. Essa dupla certamente fará os fãs se lembrarem dos filmes de Drácula da própria Hammer mas aqui a proposta é diferente. O roteiro procura explorar mais esse monstro, a múmia, que ao lado do conde vampiro da Transilvânia e do Lobisomem fizeram a alegria dos fãs em matinês lotadas dos anos 1950. Lee e Cushing estão impagáveis mas quem acaba roubando a cena é a direção de arte e a maquiagem do filme. O trabalho que foi feito em Christopher Lee até hoje me soa bem satisfatório. Poderia ser apenas um ator enrolado em panos de mumificação mas os maquiadores da Hammer optaram por fazer algo muito mais bem realizado. E mesmo sob fotografia colorida tudo sai muito convincente, mesmo nos dias atuais. A Hammer compensava muitas vezes orçamentos limitados com muita imaginação. Nos dias de hoje muitos irão obviamente reclamar da precariedade de certos efeitos visuais e dos figurinos do Egito Antigo mas isso deve ser deixado de lado pois a Múmia é de fato ainda muito divertido e até mesmo marcante, já que seu clima caprichado, muito bem trabalhado, compensa todas as limitações da produção do filme na época.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 8 de julho de 2025

Frankenstein

Título no Brasil: Frankenstein
Título Original: Frankenstein
Ano de Lançamento: 1931
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: James Whale
Roteiro: John L. Balderston, Mary Shelley
Elenco: Colin Clive, Boris Karloff, Mae Clarke, John Boles, Edward Van Sloan, Frederick Kerr

Sinopse:
Dr. Frankenstein, um ambicioso e até mesmo meio lunático cientista, decide que quer superar o desafio da morte. Ele pretende com suas experiências trazer material orgânico morto de volta à vida e para isso usa a força da energia contida em raios capturados em uma grande tempestade. E suas experiências realmente dão certo, criando um monstro em seu processo. 

Comentários:
Poucos filmes na história do cinema foram tão influentes dentro da cultura pop como esse primeiro Frankenstein da década de 1930. Para bem entender isso basta lembrar da figura do monstro. O design de maquiagem feita para essa produção marcou para sempre esse personagem ícone. Basta pensar em Frankenstein para vir imediatamente à mente a maquiagem usada por Boris Karloff. Ficou para sempre imortalizada no inconsciente coletivo das pessoas. E além desse aspecto importante temos que reconhecer que o filme é genial, mesmo tendo passado quase 100 anos de seu lançamento original. Todos os elementos já estão presentes na película, desde a direção, a linda fotografia em preto e branco (que combinou muito bem com o lado soturno da história) e o elenco, que não poderia ser mais perfeito. Some-se a isso a força da própria obra original escrita por Mary Shelley que criou todo um gênero literário e sobrevive bravamente ao passar do tempo. Enfim, obra-prima do começo ao fim. Excelente em todos os aspectos. Ao lado de Drácula é considerado o mais famoso e celebrado personagem de terror da galeria da Universal Pictures em sua era de ouro no cinema. 

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de julho de 2025

Museu de Cera

"Museu de Cera" é um clássico do terror. Na trama temos Henry Jarrod (Vincent Price), um artesão talentoso, que transforma bonecos de cera em retratos quase perfeitos de personagens históricos. Maria Antonieta, Joana d'Arc e Abraham Lincoln são algumas da figuras históricas que ele esculpiu em cera para serem exibidas em seu próprio museu. Seu sócio porém tem outros planos. Ele está de olho no dinheiro do seguro. Por essa razão resolve promover um grande incêndio, algo que deixa Jarrod severamente ferido e deformado pelas chamas. Agora, recuperado, ele parte para sua vingança pessoal contra todos que fizeram esse atentado contra sua arte e sua vida. Esse filme é um dos clássicos de terror mais lembrados da carreira de Vincent Price. O enredo gira em torno desse artista muito diferente, um mestre em criar figuras de cera com extrema fidelidade, a tal ponto de levar a todos a pensarem se estão mesmo na presença de uma peça de cera ou de um ser humano real. Após entrar em atrito com seu desonesto sócio, um sujeito que só pensa em queimar todo o museu de cera para receber o seguro, Henry Jarrod (Vincent Price) vê suas pretensões de ser um grande artista queimarem em um inferno em chamas. Deformado pelo fogo e transformado em um ser de aparência repugnante (o que contrasta enormemente com a beleza de sua arte) ele ainda não se sente pronto a abandonar suas ambições artísticas.

Após se vingar daqueles que o destruíram ele resolve voltar. Como é um artesão em recriar rostos e formas humanas cria uma máscara para esconder as deformidades de sua própria face, arranja um novo sócio e abre um novo museu de cera, só que essa vez bem diferente, com uma seção especializada em horrores que refaz todas as cenas dos maiores crimes da história. O que é desconhecido do público é que Henry Jarrod perdeu sua capacidade de criar figuras em cera após ter suas mãos queimadas no incêndio. Assim ele decide usar outra técnica para produzir suas novas "obras de arte" - isso mesmo, corpos humanos de verdade! Essa produção foi alvo de um remake há poucos anos, mas aquele roteiro tinha pouco a ver com essa produção original. Aqui o foco é todo voltado para as ambições de um artista que só pretendia refazer o belo em cera, mas que pelas circunstâncias de sua vida trágica teve que abraçar o grotesco e o horror!

Vincent Price usa uma bem feita máscara, que dá ao seu personagem uma face monstruosa. O ator usa de seu charme e elegância naturais para interpretar o gentil artista que no fundo esconde um terrível segredo. Charles Bronson também está no elenco interpretando Igor, o assistente mudo e com problemas mentais de Jarrod. Completando o elenco ainda temos Carolyn Jones, que se imortalizou como a Morticia Frump Addams da série de grande sucesso na TV americana, "A Família Addams". Tecnicamente o filme é muito bem realizado, com cenários bem construídos. Também foi um dos primeiros filmes da história a usar uma rudimentar tecnologia 3D. Você vai perceber bem isso em algumas cenas que parecem gratuitas, como a do animador com bolinhas de pingue-pongue que as fica atirando propositalmente em direção à tela. A única coisa que não me agradou muito do ponto de vista técnico nesse "House of Wax" foi sua trilha sonora incidental. Com uma linha de flauta irritante em sua melodia ela acabou atrapalhando um pouco justamente nos momentos mais tensos da estória. Mesmo assim, não é algo com se preocupar, pois não chega a ser um problema. No fundo é apenas fruto de uma época. Enfim, de maneira em geral é um terror muito bom, com aquele charme nostálgico que só melhorou com os anos. Não é de se admirar que seja um filme tão cultuado pelos fãs de terror até os dias de hoje!

Museu de Cera (House of Wax, Estados Unidos, 1953) Estúdio: Warner Bros / Direção: André De Toth / Roteiro: Crane Wilbur, Charles Belden / Elenco: Vincent Price, Carolyn Jones, Charles Bronson, Phyllis Kirk / Sinopse:  Talentoso artista, especializado em fazer bonecos de cera de pessoas famosas da história, acaba ficando deformado por causa de um incêndio causado por seu sócio. Ao sobreviver as chamas decide então promover sua vingança contra todos aqueles que lhe fizeram mal no passado.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Cinema News: Terror & Ficção

O gênero terror e ficção tem novidades nas telas de cinemas. Aliás os dois gêneros cinematográficos, irmãos e primos entre si, sempre figuram entre as 10 maiores bilheterias nos Estados Unidos e no mercado internacional. E isso, que começou lá atrás, na década de 1970, segue acontecendo, mesmo após a pandemia que quase colocou a indústria na bancarrota. 

Entre os 10 mais vistos nos cinemas americanos nesse mês temos "M3GAN 2.0", o segundo filme dessa franquia que tem obtidos ótimos números nas bilheterias. Com apenas 2 semanas de exibição já ultrapassou os 40 milhões de dólares em ingressos vendidos. Dirigido por Gerard Johnstone, o filme tem sido sucesso de público, mas não de crítica. E mesmo entre os fãs de terror há quem não tenha gostado. 

Se o primeiro filme tinha a história desenvolvida dentro de um núcleo familiar, esse segundo aposta na tecnologia bem na linha Cyber punk, colocando a boneca Megan em situações que sinceramente falando mais lembram uma espécie de "Exterminador do Futuro" high tech. Para muitos foi uma mudança forte demais em algo que vinha dando certo. Ainda não assisti ao filme, mas pelas informações tenho achado meio esquisito. A ver. 

Outro filme que está entre os dez mais vistos nesse mês temos ainda "Extermínio: A Evolução", um azarão que parece ter caído no gosto do público americano. Aqui temos um grupo de sobreviventes que vivem isolados em uma ilha após uma pandemia (olha ela aí de novo!) que exterminou grande parte da humanidade. Pois é, enquanto o novo filme de Resident Evil não surge nas telas o público vai se aquecendo com filmes na mesma linha. Uma boa notícia para os produtores dessa nova linha de zumbis. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Cuidado Com Quem Chama

Título no Brasil: Cuidado Com Quem Chama
Título Original: Host
Ano de Lançamento: 2020
País: Reino Unido
Estúdio: Shadowhouse Films
Direção: Rob Savage
Roteiro: Gemma Hurley, Rob Savage
Elenco: Haley Bishop, Jemma Moore, Emma Louise Webb, Radina Drandova, Caroline Ward

Sinopse:
Durante a pandemia um grupo de amigas decide se reunir virtualmente no Zoom. Para tornar tudo ainda mais interessante e divertido, elas chamam uma médium para a sessão. Querem entrar em contato com pessoas mortas. Só que aquilo que começa quase como uma brincadeira toma rumos inesperados e perigosos para todas elas. 

Comentários:
A premissa é boa, não há como negar. Com a popularização das lives o formato inovador desse filme de terror inglês nem despertará tanta surpresa assim, ainda mais nessa nova geração que já cresceu com o Youtube. A questão é que nem sempre uma boa ideia inicial garante a realização de um bom filme em seu desenvolvimento, no desenrolar da história. Esse é o problema mais fácil de detectar aqui. O que começa muito bem logo desanda para o genérico. O tal ente espiritual que surge na sessão poderia ter sido mais bem trabalhado trazendo sua história ou motivação para o que vai acontecer depois. Só que isso inexiste nesse roteiro. Ele é apenas identificado como um demônio e nada mais. Um diabo genérico, sem maiores detalhes. Depois de tantas décadas de filmes de terror um cinéfilo mais experiente não vai certamente se contentar com tão pouco. Foi exatamente o meu caso ao assistir a esse filme. Enfim, boa ideia que ficou pelo meio do caminho. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Invocação do Mal 2

Título no Brasil: Invocação do Mal 2
Título Original: The Conjuring 2
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: James Wan
Roteiro: Carey Hayes, Chad Hayes
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Madison Wolfe, Frances O'Connor
  
Sinopse:
Logo após participar das investigações paranormais na mansão em Amityville, onde toda uma família foi assassinada, o casal Warren é contactado pelas autoridades da Igreja Católica. Eles desejam que Ed (Patrick Wilson) e sua esposa Lorraine (Vera Farmiga) viajem até o norte de Londres para descobrirem se uma série de acontecimentos estranhos e misteriosos são verdadeiros ou uma fraude. A Igreja evita se envolver em casos que chamem muito a atenção da mídia e por essa razão antes de entrarem no caso querem sondar o que realmente estaria acontecendo. A garota Janet (Madison Wolfe) supostamente estaria possuída por uma entidade do mal. Nada porém poderia preparar para o que os Warren encontrariam naquela casa londrina sombria.

Comentários:
Sem fazer favor algum esse segundo filme da franquia "The Conjuring" é seguramente o melhor de toda a série. Um dos melhores filmes de terror que assisti recentemente. Inicialmente o roteiro se divide em duas linhas narrativas bem separadas. Na primeira, Lorraine Warren (Vera Farmiga) percebe que uma entidade demoníaca a seguiu até sua casa após ela participar das investigações envolvendo aquele crime horrendo ocorrido na casa de Amityville, um caso sinistro que deu origem a sua própria série de filmes de terror de sucesso. Pois bem, a tal entidade estaria se utilizando de uma imagem de blasfêmia justamente para corroer a fé de Lorraine - uma católica devota. Aparecendo como um freira amaldiçoada o demônio parece querer algo do casal. Na outra linha narrativa uma típica família londrina sofre um forte abalo quando a garotinha Janet (Madison Wolfe) começa a manifestar estranhos sinais de possessão. Ao que tudo indica sua casa estaria sendo assombrada pelo espírito de um velho que lá havia morado no passado. Quando a Igreja Católica entra no caso resolve enviar antes o casal Warren para investigar os fenômenos sobrenaturais que se manifestam, ligando as duas linhas narrativas. A partir daí temos um dos melhores roteiros dos últimos tempos no cinema americano. Tudo muito bem narrado, atuado e dirigido. Um dos aspectos mais curiosos vem da cena final, um clímax realmente de arrepiar. Até chegar lá porém o espectador não precisa se preocupar pois os sustos são muitos - e todos muito bem feitos, preferindo sempre valorizar o suspense. O diretor australiano James Wan não costuma errar pois já havia dirigido o primeiro filme "Invocação do Mal", "Jogos Mortais", o filme original e "Sobrenatural". Esse entende bem desse tipo de produção. Nota dez para ele e todos os envolvidos na realização desse ótimo terror.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Domínio - Prequel do Exorcista

Título no Brasil: Domínio - Prequel do Exorcista
Título Original: Dominion - Prequel to the Exorcist
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions
Direção: Paul Schrader
Roteiro: William Wisher Jr., Caleb Carr
Elenco: Stellan Skarsgård, Gabriel Mann, Clara Bellar

Sinopse:
Dois padres católicos, entre eles Lankester Merrin (Stellan Skarsgård), são enviados para a África para monitorarem a descoberta de uma antiga e desconhecida igreja soterrada pelas areias do deserto. Assim que entram no local descobrem que aquela igreja foge dos padrões convencionais. Dedicada ao anjo Gabriel, que na tradição teria vencido Lúcifer e seus demônios, ela esconde sob seu altar um terrível segredo envolvendo um mal milenar. Ao abrir aquelas portas os padres também abrem, sem saber, os próprios portões do inferno.

Comentários:
Esse filme mostra como foi confusa a volta da franquia "O Exorcista" para os cinemas. Essa produção foi dirigida pelo cineasta Paul Schrader. A produtora Morgan Creek não gostou do resultado. O projeto foi arquivado, embora quase concluído. O cineasta Renny Harlin finalizou assim a versão de "O Exorcista: O Início" e foi mal recebido por público e crítica. A Morgan Creek então voltou atrás e contratou novamente Schrader para terminar seu filme original. E é justamente isso que conferimos aqui em "Dominion: Prequel to the Exorcist". Embora não seja um grande filme consegue ser melhor do que a versão de Harlin, que ficou muito obcecado com efeitos digitais e esqueceu de desenvolver o lado de suspense e terror de sua obra cinematográfica. "Dominion" se mostra mais sofisticado sob esse ponto de vista. O enredo é melhor trabalhado e não abraça tantas soluções apelativas como o filme anterior. Também mostra problemas de produção pois como foi um projeto arquivado, desarquivado e montado meio que às pressas (para ser lançada pela Warner em 2005) mostra uma certa vacilação em torno do desenvolvimento dos acontecimentos e uma pobreza maior em termos de efeitos especiais. Mesmo assim é bem interessante, um projeto que espera-se não seja o último envolvendo a marca "O Exorcista".

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de junho de 2025

Sonâmbulos

Alguns filmes perdem muito em uma revisão, principalmente quando o assistimos novamente muitos anos depois. Foi o caso desse "Sonâmbulos". Da primeira vez que vi gostei da trilha sonora (dos anos 50/60 que adoro), do romance juvenil da primeira parte do filme e até mesmo dos efeitos visuais. Além do mais o filme tinha a assinatura de Stephen King, que sempre foi sinal de obras no mínimo medianas (regra que após alguns anos iria abaixo). O diretor era Mick Garris que vinha de vários trabalhos na TV, onde havia trabalhado inclusive em produções de Steven Spielberg, ou seja, o sujeito prometia ter uma bela carreira pela frente (algo que não se cumpriu pois depois ele se tornaria apenas produtor). Ele ainda chegou a assinar alguns roteiros de produções menores de filmes de sucesso como "A Mosca 2" mas nunca emplacou.

Nessa revisão ficaram claros alguns pontos. A primeira metade do filme é muito superior ao seu terço final. O romance entre o sonâmbulo jovem Charles Brady e Tanya é tolinho e sem qualquer profundidade mas pelo menos mantém o interesse. A boa cena de perseguição entre um carro policial e o carro esporte de Charles também rende um bom momento. O clima de tensão envolvendo a velha casa e os gatos ao redor também é algo bacana, e original pois não tinha visto em nenhum filme. O problema de "Sonâmbulos" realmente é seu desfecho. A partir do momento em que Charles é atacado e volta para casa o filme desanda. Quando eles se transformam então o clima que era de sutil suspense é substituído pelo puro e simples trash. Faltou sutileza a Stephen King aqui. Mesmo com todos esses problemas vale a pena a espiada, principalmente para quem é fã do King. A ideia inicial é boa, bem bolada, mas desperdiçada ao longo do filme, o que é uma pena.

Sonâmbulos (Sleepwalkers, Estados Unidos, 1992) Direção: Mick Garris / Roteiro: Stephen King / Elenco: Brian Krause, Alice Krige, Madchen Amick / Sinopse: Um jovem e sua mãe pertencem a uma rara raça de monstros chamada Sleepwalkers (Sonâmbulos). Em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos tentam se misturar com a população local. Baseado na obra de Stephen King.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

A Hora do Pesadelo 2

Título no Brasil: A Hora do Pesadelo Parte 2 - A Vingança de Freddy
Título Original: A Nightmare on Elm Street Part 2 - Freddy's Revenge
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jack Sholder
Roteiro: David Chaskin, Wes Craven
Elenco: Robert Englund, Mark Patton, Kim Myers

Sinopse:
Freddy Krueger (Robert Englund), o assassino da rua Elm está de volta aos pesadelos dos adolescentes para continuar sua saga de mortes e violência. Seu alvo agora é um jovem que é raptado em seus sonhos pelo homicida lunático. 1,2... o Freddy está atrás de você, 3,4... tranque a porta do quarto, 5,6... mantenha o crucifixo ao seu lado, 7,8... é melhor ficar acordado, 9,10... nunca mais durma!

Comentários:
O primeiro "A Hora do Pesadelo" não foi um sucesso espetacular de bilheteria mas acabou encontrando uma verdadeira legião de fãs quando foi lançado em VHS. Em pouco tempo virou uma fita cultuada pelos admiradores do gênero e assim o estúdio percebeu que tinha um filão em mãos. Não tardou muito para que essa continuação fosse filmada. A primeira grande ausência que se nota aqui é a de Wes Craven que entrou em atrito com os produtores e não quis dirigir a sequência (embora tenha sido creditado no roteiro). Em seu lugar entrou Jack Sholder de "Noite de Pânico". De qualquer maneira para os fãs o que importava mesmo era o retorno do personagem Freddy Krueger que seria novamente interpretado pelo ator Robert Englund. "A Nightmare on Elm Street Part 2" não consegue ser um grande filme. Parte de sua trama é uma mera derivação do que se viu no primeiro filme e tirando uma ou outra cena mais bem bolada o que vemos é mais do mesmo. Seu grande mérito foi mesmo ter levado a franquia em frente, mostrando para a New Line que Krueger tinha potencial comercial. Com isso mais filmes do assassino Freddy Krueger ganhariam as telas e as locadoras nos anos que viriam.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Sexta-Feira 13 - Parte 3

Título no Brasil: Sexta-feira 13 - Parte 3
Título Original: Friday the 13th Part III
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Steve Miner
Roteiro: Martin Kitrosser, Carol Watson
Elenco: Dana Kimmell, Tracie Savage, Richard Brooker

Sinopse:
Os jovens não aprendem. Após uma série de mortes causadas por Jason Voorhees (Richard Brooker) eles retornam para o isolado ex-campo de férias de Crystal Lake. No meio dos namoricos e brincadeiras começam a desconfiar que alguém está andando pela mata fechada do local. Um sinistro sujeito usando uma máscara de hockey com um facão. Sim, garotos, Jason está de volta para degolar suas cabeças!

Comentários:
Se deu certo uma, duas vezes, por que não levar em frente as matanças do psicopata Jason? Pois bem, é justamente isso que temos nessa terceira aventura. Na verdade o roteiro segue sendo mais uma vez uma mera derivação dos filmes anteriores com pequenas novidades - geralmente na forma como Jason mata suas vítimas. Por essa época o público já começava a se perguntar porque os jovens continuavam a ir para Crystal Lake, mesmo após tantas mortes sangrentas! Seriam desavisados ou simplesmente estúpidos? Na dúvida Jason não pensava duas vezes e passava o facão na galera que se atrevia a voltar por lá. A fórmula novamente se mostrou certeira e a Paramount voltou a lucrar com a franquia. Para os produtores não havia nada melhor, orçamento modesto, elenco praticamente desconhecido (que só estava lá para morrer mesmo) e roteiro básico. Obviamente nada disso importou para os fãs que se deliciaram com uma nova rodada de matança com Jason, o psicopata mais produtivo da história do cinema.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Halloween: A Noite do Terror

Título no Brasil: Halloween: A Noite do Terror
Título Original: Halloween
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Compass International Pictures
Direção: John Carpenter
Roteiro: John Carpenter, Debra Hill
Elenco: Donald Pleasence, Jamie Lee Curtis, Tony Moran, Will Sandin, Sandy Johnson

Sinopse:
Michael Myers, um psicopata insano e assassino que havia matado a própria irmã em 1963, consegue fugir da instituição psiquiátrica onde havia sido internado. De volta à liberdade, ele retorna para sua cidade natal para se vingar dos moradores que o prenderam anos antes e acaba encontrando como vítima ideal um jovem babá e as crianças que ela está cuidando na noite de Halloween.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme de uma longa franquia de filmes de terror que ainda hoje gera novos lançamentos. Na época o produtor apenas queria um filme ao estilo "sangue e tripas" para lançar no feriado do dia das bruxas. Ele acreditava que a metade do marketing viria apenas pelo uso do nome Halloween no título da produção. Ele estava certo pois o filme que custou meros 300 mil dólares iria faturar nas bilheterias mais de 45 milhões de dólares. Méritos também para o jovem diretor John Carpenter que construiu seu filme em cima de nada, apenas de uma ideia vaga do produtor. Ele escreveu o roteiro ao lado da esposa e trabalhou com uma equipe técnica formada por jovens que tinham acabado de sair da faculdade de cinema. Deu certo demais. Até a Jamie Lee Curtis, que na época era vista apenas como a filha do Tony Curtis, começou a abrir seu espaço na carreira. E o Mike Myers, acredite ou não, primeiro surgiu de apenas uma máscara descolorida do capitão Kirk de Jornada nas Estrelas. Carpenter considerou aquele artefato bem assustador, ideal para o assassino do filme! Coisas de um tempo em que o cinema tinha mesmo muita criatividade. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de junho de 2025

O Massacre da Serra Elétrica

Título no Brasil: O Massacre da Serra Elétrica
Título Original: The Texas Chain Saw Massacre
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Vortex
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: Kim Henkel, Tobe Hooper
Elenco: Marilyn Burns, Edwin Neal, Allen Danziger

Sinopse:
Um grupo de jovens resolve entrar em uma região abandonada e isolada do Texas. Lá acabam entrando em contato com uma família doentia de psicopatas, canibais e sociopatas. Má ideia. Agora terão que lutar para continuarem vivos e não cairem nas garras de pessoas "amorosas" como Leatherface que anseiam por trucidar todos eles, aos pouquinhos e em pedacinhos...

Comentários:
Esse é o filme original, casca grossa e ultra violento. Imagine uma produção dessas em plenos anos 70. Ninguém nunca tinha visto algo igual. O interessante é que por ser tão diferente (e brutal) nenhum grande estúdio resolveu bancar o roteiro. Assim tudo foi filmado em 16mm, com orçamento mais do que restrito. No final das contas isso tudo só ajudou ao filme. Ele ficou com cara de coisa amadora, suja, que mostrava algo muito violento e sangrento, ou seja, o tipo de estética que atrai mesmo os fãs de filmes de terror mais sanguinários. A crítica da época se dividiu. Alguns acharam o filme vulgar e grotesco, um fruto da mente doentia de seus realizadores. Outros consideraram "The Texas Chainsaw Massacre" um marco por mostrar um evento sem máscaras, com toda a sua crueldade (o roteiro foi inspirado em um fato real ocorrido no Texas). A se lamentar apenas a falta de critério das distribuidoras nacionais que resolveram colocar no título a referência a uma "serra elétrica" que na verdade não existe no filme (o que vemos é uma serra movida a diesel). De qualquer maneira esse é o tipo de produção que não pode faltar na coleção de fãs de filmes de terror. Sim, é cru, barra pesada e voam tripas para todos os lados, mas também é um dos maiores clássicos de terror de todos os tempos. Quem diria que o psicótico Leatherface teria um dia tanto prestígio assim no mundo das artes...

Pablo Aluísio.